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sexta-feira, 30 de março de 2012

Comissão Organizadora da JMJ 2013 participa de reunião em Roma

Por Felipe Viana


A partir desta quarta-feira, 28, membros Comissão Organizadora da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013 irão participar de uma reunião para avaliar a JMJ 2011, em Madri, e apresentar os preparativos para o evento no Brasil. A comissão organizadora chegou em Roma nesse final de semana.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Cerimônia de despedida do Papa Bento XVI

Por Felipe Viana

 
DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
Havana, Aeroporto Internacional José Martí
Quarta-feira, 28 de Março de 2012



Senhor Presidente,
Senhores Cardeais e amados Irmãos
no Episcopado,
Distintas autoridades,
Senhoras e Senhores,
Amigos todos!



Dou graças a Deus por me ter permitido visitar esta linda Ilha, que deixou uma marca tão profunda no coração do meu amado predecessor, o Beato João Paulo II, quando veio a estas terras como mensageiro da verdade e da esperança. Ardente era também o meu desejo de poder vir estar convosco como peregrino da caridade, para agradecer à Virgem Maria a presença da sua veneranda imagem do Santuário d’El Cobre. De lá há quatro séculos que acompanha o caminho da Igreja nesta Nação e infunde coragem em todos os cubanos, para que descubram, da mão de Cristo, o verdadeiro sentido das ansiedades e desejos que incubam no coração humano e tenham a força necessária para construir uma sociedade solidária, onde ninguém se sinta excluído. «Cristo, que ressuscitou dos mortos, brilha neste mundo, e fá-lo de modo mais claro precisamente onde tudo, segundo o juízo humano, parece lúgubre e sem esperança. Ele venceu a morte – Ele vive – e a fé n’Ele penetra, como uma pequena luz, tudo o que é escuro e ameaçador» (Vigília de Oração com os jovens, Feira de Friburgo de Brisgovia, 24 de setembro de 2011).

Agradeço ao Senhor Presidente e demais autoridades do País a solicitude e generosa colaboração prestada para o bom andamento desta viagem. Exprimo a minha viva gratidão também aos membros da Conferência dos Bispos Católicos de Cuba, que não pouparam esforços nem sacrifícios para o mesmo fim, e a quantos de variados modos deram a sua contribuição, especialmente com a oração.

Levo no mais íntimo do coração todos e cada um dos cubanos, que me envolveram com a sua oração e carinho, reservando-me uma cordial hospitalidade e partilhando comigo as suas mais profundas e justas aspirações.

Vim aqui como testemunha de Jesus Cristo, firmemente convicto de que onde Ele chega, o desânimo dá lugar à esperança, a bondade afasta incertezas e uma força vigorosa abre o horizonte a perspectivas inusitadas e benéficas. Em nome de Cristo, e como Sucessor do Apóstolo Pedro, quis lembrar a sua mensagem de salvação, para que fortaleça o entusiasmo e a solicitude dos Bispos cubanos, bem como dos seus sacerdotes, dos religiosos e daqueles que generosamente se preparam para o sacerdócio e a vida consagrada; e sirva de novo impulso também para quantos colaboram, com constância e abnegação, na obra de evangelização, especialmente os fiéis leigos, a fim de que, intensificando a sua entrega a Deus nos respectivos ambientes de vida e no trabalho, não se cansem de oferecer, responsavelmente, a sua contribuição para o bem e o progresso integral da pátria.

O caminho que Cristo propõe à humanidade – e a cada pessoa e povo, em particular – em nada a tolhe, antes pelo contrário, é o fator primeiro e principal do seu verdadeiro progresso. Que a luz do Senhor, que brilhou fulgurantemente nestes dias, não se apague naqueles que a acolheram e ajude a todos a reforçarem a concórdia e a fazerem frutificar o melhor da alma cubana, os seus valores mais nobres, sobre os quais é possível fundar uma sociedade de largos horizontes, renovada e reconciliada. Que ninguém se veja impedido de tomar parte nesta tarefa apaixonante pela limitação das suas liberdades fundamentais, nem eximido dela por negligência ou carência de recursos materiais; situação esta, que fica agravada quando medidas econômicas restritivas impostas de fora ao País pesam negativamente sobre a população.

Concluo aqui a minha peregrinação, mas continuarei a rezar fervorosamente para que sigais em frente e Cuba seja a casa de todos e para todos os cubanos, onde convivam a justiça e a liberdade, num clima de serena fraternidade. O respeito e a promoção da liberdade que vive no coração de cada homem são imprescindíveis para responder adequadamente às exigências fundamentais da sua dignidade e, assim, construir uma sociedade onde cada um se sinta protagonista indispensável do futuro da sua vida, da sua família e da sua pátria.

A hora atual exige de modo urgente que se eliminem na convivência humana, nacional e internacional, posições inamovíveis e perspectivas unilaterais, que tendem a tornar mais árduo o entendimento e ineficaz o esforço de colaboração. Eventuais discrepâncias e dificuldades hão de solucionar-se procurando incansavelmente aquilo que une a todos, com diálogo paciente e sincero, compreensão mútua e uma leal vontade de escuta que acolha metas portadoras de novas esperanças.

Cuba, reaviva em ti a fé dos teus maiores, extrai dela a força para edificar um futuro melhor, confia nas promessas do Senhor, abre o teu coração ao seu Evangelho para renovar autenticamente a vida pessoal e social.

Ao mesmo tempo que vos digo o meu sentido adeus, peço a Nossa Senhora da Caridade do Cobre que proteja com o seu manto todos os cubanos, os ampare no meio das provações e lhes obtenha do Todo-Poderoso a graça que mais anseiam.
Até sempre, Cuba, terra embelezada pela presença materna de Maria! Que Deus abençoe o teu futuro. Muito obrigado!


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

Papa Bento XVI encontra-se com Fidel Castro

Por Felipe Viana



 Bento XVI e o antigo líder cubano Fidel Castro reuniram-se na Nunciatura Apostólica em Havana, à porta fechada, durante cerca de meia hora.
Em conferência de imprensa, o director da sala de imprensa da Santa Sé referiu que a reunião foi “muito cordial” e abordou questões da atualidade mundial, temas de ciência, cultura e ecologia.

O Papa manifestou a sua alegria por estar em Cuba, manifestando a sua gratidão pelo acolhimento recebido, segundo o padre Federico Lombardi.

Fidel Castro manifestou-se sobre a beatificação de Madre Teresa de Calcutá, tendo colocado perguntas sobre as mudanças na liturgia católica e sobre o papel do Papa, a quem assegurou que acompanhou esta viagem através da televisão.
Ambos brincaram com a sua idade e Bento XVI, que em abril completa 85 anos, disse ser um “ancião” que ainda faz o seu trabalho.

O Papa falou das suas viagens, dos encontros com as populações e prometeu enviar livros a Fidel Castro, que lhe pediu textos para aprofundar a temática da relação entre fé e razão.
O antigo presidente cubano falou das dificuldades nos tempos atuais, para a humanidade, e Bento XVI aludiu à ausência de Deus.
Com o Papa estiveram ainda a mulher e as duas filhas de Fidel Castro.

O encontro decorreu pouco depois de Bento XVI ter apelado "à liberdade religiosa em Cuba, na missa final da sua visita de três dias ao país, afirmando que esta ilha precisa de mudanças e "transformação social".

Fidel Castro revelara ter solicitado ao Papa “uns minutos do seu ocupado tempo”, assinalando que a resposta positiva lhe chegou através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, segundo o qual Bento XVI ficaria agradado com "este modesto e simples contacto”.

O Papa, que completa 85 anos em abril, termina hoje a sua segunda viagem à América Latina, iniciada na sexta-feira com uma visita ao México, tendo-se seguido, desde segunda-feira, a ilha de Cuba.


Fonte: Rádio Vaticano

Homilia do Papa Bento XVI na Praça da Revolução em Cuba

Por Felipe Viana



HOMILIA DO PAPA BENTO XVI
Havana, Praça da Revolução José Martí
Quarta-feira, 28 de Março de 2012


 
Amados irmãos e irmãs!

«Bendito sejais, Senhor, Deus dos nossos pais (...). Bendito o vosso nome glorioso e santo» (Dn 3, 52). Este hino de bênção do livro de Daniel ressoa hoje na nossa liturgia,
convidando-nos repetidamente a bendizer e louvar a Deus. Somos parte da multidão daquele coro que celebra o Senhor sem cessar. Unimo-nos a este concerto de ação de graças, oferecendo a nossa voz jubilosa e confiante, que procura fundar no amor e na verdade o caminho da fé.

«Bendito seja Deus» que nos reúne nesta praça emblemática, para mergulharmos mais profundamente na sua vida. Sinto uma grande alegria por estar hoje no vosso meio e presidir a Santa Missa no coração deste Ano Jubilar dedicado à Virgem da Caridade do Cobre.

Saúdo cordialmente o Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, e agradeço-lhe as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todos. Estendo a minha saudação aos Senhores Cardeais, aos meus irmãos Bispos de Cuba e doutros países que quiseram participar nesta solene celebração. Saúdo também os sacerdotes, os seminaristas, os religiosos e todos os fiéis aqui reunidos, bem como as autoridades que nos acompanham.

Na primeira leitura que foi proclamada, os três jovens, perseguidos pelo soberano babilonense, antes preferem morrer queimados pelo fogo que trair a sua consciência e a sua fé. Eles encontraram a força de «louvar, glorificar e bendizer a Deus» na convicção de que o Senhor do universo e da história não os abandonaria à morte e ao nada. De fato, Deus nunca abandona os seus filhos, nunca os esquece. Está acima de nós e é capaz de nos salvar com o seu poder; ao mesmo tempo, está perto do seu povo e, por meio do seu Filho Jesus Cristo, quis habitar entre nós.

«Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará» (Jo 8, 31). No texto do Evangelho que foi proclamado, Jesus revela-Se como o Filho de Deus Pai, o Salvador, o único que pode mostrar a verdade e dar a verdadeira liberdade. Mas o seu ensinamento gera resistência e inquietação entre os seus interlocutores, e Ele acusa-os de procurarem a sua morte, aludindo ao supremo sacrifício da Cruz, já próximo. Ainda assim, exorta-os a acreditar, a permanecer na sua Palavra para conhecerem a verdade que redime e dignifica.

Com efeito, a verdade é um anseio do ser humano, e procurá-la supõe sempre um exercício de liberdade autêntica. Muitos, todavia, preferem os atalhos e procuram evitar essa tarefa. Alguns, como Pôncio Pilatos, ironizam sobre a possibilidade de conhecer a verdade (cf. Jo 18, 38), proclamando a incapacidade do homem de alcançá-la ou negando que exista uma verdade para todos. Esta atitude, como no caso do ceticismo e do relativismo, produz uma transformação no coração, tornando as pessoas frias, vacilantes, distantes dos demais e fechadas em si mesmas. São pessoas que lavam as mãos, como o governador romano, e deixam correr o rio da história sem se comprometer.

Entretanto há outros que interpretam mal esta busca da verdade, levando-os à irracionalidade e ao fanatismo, pelo que se fecham na «sua verdade» e tentam impô-la aos outros. São como aqueles legalistas obcecados que, ao verem Jesus ferido e ensanguentado, exclamam enfurecidos: «Crucifica-o!» (cf. Jo 19, 6). Na realidade, quem age irracionalmente não pode chegar a ser discípulo de Jesus. Fé e razão são necessárias e complementares na busca da verdade. Deus criou o homem com uma vocação inata para a verdade e, por isso, dotou-o de razão. Certamente não é a irracionalidade que promove a fé cristã, mas a ânsia da verdade. Todo o ser humano deve perscrutar a verdade e optar por ela quando a encontra, mesmo correndo o risco de enfrentar sacrifícios.

Além disso, a verdade sobre o homem é um pressuposto imprescindível para alcançar a liberdade, porque nela descobrimos os fundamentos duma ética com que todos se podem confrontar, e que contém formulações claras e precisas sobre a vida e a morte, os deveres e direitos, o matrimônio, a família e a sociedade, enfim sobre a dignidade inviolável do ser humano. É este patrimônio ético que pode aproximar todas as culturas, povos e religiões, as autoridades e os cidadãos, os cidadãos entre si, os crentes em Cristo com aqueles que não crêem n’Ele.

Ao ressaltar os valores que sustentam a ética, o cristianismo não impõe mas propõe o convite de Cristo para conhecer a verdade que nos torna livres. O fiel é chamado a dirigir este convite aos seus contemporâneos, como fez o Senhor, mesmo perante o sombrio presságio da rejeição e da Cruz. O encontro pessoal com Aquele que é a verdade em pessoa impele-nos a partilhar este tesouro com os outros, especialmente através do testemunho.

Queridos amigos, não hesiteis em seguir Jesus Cristo. N’Ele encontramos a verdade sobre Deus e sobre o homem. Ajuda-nos a superar os nossos egoísmos, a sair das nossas ambições e a vencer o que nos oprime. Aquele que pratica o mal, aquele que comete pecado é escravo do pecado e nunca alcançará a liberdade (cf. Jo 8, 34). Somente renunciando ao ódio e ao nosso coração endurecido e cego é que seremos livres, e uma vida nova germinará em nós.

Com a firme convicção de que a verdadeira medida do homem é Cristo e sabendo que n’Ele se encontra a força necessária para enfrentar toda a provação, desejo anunciar-vos abertamente o Senhor Jesus como Caminho, Verdade e Vida. N’Ele todos encontrarão a liberdade plena, a luz para compreender profundamente a realidade e transformá-la com o poder renovador do amor.

A Igreja vive para partilhar com os outros a única coisa que possui: o próprio Cristo, esperança da glória (cf. Col 1, 27). Para realizar esta tarefa, é essencial que ela possa contar com a liberdade religiosa, que consiste em poder proclamar e celebrar mesmo publicamente a fé, comunicando a mensagem de amor, reconciliação e paz que Jesus trouxe ao mundo. Há que reconhecer, com alegria, os passos que se têm realizado em Cuba para que a Igreja cumpra a sua irrenunciável missão de anunciar, publica e abertamente, a sua fé. Mas é preciso avançar ulteriormente. E desejo encorajar as instâncias governamentais da Nação a reforçarem aquilo que já foi alcançado e a prosseguirem por este caminho de genuíno serviço ao bem comum de toda a sociedade cubana.

O direito à liberdade religiosa, tanto na sua dimensão individual como comunitária, manifesta a unidade da pessoa humana, que é simultaneamente cidadão e crente, e legitima também que os crentes prestem a sua contribuição para a construção da sociedade. O seu reforço consolida a convivência, alimenta a esperança de um mundo melhor, cria condições favoráveis para a paz e o desenvolvimento harmonioso, e ao mesmo tempo estabelece bases firmes para garantir os direitos das gerações futuras.

Quando a Igreja põe em relevo este direito, não está a reclamar qualquer privilégio. Pretende apenas ser fiel ao mandato do seu Fundador divino, consciente de que, onde se torna presente Cristo, o homem cresce em humanidade e encontra a sua consistência. Por isso, a Igreja procura dar este testemunho na sua pregação e no seu ensino, tanto na catequese como nos ambientes formativos e universitários. Esperemos que também aqui chegue brevemente o momento em que a Igreja possa levar aos diversos campos do saber os benefícios da missão que o seu Senhor lhe confiou e que ela não pode jamais negligenciar.

Ínclito exemplo deste trabalho foi o insigne sacerdote Félix Varela, educador e professor, filho ilustre desta cidade de Havana, que passou à história de Cuba como o primeiro que ensinou o seu povo a pensar. O padre Varela indica-nos o caminho para uma verdadeira transformação social: formar homens virtuosos para forjar uma nação digna e livre, já que esta transformação dependerá da vida espiritual do homem; de fato, «não há pátria sem virtude» (Cartas a Elpídio, carta sexta, Madrid 1836, 220). Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas estas só terão lugar se cada um estiver em condições de se interrogar acerca da verdade e se decidir a enveredar pelo caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade.

Invocando a proteção maternal de Maria Santíssima, peçamos que, participando regularmente na Eucaristia, nos tornemos também testemunhas da caridade que responde ao mal com o bem (cf. Rm 12, 21), oferecendo-nos como hóstia viva a Quem amorosamente Se entregou por nós. Caminhemos na luz de Cristo, que pode dissipar as trevas do erro. Supliquemos-Lhe que, com o valor e o vigor dos santos, cheguemos a dar uma resposta livre, generosa e coerente a Deus, sem medos nem rancores. Amém.


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

terça-feira, 27 de março de 2012

Visita ao Santuário da Virgem da Caridade do Cobre

Por Felipe Viana



SAUDAÇÃO DO PAPA BENTO XVI
Santiago de Cuba
Terça-feira, 27 de Março de 2012




Amados irmãos e irmãs!

Vim como peregrino até ao solar da imagem sagrada de Nossa Senhora da Caridade – «a Mambisa», como carinhosamente a invocais. A sua presença nesta localidade de El Cobre é um presente do Céu para os cubanos.

Desejo saudar cordialmente todos os que aqui se encontram. Recebei o carinho do Papa e levai-o por todo o lado, para que a consolação e a fortaleza na fé sejam sentidas por todos. Fazei saber, a quantos se encontram perto ou longe, que confiei à Mãe de Deus o futuro da sua Pátria pedindo-Lhe que avance por caminhos de renovação e de esperança para o maior bem de todos os cubanos.

Também pedi à Virgem Santíssima pelas necessidades das pessoas que sofrem, por aquelas que estão privadas da liberdade, longe dos seus entes queridos, ou que passam por graves momentos de dificuldade. Ao mesmo tempo coloquei no seu Coração Imaculado os jovens, para que sejam verdadeiros amigos de Cristo e não cedam às propostas que deixam atrás de si a tristeza. Diante de Nossa Senhora da Caridade, lembrei-me também e de modo particular dos cubanos descendentes daqueles que para aqui vieram trazidos da África, assim como da população do vizinho Haiti, que sofre ainda as consequências do conhecido terremoto de dois anos atrás. E não esqueci tantos agricultores e suas famílias, que desejam viver intensamente nos seus lares o Evangelho e oferecem também as suas casas como centros de missão para a celebração da Eucaristia.

A exemplo da Santíssima Virgem, encorajo todos os filhos desta amada terra a continuarem edificando a vida sobre a rocha firme que é Jesus Cristo, a trabalharem pela justiça, a serem servidores da caridade e perseverantes no meio das provações. Que nada e ninguém vos roube a alegria interior, tão característica da alma cubana. Deus vos abençoe. Muito obrigado.


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

segunda-feira, 26 de março de 2012

"Angelus Domini nuntiavit Mariæ"

Por Felipe Viana






Homilia da Missa em Santiago de Cuba (Cuba)

Por Felipe Viana



Senhor Presidente,
Senhores Cardeais e Irmãos no Episcopado,
Distintas Autoridades,
Membros do Corpo Diplomático,
Senhores e senhoras,
Queridos amigos cubanos!



Agradeço-lhe, Senhor Presidente, o acolhimento dispensado e as amáveis palavras de boas-vindas com que quis transmitir, da sua parte e também do governo e do povo cubano, os sentimentos de respeito pelo Sucessor de Pedro. Saúdo as Autoridades que nos acompanham, assim como os Membros do Corpo Diplomático aqui presentes. Dirijo uma cordial saudação a D. Dionisio Guillermo García Ibáñez, Arcebispo de Santiago de Cuba e Presidente da Conferência Episcopal, ao Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, e aos restantes Bispos de Cuba, a todos certificando da minha solidariedade espiritual. E por fim saúdo, com todo o carinho do meu coração, os fiéis da Igreja Católica em Cuba, os amados habitantes desta linda Ilha e todos os cubanos onde quer que se encontrem. Tenho-vos sempre muito presente no coração e na minha oração, e ainda mais nos últimos dias quando o momento tão desejado de vos visitar se ia aproximando e que, graças à bondade divina, chegou.

Encontrando-me agora no vosso meio, não posso deixar de lembrar a histórica visita a Cuba do meu predecessor, o Beato João Paulo II, que deixou uma marca indelével na alma dos cubanos. O seu exemplo e os seus ensinamentos constituem uma guia luminosa para muitos, crentes ou não, que os orienta tanto na vida pessoal como na atuação pública ao serviço do bem comum da Nação. De fato, a sua passagem pela Ilha foi uma espécie de brisa suave de fresca aragem que deu novo vigor à Igreja em Cuba, despertando em muitas pessoas uma renovada consciência da importância da fé e encorajando a abrir os corações a Cristo, ao mesmo tempo que reacendeu a esperança e revigorou o desejo de trabalhar corajosamente por um futuro melhor. Um dos frutos importantes daquela visita foi a inauguração duma nova etapa nas relações entre a Igreja e o Estado cubano caracterizada por um espírito de maior colaboração e confiança, embora permaneçam ainda muitos aspectos em que se pode e deve avançar, especialmente no que diz respeito à contribuição imprescindível que a religião é chamada a prestar no âmbito público da sociedade.

Estou muito feliz por poder partilhar a vossa alegria na celebração do IV centenário da descoberta da imagem sagrada da Virgem da Caridade do Cobre. A sua figura cativante esteve, desde o início, muito presente tanto na vida pessoal dos cubanos como nos grandes acontecimentos do País, especialmente durante a sua independência, sendo venerada por todos como verdadeira mãe do povo cubano. A devoção à «Virgem Mambisa» sustentou a fé e encorajou a defesa e promoção de tudo o que dignifica a condição humana e dos seus direitos fundamentais; e hoje continua fazê-lo ainda com mais força, dando assim testemunho visível da fecundidade da pregação do Evangelho nestas terras e das profundas raízes cristãs que configuram a identidade mais genuína da alma cubana. Seguindo o rasto deixado por tantos peregrinos ao longo destes séculos, também eu desejo ir a El Cobre prostrar-me aos pés da Mãe de Deus para Lhe agradecer a solicitude com que cuida de todos os seus filhos cubanos e confiar à sua intercessão os destinos desta amada Nação para que os guie pelas sendas da justiça, da paz, da liberdade e da reconciliação.

Venho a Cuba como peregrino da caridade, para confirmar os meus irmãos na fé e encorajá-los na esperança, que nasce da presença do amor de Deus nas nossas vidas. Levo no coração as justas aspirações e os legítimos desejos de todos os cubanos – onde quer que se encontrem –, os seus sofrimentos e alegrias, as suas preocupações e os anseios mais nobres, especialmente dos jovens e dos idosos, dos adolescentes e das crianças, dos doentes e dos trabalhadores, dos encarcerados e dos seus familiares, bem como dos pobres e necessitados.

Muitas partes do mundo atravessam, hoje, um momento de particular dificuldade econômica, cuja origem tantos concordam em situá-la numa profunda crise de tipo espiritual e moral, que deixou o homem sem valores e desprotegido contra a ganância e o egoísmo de certos poderes que não têm em conta o bem autêntico das pessoas e das famílias. Não é possível continuar por mais tempo na mesma direção cultural e moral, que causou esta situação dolorosa que muitos sentem. Em vez disso, o verdadeiro progresso necessita duma ética que coloque no centro a pessoa humana e tenha em conta as suas exigências mais autênticas, de modo especial a sua dimensão espiritual e religiosa. Por isso, vai ganhando cada vez mais espaço, no coração e na mente de muitas pessoas, a certeza de que a regeneração das sociedades e do mundo exige homens retos e de firmes convicções morais e altos valores de fundo que não sejam manipuláveis por interesses limitados mas correspondam à natureza imutável e transcendente do ser humano.

Queridos amigos, estou convencido de que Cuba, neste momento tão importante da sua história, estende já o seu olhar para o amanhã, esforçando-se por renovar e ampliar os seus horizontes; para isso contribuirá aquele imenso patrimônio de valores espirituais e morais que plasmaram a sua identidade mais genuína e que estão esculpidos na obra e na vida de muitos e insignes pais da Pátria, como o Beato José Olallo y Valdés, o Servo de Deus Félix Varela e o insigne José Martí. A Igreja, por sua vez, soube contribuir diligentemente para a promoção de tais valores através da sua generosa e incansável missão pastoral, e renova os seus propósitos de continuar a trabalhar sem descanso para servir do melhor modo a todos os cubanos.

Peço ao Senhor que abençoe copiosamente esta terra e seus filhos, particularmente os que se sentem desfavorecidos, os marginalizados e quantos sofrem no corpo ou no espírito, e conceda a todos, por intercessão de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, um futuro cheio de esperança, solidariedade e concórdia. Muito obrigado.


Fonte: Rádio Vaticano

Cerimônia de boas vindas de S.S. Bento XVI em sua chegada em Cuba

Por Felipe Viana



DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
Santiago de Cuba, Aeroporto Internacional Antonio Maceo
Segunda-feira, 26 de Março de 2012




 Senhor Presidente,
Senhores Cardeais e Irmãos no Episcopado,
Distintas Autoridades,
Membros do Corpo Diplomático,
Senhores e senhoras,
Queridos amigos cubanos!


Agradeço-lhe, Senhor Presidente, o acolhimento dispensado e as amáveis palavras de boas-vindas com que quis transmitir, da sua parte e também do governo e do povo cubano, os sentimentos de respeito pelo Sucessor de Pedro. Saúdo as Autoridades que nos acompanham, assim como os Membros do Corpo Diplomático aqui presentes. Dirijo uma cordial saudação a D. Dionisio Guillermo García Ibáñez, Arcebispo de Santiago de Cuba e Presidente da Conferência Episcopal, ao Cardeal Jaime Ortega y Alamino, Arcebispo de Havana, e aos restantes Bispos de Cuba, a todos certificando da minha solidariedade espiritual. E por fim saúdo, com todo o carinho do meu coração, os fiéis da Igreja Católica em Cuba, os amados habitantes desta linda Ilha e todos os cubanos onde quer que se encontrem. Tenho-vos sempre muito presente no coração e na minha oração, e ainda mais nos últimos dias quando o momento tão desejado de vos visitar se ia aproximando e que, graças à bondade divina, chegou.

Encontrando-me agora no vosso meio, não posso deixar de lembrar a histórica visita a Cuba do meu predecessor, o Beato João Paulo II, que deixou uma marca indelével na alma dos cubanos. O seu exemplo e os seus ensinamentos constituem uma guia luminosa para muitos, crentes ou não, que os orienta tanto na vida pessoal como na atuação pública ao serviço do bem comum da Nação. De fato, a sua passagem pela Ilha foi uma espécie de brisa suave de fresca aragem que deu novo vigor à Igreja em Cuba, despertando em muitas pessoas uma renovada consciência da importância da fé e encorajando a abrir os corações a Cristo, ao mesmo tempo que reacendeu a esperança e revigorou o desejo de trabalhar corajosamente por um futuro melhor. Um dos frutos importantes daquela visita foi a inauguração duma nova etapa nas relações entre a Igreja e o Estado cubano caracterizada por um espírito de maior colaboração e confiança, embora permaneçam ainda muitos aspectos em que se pode e deve avançar, especialmente no que diz respeito à contribuição imprescindível que a religião é chamada a prestar no âmbito público da sociedade.

Estou muito feliz por poder partilhar a vossa alegria na celebração do IV centenário da descoberta da imagem sagrada da Virgem da Caridade do Cobre. A sua figura cativante esteve, desde o início, muito presente tanto na vida pessoal dos cubanos como nos grandes acontecimentos do País, especialmente durante a sua independência, sendo venerada por todos como verdadeira mãe do povo cubano. A devoção à «Virgem Mambisa» sustentou a fé e encorajou a defesa e promoção de tudo o que dignifica a condição humana e dos seus direitos fundamentais; e hoje continua fazê-lo ainda com mais força, dando assim testemunho visível da fecundidade da pregação do Evangelho nestas terras e das profundas raízes cristãs que configuram a identidade mais genuína da alma cubana. Seguindo o rasto deixado por tantos peregrinos ao longo destes séculos, também eu desejo ir a El Cobre prostrar-me aos pés da Mãe de Deus para Lhe agradecer a solicitude com que cuida de todos os seus filhos cubanos e confiar à sua intercessão os destinos desta amada Nação para que os guie pelas sendas da justiça, da paz, da liberdade e da reconciliação.

Venho a Cuba como peregrino da caridade, para confirmar os meus irmãos na fé e encorajá-los na esperança, que nasce da presença do amor de Deus nas nossas vidas. Levo no coração as justas aspirações e os legítimos desejos de todos os cubanos – onde quer que se encontrem –, os seus sofrimentos e alegrias, as suas preocupações e os anseios mais nobres, especialmente dos jovens e dos idosos, dos adolescentes e das crianças, dos doentes e dos trabalhadores, dos encarcerados e dos seus familiares, bem como dos pobres e necessitados.

Muitas partes do mundo atravessam, hoje, um momento de particular dificuldade econômica, cuja origem tantos concordam em situá-la numa profunda crise de tipo espiritual e moral, que deixou o homem sem valores e desprotegido contra a ganância e o egoísmo de certos poderes que não têm em conta o bem autêntico das pessoas e das famílias. Não é possível continuar por mais tempo na mesma direção cultural e moral, que causou esta situação dolorosa que muitos sentem. Em vez disso, o verdadeiro progresso necessita duma ética que coloque no centro a pessoa humana e tenha em conta as suas exigências mais autênticas, de modo especial a sua dimensão espiritual e religiosa. Por isso, vai ganhando cada vez mais espaço, no coração e na mente de muitas pessoas, a certeza de que a regeneração das sociedades e do mundo exige homens retos e de firmes convicções morais e altos valores de fundo que não sejam manipuláveis por interesses limitados mas correspondam à natureza imutável e transcendente do ser humano.

Queridos amigos, estou convencido de que Cuba, neste momento tão importante da sua história, estende já o seu olhar para o amanhã, esforçando-se por renovar e ampliar os seus horizontes; para isso contribuirá aquele imenso patrimônio de valores espirituais e morais que plasmaram a sua identidade mais genuína e que estão esculpidos na obra e na vida de muitos e insignes pais da Pátria, como o Beato José Olallo y Valdés, o Servo de Deus Félix Varela e o insigne José Martí. A Igreja, por sua vez, soube contribuir diligentemente para a promoção de tais valores através da sua generosa e incansável missão pastoral, e renova os seus propósitos de continuar a trabalhar sem descanso para servir do melhor modo a todos os cubanos.

Peço ao Senhor que abençoe copiosamente esta terra e seus filhos, particularmente os que se sentem desfavorecidos, os marginalizados e quantos sofrem no corpo ou no espírito, e conceda a todos, por intercessão de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, um futuro cheio de esperança, solidariedade e concórdia. Muito obrigado.


 Fonte: Boletim diário da Santa Sé

Cerimônia de despedida do Papa Bento XVI (México)

Por Felipe Viana



DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
Guanajuato, Aeroporto Internacional
Segunda-feira, 26 de Março de 2012



Senhor Presidente,
Distintas Autoridades,
Senhores Cardeais,
Amados Irmãos no Episcopado,
Amigos Mexicanos!




A minha breve mas intensa visita ao México está a chegar ao fim. Isto porém não significa o fim da minha estima e solidariedade por este país, que guardo no coração. Parto levando comigo muitas experiências inesquecíveis, como inesquecíveis são as muitas atenções e demonstrações de estima recebidas. Agradeço as amáveis palavras que me dirigiu o Senhor Presidente, e tudo o que as autoridade fizeram por esta significativa viagem. E agradeço de todo o coração a quantos facilitaram ou colaboraram para que os acontecimentos destes dias tivessem decorrido venturosamente, tanto nos aspectos importantes como nos menores detalhes. Peço ao Senhor que tantos esforços não tenham sido feitos em vão, mas, com a sua ajuda, produzam frutos abundantes e duradouros na vida de fé, esperança e caridade de León e Guanajuato, do México e dos países irmãos da América Latina e do Caribe.
Perante a fé em Jesus Cristo, que senti vibrar nos corações, e a devoção carinhosa à sua Mãe, aqui invocada com títulos tão belos como os de Guadalupe e da Luz, que vi espelhada nos rostos, desejo renovar, vigorosa e claramente, um apelo ao povo mexicano para que permaneça fiel a si mesmo e não se deixe amedrontar pelas forças do mal, para que seja corajoso e trabalhe a fim de que a seiva das suas raízes cristãs faça florir o seu presente e o seu futuro.

Também fui testemunha de sinais de preocupação com diversos aspectos da vida neste amado país, uns evidenciados recentemente e outros vindos do passado, que continuam a causar tantas dilacerações. Levo-os igualmente comigo, compartilhando tanto as alegrias como o sofrimento dos meus irmãos mexicanos, para os colocar em oração ao pé da Cruz, no coração de Cristo, donde dimanam a água e o sangue redentores.

Em tais circunstâncias, exorto ardentemente os católicos mexicanos e todos os homens e mulheres de boa vontade a não cederem à mentalidade utilitarista, que acaba sempre por sacrificar os mais frágeis e indefesos. Convido-os a um esforço solidário, que permita à sociedade renovar-se a partir dos seus alicerces para alcançar um vida digna, justa e pacífica para todos. Para os católicos, esta contribuição para o bem comum é uma exigência também daquela dimensão essencial do Evangelho que é a promoção humana e uma sublime manifestação da caridade. Por isso a Igreja exorta todos os seus fiéis a serem também bons cidadãos, conscientes da responsabilidade que têm de se preocupar com o bem dos outros, de todos, tanto na esfera pessoal como nos diversos sectores da sociedade.

Queridos amigos mexicanos, digo-vos «adeus!» no verdadeiro sentido da bela expressão tradicional hispânica: «Ficai com Deus!» Sim, adeus; até sempre no amor de Cristo, em que todos nos encontramos e encontraremos. Que o Senhor vos abençoe e Maria Santíssima vos proteja! Muito obrigado!


Fonte:Boletim diário da Santa Sé

Celebração das Vesperas com os bispos do México e da América Latina

Por Felipe Viana



A Igreja não pode separar o louvor de Deus do serviço do homem”. “A glória de Deus é a vida do homem”. A Igreja há-de “reviver e atualizar o que foi Jesus – o Bom Samaritano”: esta a recomendação do Papa aos bispos latino-americanos, nas Vésperas a que presidiu neste domingo à tarde, na catedral de León, dedicada a Nossa Senhora da Luz.

Bento XVI começou por aludir à “bela imagem que ali se venera e na qual a santíssima Virgem sustenta ao colo, de um lado, com grande ternura, o seu Filho, estendendo a outra mão em socorro dos pecadores. “Assim vê Maria a Igreja de todos os tempos, louvando-a por nos ter dado o Redentor, e confiando-se a ela por ser a Mãe que o seu divino Filho nos deixou, na cruz”.

Com palavras de grande cordialidade, o Papa exprimiu aos bispos do Mexico e de toda a América Latina a sua proximidade, partilhando com eles as preocupações ligadas à atividade pastoral, recordando os aplausos que espontaneamente sublinham, nas assembleias dos Sínodos dos bispos, os testemunhos de quem exerce o ministério em condições especialmente dolorosas. Trata-se – considerou Bento XVI – de um gesto que brota da fé no Senhor e exprime fraternidade nos trabalhos apostólicos, assim como gratidão e admiração pelos que semeiam o Evangelho no meio de espinhos, nuns casos em forma de perseguição e noutros com a marginalização ou o menosprezo. “O sucessor de Pedro participa destes sentimentos e agradece a vossa solicitude pastoral paciente e humilde” – assegurou o Papa.

Aludindo às celebrações dos 200 anos da independência dos países latino-americanos, o Papa sublinhou que “a fé católica marcou significativamente a vida, costumes e história deste Continente”. “Este é um momentos histórico no qual continuou a brilhar o nome de Cristo, que aqui chegou graças a insignes e abnegados missionários, que o proclamaram com audácia e sabedoria”.

Na parte final da homilia de Vésperas, na catedral de León, Bento XVI passou em revista, com os bispos latino-americanos, os diversos grupos de pessoas que hão-de acompanhar cuidadosamente, aliando compreensão e sentido de responsabilidade: dos seminaristas aos presbíteros, das diversas formas de vida consagrada aos leigos comprometidos na catequese, na animação litúrgica, na atividade caritativa e no compromisso social.
Sublinhando a necessidade de formar os leigos na fé, “para que o Evangelho se possa tornar presente e fecundo na sociedade de hoje”, o Papa advertiu que “não é justo que os leigos se sintam tratados como quem pouco conta na Igreja, não obstante o entusiasmo, sacrifício e dedicação com que nela atuam. “ Em tudo isto, é particularmente importante para os Pastores que reine um espírito de comunhão entre padres, religiosos e leigos, evitando divisões estéreis, críticas e receios nocivos.”

A concluir, um vibrante convite aos Bispos para que se mantenham “vigilantes, proclamando dia e noite a glória de Deus, que é a vida do homem”: “Estai do lado dos que são marginalizados pela força, pelo poder ou pela riqueza que ignora os que carecem praticamente de tudo. A Igreja não pode separar o louvor de Deus do serviço aos homens. O único Deus Pai e Criador fez-nos irmãos: ser homem é ser irmão e guardião do próximo. Neste caminho, juntamente com toda a humanidade, a Igreja tem que reviver e atualizar o que Jesus foi: o Bom Samaritano, que, vindo de longe, se inseriu na história dos homens, nos levantou do chão e tratou de nos curar”.



Fonte: Rádio vaticano

domingo, 25 de março de 2012

Imagens da Celebração eucaristica de Bento XVI no parque do bicentenário de Léon

Por Felipe Viana















Homilia do Papa Bento XVI no parque do bicentenário de Léon

Por Felipe Viana


León, Parque Expo Bicentenário
Domingo, 25 de Março de 2012


Amados irmãos e irmãs,

Sinto grande alegria por me encontrar no vosso meio e desejo agradecer profundamente a D. José Guadalupe Martín Rábago, Arcebispo de León, as suas amáveis palavras de boas-vindas. Saúdo o Episcopado Mexicano e ainda os Senhores Cardeais e os outros Bispos aqui presentes, em particular quantos provêm da América Latina e do Caribe. Dirijo a minha saudação calorosa também às Autoridades que nos acompanham e a todos os que se congregaram aqui para participar nesta Santa Missa presidida pelo Sucessor de Pedro.

«Criai em mim, ó Deus, um coração puro» (Sal 50, 12): pedimos no Salmo Responsorial. Esta súplica manifesta a profundidade com que devemos preparar-nos para celebrar, na próxima semana, o grande mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor. E ajuda-nos também a olhar no íntimo do coração humano, especialmente em momentos feitos de sofrimento e de esperança como os que atravessam actualmente o povo mexicano e outros povos da América Latina.

O anseio de um coração puro, sincero, humilde, agradável a Deus era já muito sentido por Israel, à medida que ia tomando consciência da persistência do mal e do pecado no seu seio, como um poder praticamente implacável e impossível de superar. A única possibilidade que lhe restava era confiar na misericórdia de Deus omnipotente e esperar que Ele mudasse a partir de dentro, do coração, uma situação insuportável, obscura e sem futuro. Assim foi ganhando espaço o recurso à misericórdia infinita do Senhor, que não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cf. Ez 33, 11). Um coração puro, um coração novo, é aquele que se reconhece impotente por si mesmo e se coloca nas mãos de Deus para continuar a esperar nas suas promessas. Deste modo, o salmista pode convictamente dizer ao Senhor: «Os transviados hão-de voltar para Vós» (Sal 50, 15). E, mais adiante, dará uma explicação que é ao mesmo tempo uma firme confissão de fé: «Não desprezareis, Senhor, um espírito humilhado e contrito» (Sal 50, 19).

A história de Israel narra também grandes proezas e batalhas, mas quando se trata da sua vida mais autêntica, do seu destino mais decisivo, isto é, da salvação, mais do que em suas próprias forças, Israel depõe a sua esperança em Deus, que pode criar um coração novo, sensível e submisso. Hoje, isto pode recordar a cada um de nós e aos nossos povos que, quando se trata da vida pessoal e comunitária na sua dimensão mais profunda, não bastam as estratégias humanas para nos salvar. Temos, também nós, de recorrer ao Único que nos pode dar vida em plenitude, porque Ele mesmo é a essência da vida e o seu autor, tendo-nos feito participantes dela por seu Filho Jesus Cristo.

O Evangelho de hoje vai mais longe, fazendo-nos ver como este antigo anseio de vida plena se cumpriu realmente em Cristo. Explica-o São João numa passagem onde se cruzam o desejo que alguns gregos tinham de ver Jesus e o momento em que o Senhor está para ser glorificado. À pergunta dos gregos, representantes do mundo pagão, Jesus responde dizendo: «Chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado» (Jo 12, 23). Uma resposta estranha, que parece incoerente com o pedido dos gregos: que tem a ver a glorificação de Jesus com o pedido de se encontrarem com Ele? E todavia há uma relação. Como anota Santo Agostinho, alguém poderia pensar que Jesus Se sentisse glorificado, porque vinham ter com Ele os gentios; algo parecido – diríamos nós hoje – com os aplausos da multidão, quando tributa «glória» aos grandes do mundo. Mas não é assim. «Convinha que a sublimidade da sua glorificação fosse precedida pela humildade da sua paixão» (In Joannis Ev., 51, 9: PL 35, 1766).

A resposta de Jesus, que anunciava a sua paixão como iminente, diz-nos que um eventual encontro naquela hora seria supérfluo e talvez ilusório. Aquele que os gregos realmente querem ver, contemplá-Lo-ão erguido na cruz, a partir da qual atrairá todos a Si (cf. Jo 12, 32). Lá terá início a sua «glória», por causa do seu sacrifício de expiação por todos, como o grão de trigo caído na terra que, morrendo, germina e dá fruto em abundância. Encontrarão Aquele que o seu coração, sem o saber, seguramente buscava: o verdadeiro Deus que Se faz reconhecível a todos os povos. Este é também o modo como Nossa Senhora de Guadalupe mostrou o seu divino Filho a São Juan Diego: não como um lendário herói portentoso, mas como o verdadeiro Deus pelo Qual se vive, o Criador das pessoas, dos vizinhos e parentes, do Céu e da Terra (cf. Nican Mopohua, v. 33). Naquele momento, Ela fez o que já tinha ensaiado nas Bodas de Caná. Na aflição pela falta de vinho, indicou claramente aos serventes que o caminho a seguir era o seu Filho: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2, 5).

Amados irmãos, quando vinha para cá, passei pelo monumento a Cristo Rei no cimo do Cubilete. O Beato João Paulo II, meu venerado predecessor, embora o desejasse ardentemente, não pôde visitar este lugar emblemático da fé do povo mexicano nas viagens que fez a esta amada terra. Hoje certamente rejubilará no Céu pela graça que o Senhor me concedeu de poder estar agora convosco, como terá abençoado também tantos milhões de mexicanos que ainda recentemente quiseram venerar as suas relíquias em todos os cantos do país. Pois bem, naquele monumento está representado Cristo Rei. Mas as coroas que O acompanham – uma de soberano e outra de espinhos –, indicam que a sua realeza não é como muitos a entenderam e entendem. O seu reino não consiste no poder dos seus exércitos submeterem os outros pela força ou pela violência; funda-se num poder maior, que conquista os corações: o amor de Deus, que Ele trouxe ao mundo com o seu sacrifício, e a verdade de que deu testemunho. Este é o seu domínio, que ninguém Lhe poderá tirar e que ninguém deve esquecer. Por isso é justo que este santuário seja, acima de tudo, um lugar de peregrinação, oração fervorosa, conversão, reconciliação, busca da verdade e acolhimento da graça. Pedimos a Jesus Cristo que reine nos nossos corações, tornando-os puros, dóceis, cheios de esperança e corajosos na sua humildade.

Também hoje, daqui deste parque escolhido para recordar o bicentenário do nascimento da nação mexicana, em que se concentram muitas diversidades sob um destino e uma tarefa comum, pedimos a Cristo um coração puro, onde Ele possa habitar como Príncipe da paz, graças ao poder de Deus que é o poder do bem, o poder do amor. E, para que Deus habite em nós, é preciso escutá-Lo, deixar-se interpelar cada dia pela sua Palavra, meditando-a no próprio coração, a exemplo de Maria (cf. Lc 2, 51). Assim cresce a nossa amizade pessoal com Ele, aprende-se o que Ele espera de nós e recebe-se alento para o darmos a conhecer aos outros.

Na Conferência de Aparecida, os Bispos da América Latina e do Caribe reconheceram, com clarividência, a necessidade de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho, radicada na história destas terras, «a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários» (Documento conclusivo, 11). E a Missão Continental, que agora se está realizando de diocese em diocese neste Continente, tem precisamente como objectivo fazer chegar esta convicção a todos os cristãos e às comunidades eclesiais, para que resistam à tentação duma fé superficial e rotineira, por vezes fragmentária e incoerente. Também aqui se deve superar o cansaço da fé e recuperar «a alegria de ser cristão,o ser sustentado pela felicidade interior de conhecer Cristo e pertencer à sua Igreja. E desta alegria nascem também as energias para servir Cristo nas situações opressivas de sofrimento humano, para se colocar à sua disposição em vez de acomodar-se no próprio bem-estar» (Discurso à Cúria Romana, 22 de Dezembro de 2011). Vemo-lo claramente nos Santos, que se entregaram plenamente à causa do Evangelho com entusiasmo e alegria, sem olhar a sacrifícios, incluindo o da própria vida. O seu coração vivia uma aposta incondicional por Cristo, de Quem tinham aprendido o que significa verdadeiramente amar até ao fim.

Neste sentido, o Ano da Fé, que proclamei para toda a Igreja, «é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. (…) Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria» (Porta fidei, 11 de Outubro de 2011, 6.7).

Pedimos à Virgem Maria que nos ajude a purificar o nosso coração, tanto mais que já se aproxima a celebração da festa da Páscoa, para que cheguemos a participar melhor no Mistério de salvação do seu Filho, tal como Ela o deu a conhecer nestas terras. E pedimos-Lhe também que continue a acompanhar e proteger os seus dilectos filhos mexicanos e latino-americanos, para que Cristo reine nas suas vidas e os ajude a promover com coragem a paz, a concórdia, a justiça e a solidariedade. Amen.


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

Neste domingo, em León, Bento XVI celebra Missa numa praça da cidade

Por Felipe Viana



Neste domingo Bento XVI vai rezar pelos “mártires de Cristo” no continente americano.
A oração vai ser feita no momento central desta viagem, a missa no Parque Bicentenário, espaço comemorativo dos 200 anos da independência do México que se localiza entre as cidades de Guanajuato, Silao e León, onde se esperam centenas de milhares de pessoas. A celebração terá inicio ás 10h00 da manhã hora local – as 18h00 em Roma.
A zona central do país é definida “região de mártires” e está intimamente ligada à ‘Guerra Cristera’ (1926-1929), levantamento popular contra as disposições anticlericais da Constituição Mexicana de 1917 e do presidente Plutarco Elías Calles.
Bento XVI vai sobrevoar de helicóptero a imagem de Cristo Rei, em Silao, referência para milhares de católicos que se constituíram num exército popular para defender a liberdade religiosa, combatendo ao grito de ‘Viva Cristo Rei’.
Nesta celebração, Bento XVI vai oferecer um mosaico, que vai ser colocado no interior do santuário de Cristo Rei.
O monumento situa-se na colina de Cubilete, centro geográfico do México, a 2579 metros de altitude, e a atual estátua, desenhada em 1942, é a quinta a ter sido colocada no local, após as limitações impostas pelo poder político..
Embora não marque presença fisicamente junto ao monumento, Bento XVI vai inaugurar a nova iluminação do Cristo Rei na colina de Cubilete, após o encontro com os bispos da América Latina, na Catedral de León, este domingo, no âmbito de celebração de Vésperas, com inicio ás 18.00 hora local – as 2h00 da manhã de segunda feira em Roma. Além dos 130 bispos mexicanos estarão presentes todos os representantes das conferencias episcopais dos países da América Latina e Caraíbas que celebram os 200 anos de independência



Fonte: Rádio Vaticano

Ilustração e comentário sobre os dois momentos deste Sábado

Por Felipe Viana



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No primeiro momento, às 18h locais, a visita de cortesia ao presidente mexicano Felipe Calderón, na sede do governo do Estado de Guanajuato – situada na capital homónima –, realizada com um colóquio de forma privada, sem discursos; no segundo momento, sempre na cidade de Guanajuato, um festejado e aguardado encontro com as crianças, na Praça da Paz.

Ao deixar o Colégio Miraflores de León onde se encontra hospedado nestes dias de visita ao México, Bento XVI viu repetir-se a manifestação de carinho e afeto dos mexicanos que, numerosos, vieram de todas as 91 dioceses do país para ver o Papa. De fato, setecentas mil pessoas acolheram-no quando de sua chegada saindo às ruas de León para dar as boas-vindas àquele que veio como “peregrino da fé, da esperança e da caridade.

Nas pegadas de seu predecessor, Bento XVI vem ao México dez anos após a última visita de João Paulo II, que por cinco vezes esteve neste país do “continente da esperança”. E vem a esta importante nação da América Latina no momento em que o México e muitos países latino-americanos celebram seu bicentenário de independência.

Com a visita de Bento XVI, a Igreja na América Latina recebe um impulso ulterior à Missão Continental, projeto de animação missionária que, há quase cinco anos, procura colocar a Igreja no “continente da esperança” em estado permanente de missão. Oriunda da Conferência de Aparecida – inaugurada por Bento XVI –, a Missão Continental constitui pronta resposta da Igreja latino-americana ao chamado à Nova Evangelização.
Os desafios não faltam: processo de enfraquecimento da fé, secularização, migração de muitos batizados rumo a outras comunidades cristãs e seitas e, não por último, a difusão de uma cultura dominante de matriz relativista e hedonista que atinge também a América Latina. Nesse contexto, a Igreja é chamada a responder a tais desafios com um exigente e imperioso convite à conversão, renovação espiritual e santidade de vida, consciente de que a questão crucial para ela, hoje, reside na fidelidade a seu Senhor.
Nesse sentido, os dois eventos principais desta primeira etapa da viagem de Bento XVI revestem-se de particular importância: a missa deste domingo, às 10h locais, no Parque do Bicentenário de León, onde se espera a participação de cerca de 300 mil fiéis; e a celebração das Vésperas, às 18h, na Catedral de León, na qual o Papa falará, em sua homilia, aos bispos do México e da América Latina. Em ambos os eventos, espera-se do Pontífice uma palavra que seja de encorajamento ao “zelo apostólico que atualmente anima e pretende a missão continental”, de modo que – como afirmara o próprio Papa – “se multipliquem os autênticos discípulos e missionários do Senhor e se renove a vocação da América Latina e do Caribe à esperança”.
De mente e coração abertos, os filhos desta terra aguardam as palavras do Sucessor de Pedro: que a sua mensagem nos anime no seguimento de Cristo e deste solo da América Latina onde há mais de 500 anos o Evangelho encontrou terra fecunda, possa resplandecer ao mundo inteiro um testemunho de “fé vigorosa, esperança viva e caridade ardente”.
De León, para a Rádio Vaticano, Raimundo de Lima.

Viagem apostólica de Bento XVI ( Saudação as crianças)

Por Felipe Viana


PALAVRAS DO PAPA BENTO XVI
Guanajuato, Praça da Paz,
Sábado, 24 de Março de 2012



Queridas crianças,

Estou contente por vos poder encontrar, vendo os vossos rostos encher de alegria esta linda praça. Vós ocupais um lugar muito importante no coração do Papa; e isto mesmo queria que o soubessem todas as crianças do México, neste momento, particularmente as que suportam o peso do sofrimento, o abandono, a violência ou a fome, que nestes meses, por causa da seca, se fez sentir intensamente nalgumas regiões. Obrigado por este encontro de fé, pela presença festiva e a alegria que exprimistes com os cânticos. Hoje estamos cheios de júbilo, e isto é importante. Deus quer que estejamos sempre felizes. Ele conhece-nos e ama-nos. Se deixarmos o amor de Cristo transformar o nosso coração, então poderemos mudar o mundo. Esse amor é o segredo da verdadeira felicidade.
Este lugar, onde nos encontramos, tem um nome que exprime o anseio presente no coração de todos os povos: «a paz», um dom que provém do Alto. «A paz esteja convosco» (Jo 20, 21): são palavras do Senhor ressuscitado. Ouvimo-las em cada Missa, e hoje ressoam de novo aqui, com a esperança de que cada um se transforme em semeador e mensageiro daquela paz pela qual Cristo entregou a sua vida.
O discípulo de Jesus não responde ao mal com o mal, mas sempre é instrumento do bem, arauto do perdão, portador da alegria, servidor da unidade. Jesus quer escrever em cada uma das vossas vidas uma história de amizade. Por isso considerai-O como o melhor dos vossos amigos. Ele não se cansará de vos dizer que ameis sempre a todos e façais o bem. Ouvireis isto mesmo, se vos esforçardes por manter um contacto frequente com Ele, que vos ajudará mesmo nas situações mais difíceis.
Vim para que sintais o meu afecto. Cada um de vós é um presente de Deus para o México e para o mundo. A vossa família, a Igreja, a escola e quantos detêm a responsabilidade na sociedade hão-de trabalhar, de mãos dadas, para que possais receber em herança um mundo melhor, sem invejas nem divisões.
Por isso, quero aqui elevar a minha voz, convidando todos a protegerem e cuidarem das crianças, para que nunca se apague o seu sorriso, podendo viver em paz e olhar o futuro com confiança.
Vós, meus amiguinhos, não estais sozinhos. Contai com a ajuda de Cristo e da sua Igreja, para levardes uma vida de estilo cristão. Participai na Missa dominical, na catequese, em algum grupo de apostolado, procurando lugares de oração, fraternidade e caridade. Assim fizeram os Beatos Cristóvão, António e João, os meninos mártires de Tlaxcala, que, tendo conhecido Jesus no tempo da primeira evangelização do México, descobriram que não havia maior tesouro do que Ele. Eram crianças como vós, e deles podemos aprender que, para amar e servir, não há idade.
Bem gostava de ficar mais tempo convosco, mas tenho de partir. Continuaremos unidos na oração. Por isso, convido-vos a não deixardes de rezar, mesmo em casa; assim experimentareis a alegria de falar com Deus em família. Rezai por todos; por mim também. Eu rezarei por vós, para que o México seja um lar onde todos os seus filhos vivam com serenidade e harmonia. De coração vos abençoo, pedindo-vos que transmitais o carinho e a bênção do Papa aos vossos pais, irmãos e demais seres queridos. Que a Virgem vos acompanhe! Muito obrigado, meus amiguinhos!


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

sábado, 24 de março de 2012

Viagem apostólica de Bento XVI ( Cerimónia de Boas Vindas )

Por Felipe Viana



DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
Silao, Aeroporto Internacional de Guanajuato
Sexta-feira,
23 de Março de 2012


Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhores Cardeais,
Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Distintas Autoridades,
Amado povo de Guanajuato e do México inteiro!

Sinto-me muito feliz por me encontrar aqui, dando graças a Deus que me permitiu realizar o desejo, presente há muito tempo no meu coração, de poder confirmar na fé o Povo de Deus desta grande nação, na sua própria terra. É notória a veneração do povo mexicano pelo Sucessor de Pedro, que, por sua vez, sempre o tem muito presente na sua oração. Apraz-me dizê-lo neste lugar, considerado o centro geográfico do território nacional; aqui desejou vir o meu venerado predecessor, o beato João Paulo II, já na sua primeira viagem. Não podendo fazê-lo, deixou então uma mensagem de encorajamento e bênção, quando sobrevoava o seu espaço aéreo. Hoje tenho a alegria de me fazer eco das suas palavras, em terra firme e no vosso meio: Agradeço – dizia ele na sua mensagem – a estima pelo Papa e a fidelidade ao Senhor dos fiéis do Bajío e de Guanajuato. Que Deus vos acompanhe sempre (cf. Telegrama, 30 de Janeiro de 1979).

Juntamente com esta íntima lembrança, agradeço-lhe, Senhor Presidente, a sua calorosa recepção e, com deferência, saúdo a sua distinta esposa e as outras autoridades que quiseram honrar-me com a sua presença. Uma saudação muito especial a D. José Guadalupe Martín Rábago, Arcebispo de León, e também a D. Carlos Aguiar Retes, Arcebispo de Tlalnepantla e Presidente da Conferência Episcopal Mexicana e do Conselho Episcopal Latino-Americano. Com esta breve visita, desejo cumprimentar todos os mexicanos e abraçar as nações e povos latino-americanos, aqui bem representados por tantos Bispos, precisamente neste lugar onde o majestoso monumento a Cristo Rei, no morro do Cubilete, testemunha o enraizamento da fé católica entre os mexicanos que, em todas as vicissitudes, se acolhem à sua bênção incessante.

O México e a maioria dos povos latino-americanos comemoraram o bicentenário da sua independência, ou estão para o fazer nestes anos. Muitas foram as celebrações religiosas promovidas para dar graças a Deus por este momento tão importante e significativo. E nelas – como se verificou na Santa Missa celebrada na Basílica de São Pedro, em Roma, na solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe –, invocou-se fervorosamente Maria Santíssima, que fez ver, com doçura, como o Senhor ama a todos e por todos, sem distinção, Se entregou. A nossa Mãe do Céu continuou a velar pela fé dos seus filhos também na formação destas nações, e continua a fazê-lo hoje face aos novos desafios que se lhes apresentam.

Venho como peregrino da fé, da esperança e da caridade. Desejo confirmar e consolidar na fé todos os crentes em Cristo e encorajá-los a revitalizá-la através da escuta da Palavra de Deus, dos sacramentos e da coerência de vida. Deste modo poderão, como missionários no meio dos seus irmãos, partilhar a fé com os outros e ser fermento na sociedade, contribuindo para uma convivência respeitadora e pacífica, assente na incomparável dignidade de toda a pessoa humana, criada por Deus, e que nenhum poder tem o direito de esquecer ou desprezar. Tal dignidade manifesta-se de forma eminente no direito fundamental à liberdade religiosa, quando vista no seu genuíno significado e na sua plena integridade.

Como peregrino da esperança, digo-lhes com São Paulo: «Não andem tristes como os outros, que não têm esperança» (1 Ts 4, 13). A confiança em Deus dá-nos a certeza de O encontrar e receber a sua graça, e nisto assenta a esperança de quem crê. E, ciente disto, o fiel esforça-se também por transformar as estruturas e os acontecimentos menos benignos da hora presente, que parecem imutáveis e invencíveis, ajudando quem não encontra sentido nem futuro na vida. Sim, a esperança muda, efectivamente, a existência concreta de cada homem e de cada mulher (cf. Spe salvi, 2). A esperança aponta para «um novo céu e uma nova terra» (Ap 21, 1), procurando tornar palpáveis já agora alguns dos seus reflexos. Além disso, quando se enraíza num povo e é compartilhada, ela irradia como a luz que afugenta as trevas opacas e opressivas. Este país e o Continente inteiro são chamados a viver a esperança em Deus como uma convicção profunda, transformando-a numa atitude do coração e num compromisso concreto de caminhar juntos para um mundo melhor. Como disse em Roma, «continuem a progredir sem desanimar na construção de uma sociedade fundada no progresso do bem, no triunfo do amor e na difusão da justiça» (Homilia na solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe, Roma, 12 de Dezembro de 2011).

Juntamente com a fé e a esperança, o crente em Cristo e a Igreja no seu conjunto vivem e praticam a caridade como elemento essencial da sua missão. Na sua acepção primária, a caridade é «simplesmente a resposta àquilo que, numa determinada situação, constitui a necessidade imediata» (Deus caritas est, 31a), tal como socorrer quem padece fome, carece de abrigo, está doente ou necessitado em qualquer vertente da sua vida. Ninguém fica excluído, por causa da sua origem ou das suas convicções, desta missão da Igreja, a qual não entra em competição com outras iniciativas privadas ou públicas, antes, pelo contrário, colabora de bom grado com quem persegue estes mesmos fins. Nada mais pretende senão fazer, de maneira desinteressada e respeitadora, o bem ao necessitado, a quem tantas vezes o que mais falta é precisamente uma prova de amor autêntico.

Senhor Presidente, amigos todos! Nestes dias, pedirei com insistência ao Senhor e à Virgem de Guadalupe por este povo para que honre a fé recebida e as suas melhores tradições; e rezarei de forma especial por quem mais necessita, particularmente pelos que sofrem por causa de antigas e novas rivalidades, ressentimentos e formas de violência. Já sei que estou num país que se orgulha da sua hospitalidade e deseja que ninguém se sinta estranho na sua terra. Sei disso; mas, aquilo que já sabia, agora vejo-o e sinto-o no mais íntimo do coração. Espero com toda a minha alma que o sintam também tantos mexicanos que vivem fora da sua pátria nativa, mas que nunca a esquecem e desejam vê-la crescer na concórdia e num verdadeiro desenvolvimento integral. Muito obrigado!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Beatificação do cardeal Van Thuan pode ocorrer em breve

Por Felipe Viana



Cardeal Van Thuan
A Igreja no Vietnã manifestou a esperança de que em breve aconteça a beatificação do cardeal Van Thuan.

"Os bispos, os fiéis e toda a Igreja do Vietnã têm grandes esperanças no sucesso do processo de beatificação do nosso querido cardeal Xavier Van Thuan. Ele era uma pessoa especial, que viveu o evangelho como o único critério da sua vida". Quem fala é Paul Nguyen Thai Hop, OP, bispo de Vinh e presidente da Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Vietnã, na véspera da chegada de uma delegação vaticana do Conselho Pontifício para a Justiça e a Paz.

A delegação permanecerá no Vietnã de 23 de março a 9 de abril, coletando testemunhos sobre a vida e a obra do cardeal Francis Xavier Nguyen Van Thuan, que deverão ser úteis para a causa de beatificação.

Dom Paul Nguyen Thai Hop declarou à Fides: "Os fiéis vivem a visita da delegação do Vaticano com grande alegria e esperança, com a certeza de que o caminho para a beatificação do cardeal chegará a bom termo. O cardeal Van Thuan é uma figura muito amada. Sua história e testemunho são muito importantes para os fiéis vietnamitas. Bispos, sacerdotes, religiosas, leigos: uma grande lista de pessoas serão recebidas pela delegação vaticana. A comunidade católica vive com grande expectativa, emoção e entusiasmo esta histórica visita".

O bispo fala ainda sobre o cardeal: "Quando eu era professor no Angelicum de Roma, o encontrava muito. Era uma pessoa especial, muito humilde, um homem que tinha como único critério de vida o evangelho. Ao lembrar dos dias escuros de cativeiro, ele não sentia ódio, mas falava com amor dos inimigos e perseguidores".

Entre os testemunhos que a delegação escutará, tem destaque especial o do atual arcebispo de Hue, Stephen Nguyen Nhu Thê, amigo pessoal do cardeal. A delegação visitará Saigon, no sul do Vietnã, onde Van Thuan foi arcebispo coadjutor, e continuará o trabalho na diocese de Nha Trang, onde o cardeal foi bispo em 1967, aos 39 anos. Depois, partirá para Hue, cidade natal do cardeal, onde ele foi ordenado sacerdote e vigário geral antes de continuar os estudos em Roma. A pesquisa terminará em Hanói, onde o cardeal ficou tanto na cadeia quanto em prisão domiciliar.

A causa de beatificação foi aberta em 22 de outubro de 2010, por proposta do Conselho Pontifício para a Justiça e a Paz, do qual Van Thuan foi presidente. O prelado tinha sido preso sem julgamento e passou treze anos no campo de prisioneiros. Exilado em Roma, foi ordenado cardeal um ano antes da morte, em 2002.

Atualmente, um Observatório sobre a Doutrina Social da Igreja traz o seu nome:
http://www.vanthuanobservatory.org



Fonte: Zenit

Bento XVI parte da Itália rumo ao México

Por Felipe Viana



Bento XVI embarcou no vôo B777 da Alitalia
Na manhã desta sexta-feira, 23, o Papa Bento XVI inicia sua 23ª viagem internacional que o levará ao México, para as comemorações do 200º aniversário de independência do país, e a Cuba, para o 400º aniversário da Imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre.
No aeroporto internacional de Roma-Fiumicino, o Santo Padre foi saudado pelo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, antes de embarcar no vôo B777 da Alitalia às 9h30 (horário de Roma, 5h30 pelo horário de Brasília). A chegada ao aeroporto internacional Guanajuato em León, no México, está prevista para às 16h30 (horário do México, 19h30 pelo horário de Brasília); serão 14 horas de viagem.

Antes de partir, o Pontífice enviou um telegrama ao presidente italiano Giorgio Napolitano salientando a missão da Igreja nesta viagem: levar esperança.

“Dirijo-me com atenção ao senhor, presidente, minha deferente saudação, que acompanho com votos fervorosos para o bem espiritual, social e civil do povo italiano, assim, voluntariamente envio minha benção apostólica”, disse o Papa no telegrama.


Fonte: Boletim diário da Santá Sé

quarta-feira, 21 de março de 2012

Saudação aos bispos auxiliares de Fortaleza (CE) e de Salvador (BA)

Por Felipe Viana




A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acolhe e felicita monsenhores José Luiz Gomes Vasconcelos e Giovanni Crippa, que foram nomeados, respectivamente, pelo papa Bento XVI nesta quarta-feira, 21 de março de 2012 como bispos auxiliares de Fortaleza (CE) e de Salvador (BA).
Monsenhor José Luiz é pernambucano de Garanhuns e tem em seu itinerário presbiteral uma bela lista de serviços prestados no campo da pastoral direta e da formação de novos sacerdotes. Monsenhor Giovanni Crippa, membro do Instituto Missões Consolata (IMC) também percorreu um trajeto de dedicação à formação e de ensino universitário tanto em Roma como no Brasil.
Os dois irmãos são qualificados com títulos acadêmicos obtidos em grandes instituições de ensino e são extraordinários no exercício do ministério. O episcopado chega em suas vidas como uma missão nova e bonita confiada pelo Santo Padre e pela Igreja e nós nos unimos para acolher cada um com fraterna alegria. Rezamos pelo trabalho dos dois na companhia do povo das arquidioceses de Fortaleza e Salvador.


Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB
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