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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Interculturalidade. O encontro com diversas culturas “permite um enriquecimento da própria realidade”

Por Felipe Viana


No mundo atual, caracterizado pela convivência de muitos povos nos mesmos espaços geográficos, é preciso ter um novo modelo de vida baseado na interculturalidade e, para promovê-la, são necessários os instrumentos fundamentais do diálogo e da instrução.

É o que explicou hoje o presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, ao intervir sobre o tema “Valores comuns no âmbito do impacto religioso e social das migrações”, na Conference on the Christian-Jewish-Muslim interfaith dialogue, promovida no semestre da presidência da Hungria no Conselho da União Europeia e que está sendo realizada no castelo real de Gödöllö, perto de Budapeste, de 1º a 3 de junho.

Dom Vegliò está na Hungria para realizar uma visita pastoral de 1º a 6 de junho, convidado por Dom János Székely, promotor da Pastoral para a Mobilidade Humana, da Conferência Episcopal Húngara.
Em sua intervenção de hoje, o arcebispo destacou que a Europa “não é só um continente multicultural hoje, mas também é uma realidade historicamente multicultural”.

O encontro com diversas culturas, observou, “permite um enriquecimento da própria realidade”, é uma aproximação “serena, recíproca e sem preconceitos” entre culturas, que “pode ajudar a que não se fechem em si mesmas, no que são, e a evitar o empobrecimento que seria consequência disso”.

Para Dom Vegliò, na verdade, mais que multiculturalidade, seria preciso falar de interculturalidade. O primeiro termo, de fato, “constata, de forma meramente descritiva, a presença objetiva de duas ou mais culturas no mesmo espaço geográfico”, enquanto a interculturalidade “indica relações estabelecidas entre as culturas presentes em certo espaço geográfico e insiste nos comportamentos, nos objetivos a alcançar e nos itinerários educativos que conduzem a esse encontro de culturas”.

Torna-se prioridade não só uma aproximação, mas também um “intercâmbio”; “e não um simples intercâmbio do que se tem, mas sobretudo do que se é”.
A integração, de fato, segundo o presidente do dicastéreo vaticano, “não é um processo em sentido único”: “os autóctones, como os migrantes, devem mostrar-se preparados para percorrer as vias do diálogo e do enriquecimento recíproco, que permitem valorizar e acolher os aspectos positivos de cada um”.
Tudo isso, obviamente, levando em consideração “o respeito da identidade cultural dos migrantes” e prestando atenção a eventuais elementos “contrários aos valores éticos e universais ou aos direitos fundamentais”.

Chaves
Para a promoção da interculturalidade, destacou Dom Vegliò, há dois instrumentos indispensáveis: “o diálogo e a instrução”.

O diálogo, segundo ele, “deve ser o instrumentos mais importantes para usar nas relações que se apresentam em todos os âmbitos da vida humana”.
Ultimamente, no entanto, apresentou-se “um grande problema’: para acolher os que chegam ao nosso continente e estabelecer com eles um diálogo construtivo, “a Europa ocultou os princípios e valores que caracterizaram seu nascimento e que a modelaram”.
Assim, o continente europeu silenciou ou negou suas raízes cristãs, denunciou o bispo.

“Isso impede um acolhimento adequado e uma integração real dos imigrantes que provêm de outros contextos culturais, porque para eles é impossível estabelecer um diálogo com uma terra que parece privada de um rosto e de uma história, uma terra sem princípios comuns nem valores fundamentais.”
Outro motivo do “fracasso” no acolhimento dos imigrantes na Europa, acrescentou o prelado, é o fato de que “se realizou de forma passiva e foi justificada com um desejo de tolerância”.

“Confundimos frequentemente o conceito de tolerância com a aceitação não-crítica de todos os estilos de vida, a partir de um respeito sem limites e evitando emitir qualquer juízo sobre eles”, constatou.

Quanto à instrução, Dom Vegliò destacou a necessidade de “comprometer-se firmemente” na “instrução intercultural”, “porque os modelos educativos tradicionais não são capazes de oferecer respostas adequadas aos desafios atuais”.

Um novo modelo educativo deve, portanto, concentrar-se em vários elementos: “ensinar a respeitar e a valorizar as diversas culturas, descobrindo os elementos positivos e frutíferos que podem conter; ajudar a modificar os comportamentos de medo ou indiferença com relação à diversidade; educar no acolhimento, na igualdade, na liberdade, na tolerância, no pluralismo, na cooperação, no respeito, na corresponsabilidade, na não-discriminação”.

Da mesma forma, deve “valorizar positivamente o diálogo e a escuta; ajudar a vencer as generalizações, os preconceitos, os estereótipos; superar o individualismo e o isolamento em grupos fechados; favorecer as personalidades maduras, flexíveis e abertas”.

A educação intercultural, indicou o presidente do dicastéreo vaticano, “será muito importante para vencer todo extremismo cultural contrário aos valores contidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos”.
Religião e migração

“Por que as religiões devem inevitavelmente participar no processo de construção europeia” e, mais concretamente, “no acolhimento dos imigrantes e no diálogo intercultural?”, perguntou-se depois Dom Vegliò.
Em primeiro lugar, afirmou, é necessário “reconhecer que as religiões representam uma das formas mais importantes da identidade cultural” e que “existe um vínculo profundo e inegável entre a religião e cultura”.

“Não é possível compreender a religião sem a cultura, nem a cultura sem a religião”, destacou, porque “a visão do universo presente em cada uma das nossas sociedades e que oferece certos valores, comportamentos, ideias sobre a vida implicam em origens claramente religiosas, compartilhadas pela grande maioria dos seus membros, crentes ou não”.

Em segundo lugar, acrescentou, “se considerarmos que as transformações do nosso continente passam necessariamente por uma mudança de mentalidade de cada um dos indivíduos (autóctone ou imigrante) e se formos conscientes do importante dever desenvolvido pelas confissões religiosas enquanto formadoras das consciências, não podemos deixar de reconhecer o papel indispensável das religiões neste processo de construção europeia”.

A promoção da dimensão intercultural exige a aceitação dos valores e dos princípios fundamentais, que devem ser considerados imprescindíveis e básicos para a construção das nossas sociedades europeias“, indicou Dom Vegliò.

“As diversas confissões religiosas e seus lugares de culto – concluiu – têm uma missão particular a cumprir para favorecer a adoção destes valores por parte daqueles que chegam ao nosso continente.”
 
Fonte: Zenit 
 
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Islã na Europa: entre a convivência e a intolerância.

Por Felipe Viana


“São 11 milhões os muçulmanos na Europa: a presença deles é um fato na vida dos países e das paróquias, assim como são um fato as muitas experiências de diálogo compartilhadas para encontrar uma linha comum de orientação”. Dom Duarte da Cunha, secretário do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, apresentou assim os motivos do II Encontro dos Delegados das Conferências Episcopais para as Relações com os Muçulmanos no velho continente, que aconteceu em Turim neste 31 de maio.

“O CCEE optou por dois temas, o das relações entre a Igreja, o Estado e o Islã na Europa e o da Islamofobia, ou seja, o perigo da difusão de uma sensação de medo e de intolerância com o Islã”.

O encontro “tem um caráter puramente pastoral. O diálogo teológico foi conduzido pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, com o objetivo de uma reflexão intraeclesial, diferenciando-se de muitos outros encontros organizados no passado junto a representantes de outras confissões cristãs e comunidades muçulmanas”.

“É necessário acolher este processo em desenvolvimento”, prosseguiu o secretário da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso da Conferência Episcopal do Piemonte-Valle d’Aosta, Dom Andrea Pacini, “que é o da inserção madura das comunidades muçulmanas no contexto europeu”.

A Europa representa “uma grande oportunidade para o Islã se enriquecer e voltar a expressar a sua identidade puramente religiosa, mais que política, jurídica e social”.

Isto “constitui um desafio para o Islã, mas interessa muito também aos vários componentes da sociedade civil europeia e às igrejas, porque, dentro dos estados europeus em que a liberdade religiosa é garantida, é importante tecer relações entre as comunidades religiosas para contribuir o mais possível a uma convivência pacífica e harmoniosa dentro de todas as sociedades”.

Também há “consequências muito práticas, como compartilhar as capelanias hospitalares, militares, penitenciárias e universitárias, que oferecem oportunidades de diálogo concreto e não só ocasional”.

“O Islã”, afirmou o arcebispo de Túnis, Dom Maroun Lahham, “não é um bloco monolítico. As diferenças são muitas conforme os contextos. É mais fácil que eu me entenda com o mufti de Hebron do que com o bispo de Estocolmo, já que os palestinos e os cristãos árabes têm 15 séculos de história com os muçulmanos do Oriente Médio, o que nos torna conscientes de pertencer à mesma cultura e mentalidade. Este é um fator forte de coexistência. Para um cristão árabe, por exemplo, a Europa se negar ao acolhimento é uma coisa contrária à sua cultura”.

A consequência negativa desta convivência secular é “o mal-entendido que equipara o cristão com o ocidente e com as suas escolhas políticas e econômicas”. Neste âmbito, “a família, a mesquita e a escola, as três principais instituições do mundo islâmico, não fazem muito para definir os cristãos. Nem sequer se fala de cristãos, mas de não- muçulmanos”.

A propósito de preconceitos, “o Oriente Médio não é um foco de terrorismo e os movimentos não foram criados contra os cristãos, mas por causa da situação política”. Foi acolhida muito positivamente, segundo Lahham, “a unidade do povo palestino, porque assim o interlocutor do processo de paz será um só”, mas “é necessário que por parte de Israel exista vontade política neste sentido” e que Israel “não tenha medo da paz”.

O bispo tunisiano também expressou sua confiança quanto aos movimentos revolucionários do norte de África, “protagonizados por jovens cultos, hábeis no uso da internet e que não suportavam mais os regimes que os dominavam”. “É preciso olhar sempre com otimismo para esses movimentos pró-democracia e confiar nestas situações que se aplicarão também aos cristãos, com certeza na Tunísia, mas também no Egito. Eu tenho certeza de que não devemos ter medo”.
  
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Como harmonizar a música sacra com as novas tendências?

Por Felipe Viana 


A música sacra tem de levar a viver algo de transcendente, diferente da completa banalidade dos cantos que não se adaptam à oração e que são apenas barulho.

É o que afirma o cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica e grão-chanceler do Pontifício Instituto de Música Sacra, nesta entrevista a ZENIT, durante um congresso em Roma.

Como se harmoniza a música sacra com as novas tendências?

Cardeal Grocholewski: O problema não é fácil. Trata-se, por um lado, de unir a tradição da Igreja e, por outro, de dar possibilidades às novas contribuições musicais. Por isso Pio X fundou o Instituto, para estudar a problemática. Aqui estudam pessoas do mundo todo. É para formar as pessoas e sensibilizá-las quanto ao papel da música sacra.

Como a música sacra se integra na liturgia?

Cardeal Grocholewski: A música sacra é uma parte integrante da liturgia, e, portanto, tem que ser uma oração que expressa aquele momento. Ela não é um acessório, ela é essencial. Neste congresso, falaram mais de cem pessoas, dos mais variados ambientes, e elas deram uma contribuição para entender como conciliar a tradição com elementos novos que podemos agregar.
Hoje observamos uma completa banalidade desses cantos que não se adaptam à oração, que são apenas barulho. A liturgia precisa também de silêncio.

Por outro lado, o canto é oração coerente com a eucaristia. Na verdade, no passado, grandes músicos fizeram composições estupendas referentes à missa, como Giovanni de Palestrina. Todos fizeram muitas coisas estupendas propícias à oração.

Hoje talvez fosse necessário voltar a ter um pouco mais de música sacra nas igrejas, não?

Cardeal Grocholewski: Sim, seria preciso reforçar a compreensão da música sacra. Há novas composições, muitas vezes eu as ouço nas igrejas, completamente novas e muito bonitas. Por exemplo, no ano passado eu estive em Marselha, onde tinha celebrado para alguns juristas numa igreja que quase foi demolida, porque não havia fiéis.

Chegou um padre novo, e, agora, aos domingos, aquela igreja está cheia. Entre outras coisas, por causa do canto e da oração. São composições dele. Esse padre, antes de entrar no seminário, cantava nos cabarés de Paris, depois se converteu e se ordenou padre. Eu fiquei fascinado de ver que composições dele expressam a oração! Isso é oração e aquela igreja enche!

Na saída, perguntei às pessoas e muitas me diziam que vinham de longe “porque aqui se reza, o padre prega e nós o entendemos, e há uma bela música”.

O senhor falou de sacralidade. O que é sacralidade?

Cardeal Grocholewski: A sacralidade se expressa na medida em que se manifesta a oração, como nostalgia por algo, na medida em que se expressa a transcendência. Eu acho muito importante. Hoje, por exemplo, algumas músicas modernas, que escutamos na televisão, não têm nada de transcendental, são pura diversão aqui na terra, não têm nostalgia de nada.
Claro, não é fácil de definir, não é uma coisa física, material, se bem que existe sensibilidade na Igreja, que sabe reconhecer quando uma coisa é sacra ou não é.

Em alguma oportunidade, um prelado dizia que a música na liturgia nos leva a viver o que será o paraíso. O que a música sacra nos dá?

Cardeal Grocholewski: Muitas coisas belas sobre a música sacra foram escritas por Ratzinger antes de ser Papa. Agora saiu uma opera omnia de Ratzinger, e na Itália saiu um volume justamente sobre a liturgia, com 200 páginas sobre música sacra. São coisas muito bonitas. Com razão, Bento XVI sublinha que a música sacra tem que nos levar para outro mundo, para uma nostalgia do transcendente.

Não é mero som que nos tira da realidade. O Papa fala que quando se perde esse horizonte transcendente da vida humana, tudo se reduz ao terreno, mesmo a música e a profundidade do pensamento. A música tem que abrir espaço para o transcendental.

Há certo consenso na Igreja de que o órgão é o instrumento sacro por excelência, sem excluir outros?

Cardeal Grocholewski: Acho que sim, eu acho que, quando uma pessoa entra numa igreja, o órgão cria uma atmosfera, dá certa plenitude. Em muitas igrejas modernas, inclusive importantes, procura-se conservar o órgão.

O senhor daria algum conselho aos párocos, especialmente aos mais jovens?

Cardeal Grocholewski: Eu acho que precisamos sensibilizar as pessoas para a música sacra, aquela que é oração. Claro que não é possível criar um lindo coro em cada paróquia. Mas é necessário sensibilizar as pessoas sobre a sacralidade do canto que se interpreta na igreja.

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Papa Bento XVI reflete sobre a “Nova Evangelização”.

Por Felipe Viana


Em uma sociedade como a de hoje, frequentemente marcada pela secularização, a Igreja tem o dever de oferecer aos homens e mulheres “um renovado anúncio de esperança”.

Foi o que disse hoje o Papa Bento XVI, ao receber em audiência os participantes da Plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização. Este organismo foi instituído no ano passado para dar “um princípio operativo” à necessidade de “oferecer uma resposta particular ao momento de crise da vida cristã”.

“O termo ‘nova evangelização’ recorda a exigência de uma renovada modalidade de anúncio, sobretudo para aqueles que vivem em um contexto, como o atual, em que os desenvolvimentos da secularização têm deixado pesadas marcas também em países de tradição cristã”, afirmou o Papa em seu discurso.

“Sublinhar que neste momento da história a Igreja está chamada a realizar uma nova evangelização quer dizer intensificar a ação missionária para corresponder plenamente ao mandato do Senhor.”

No atual contexto – reconheceu – “a crise que se vive leva consigo os traços da exclusão de Deus da vida das pessoas” e “de uma generalizada indiferença em relação à fé cristã, indo até a tentativa de marginalizá-la da vida pública”.
“Assiste-se ao drama da fragmentação, que não consente em ter uma referência de união; ademais, verifica-se frequentemente o fenômeno de pessoas que desejam pertencer à Igreja, mas que são fortemente influenciadas por uma visão da vida que contrasta com a fé.”

“Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, parece ser hoje mais complexo que no passado; mas nosso dever é idêntico, como no alvorecer de nossa história”, reconheceu o Papa. “A missão não mudou, assim como não devem mudar o entusiasmo e a valentia que impulsionaram os Apóstolos e os primeiros discípulos”.

“O Espírito Santo que os alentou a abrir as portas do cenáculo, tornando-os Evangelizadores, é o mesmo Espírito que move hoje a Igreja em um renovado anúncio de esperança aos homens de nosso tempo”.

A nova evangelização – indicou – “deverá encarregar-se de encontrar os caminhos para tornar mais eficaz o anúncio da salvação, sem o qual a existência pessoal permanece em sua contradição e privada do essencial”.
“Também em quem permanece o laço com as raízes cristãs, mas vive a difícil relação com a modernidade, é importante fazer compreender que o ser cristão não é uma espécie de traje que se veste de forma privada ou em ocasiões particulares, mas algo vivo e integral, capaz de assumir tudo que há de bom na modernidade.”

Neste contexto, o Papa pediu “um projeto que seja capaz de ajudar toda a Igreja e as diferentes Igrejas particulares em seu compromisso com a nova evangelização”, em que “a urgência por um renovado anúncio se encarregue da formação, em particular das novas gerações”, e “se conjugue com a proposta de sinais concretos para fazer evidente a resposta que a igreja pretende oferecer neste momento especial”.

Dado que “o estilo de vida dos crentes precisa de uma genuína credibilidade, tanto mais convincente quanto mais é dramática a condição daqueles aos quais se dirigem”, o Papa concluiu com palavras da exortaçãoEvangelii nuntiandi, de Paulo VI: “Será pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de mais nada, evangelizar este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus, testemunho de pobreza, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade”.
 
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