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domingo, 29 de abril de 2012

Recitação do Regina Coeli do Papa Bento XVI

Por Felipe Viana



Queridos irmãos e irmãs!Foi concluída há pouco, na Basílica de São Pedro, a Celebração Eucarística na qual ordenei nove presbíteros da Diocese de Roma. Demos graças a Deus por este dom, sinal de Seu amor fiel e providencial para a Igreja! Reunamo-nos espiritualmente em torno desses novos sacerdotes e oremos para que acolham plenamente a graça deste Sacramento a ser cumprido conforme Jesus Cristo Sacerdote e Pastor.

E oremos para que todos os jovens sejam atentos à voz de Deus que interiormente fala em seus corações e os chamam a desligar-se de tudo e servir Ele. Para este efeito, é dedicada a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações. De fato, o Senhor chama sempre, mas tantas vezes nós não escutamos. Estamos distraídos com tantas coisas, às vezes vozes mais superficiais; e depois temos medo de escutar a voz do Senhor, porque pensamos que pode tirar nossa liberdade.

Em realidade, cada um de nós é fruto do amor: certamente, o amor dos pais, mas, mais profundamente, o amor de Deus. Diz a Bíblia: mesmo que tua mãe não te quisesse, eu te quero, porque te conheço e te amo (cfr Is 49,15). No momento em que me dou conta disso, a minha vida muda: torna-se uma resposta a esse amor, maior que qualquer outro, e assim se realiza plenamente minha liberdade.

Os jovens que hoje consagrei sacerdotes não são diferentes dos outros jovens, mas foram tocados profundamente pela beleza do amor de Deus, e não puderam fazer outra coisa se não responder com toda vida. Como encontraram o amor de Deus? Encontraram-no em Jesus Cristo: no Seu Evangelho, na Eucaristia e na comunhão da Igreja.

Na Igreja descobrimos que a vida de cada homem é uma história de amor. Vemos isso claramente na Sagrada Escritura e nos confirmam os testemunhos dos santos. Exemplar é a
expressão de Santo Agostinho, que na sua Confissão se volta a Deus e diz: “Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! Estavas comigo, mas eu não estava contigo... Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez” (X, 27.38).

Queridos amigos, oremos pela Igreja, por cada comunidade local, para que seja como um jardim irrigado no qual possam germinar e amadurecer todas as sementes de vocação que Deus espalha em abundância. Oremos para que em todo lado seja cultivado este jardim, na alegria de sentirem-se todos chamados, na variedade dos dons.

Em particular, as famílias são o primeiro ambiente no qual se “respira” o amor de Deus, que dá a força interior também em meio às dificuldades e as provações da vida. Quem vive em família a experiência do amor de Deus, recebe um dom inestimável, que dá fruto em seu tempo. Vemos tudo isso na Beata Virgem Maria, modelo de acolhimento livre e obediente ao chamado divino, Mãe de cada vocação da Igreja.


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

Para o sacerdote a celebração da Missa é uma missão

Por Felipe Viana

 Bento XVI aos 9 sacerdotes ordenados este Domingo na Basílica de S. Pedro


HOMILIA DO PAPA BENTO XVI
Basílica de São Pedro
IV Domingo de Páscoa, 29 de abril de 2012



 Venerados irmãos,

Queridos ordenados,

Queridos irmãos e irmãs!
A tradição romana de celebrar as Ordenações sacerdotais neste 4º Domingo de Páscoa, o domingo “do Bom Pastor”, contém uma grande riqueza de significado, ligada à convergência entre a Palavra de Deus, o Rito Litúrgico e o Tempo pascal no qual se coloca. Em particular, a figura do pastor, assim relevante na Sagrada Escritura e naturalmente muito importante para a definição do sacerdote, adquire sua plena verdade e clareza sobre o vulto de Cristo, na luz do Mistério de sua morte e ressurreição. Desta riqueza também vocês, queridos ordenados, podem sempre recorrer, todos os dias de suas vidas, e assim o sacerdócio de vocês será continuamente renovado.

Este ano, o lema evangélico é aquele central do capítulo 10 de João e inicia justamente com a afirmação de Jesus: “Eu sou o bom pastor”, na qual aparece logo a primeira característica fundamental: “O bom pastor dá a própria vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Vejam: aqui nós somos imediatamente conduzidos ao centro, ao clímax da revelação de Deus como pastor de seu povo. Este centro e clímax é Jesus, precisamente Jesus que morre sobre a cruz e deixa o sepulcro no terceiro dia, ressurge com toda sua humanidade e, deste modo, nos envolve, cada homem, na sua passagem da morte para a vida. Este evento – a Páscoa de Cristo – no qual se realiza plenamente e definitivamente a obra pastoral de Deus é um evento sacrifical: Assim, o Bom Pastor e Sumo Sacerdote coincidem na pessoa de Jesus que deu sua vida por nós.

Mas observemos brevemente também as primeiras duas Leituras e o Salmo Responsorial (Sal 118). A passagem dos Atos dos Apóstolos (4,8-12) nos apresenta o testemunho de São Pedro diante dos chefes dos povos e dos anciãos de Jerusalém, depois da cura prodigiosa do coxo. Pedro afirma com grande franqueza que “Jesus é a pedra, que foi rejeitada por vós, construtores, e que se tornou a pedra angular”; e acrescenta: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devemos ser salvos” (vv. 11-12).

O Apóstolo interpreta depois sob a luz do mistério pascal de Cristo o Salmo 118, no qual o orador dá graças a Deus que responde ao seu grito de socorro e o resgata. Este Salmo diz: “A pedra que os construtores rejeitaram se tornou a pedra angular. Isto foi feito pelo Senhor: uma maravilha aos nossos olhos” (Sal 118,22-23).

Jesus viveu justamente esta experiência: de ser descartado pelos chefes de seu povo e reabilitado por Deus, colocado como fundamento de um novo tempo, de um novo povo que dará graças ao Senhor com tantos frutos de justiça (cfr Mt 21,42-43). Então, a primeira Leitura e o Salmo Responsorial, que é o próprio Salmo 118, remetem fortemente ao contexto pascal, e esta imagem da pedra rejeitada e restaurada leva nosso olhar sobre Jesus, que morreu e ressuscitou.

A segunda Leitura trata-se da Primeira Carta de João (3,1-2), ela nos fala, em vez, do fruto da Páscoa de Cristo: nós que nos tornamos filhos de Deus. Nas palavras de João se sente ainda toda a admiração por este dom: não somente somos chamados filhos de Deus, mas agora “somos realmente” (v. 1).

Em efeitos, a condição final de homem é fruto da obra santificadora de Jesus: com a encarnação, com sua morte e ressurreição e com o dom do Espírito Santo, Ele inseriu o homem dentro de uma relação nova com Deus, sua própria relação com o Pai. Por isso, Jesus ressuscitado diz: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20,17). É uma relação já plenamente real, mas que não é ainda plenamente manifestada: assim será no fim, quando – se Deus quiser – poderemos ver Seu vulto sem véus (cfr v. 2).

Queridos Ordenados, é lá que nos quer conduzir o Bom Pastor! É lá que o sacerdote é chamado a conduzir os fiéis a ele confiados: para a vida verdadeira, a vida “em abundância” (Jo 10,10). Voltemos ao Evangelho, e à Parábola do pastor. “O bom pastor dá a própria vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Jesus insiste sobre esta característica essencial do verdadeiro pastor que é Ele próprio: aquela de “dar a própria vida”. Repete isso três vezes, e por fim conclui dizendo: “O Pai me ama, porque dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de reassumi-la. Tal é a ordem que recebi de meu Pai” (Jo 10,17-18). Esta é claramente a característica que qualifica o pastor assim como Jesus a interpreta em primeira pessoa, segundo a vontade do Pai que o enviou. A figura bíblica do pastor, que compreende principalmente o dever de reger o povo de Deus, de mantê-lo unido e guiá-lo, toda essa função régia se realiza plenamente em Jesus Cristo na dimensão sacrificante, na oferta da vida.

Realiza-se, em uma palavra, o mistério da Cruz, isto é, no supremo ato de humildade e de amor sacrifical. O abate Teodoro de Studium diz: “Por meio da cruz, nós, ovelhas de Cristo, reunimo-nos num só rebanho e somos conduzidos para as moradas eternas” (Discurso sobre a adoração da cruz: PG 99, 699).

Nesta prospectiva, as formas de Rito de Ordenação dos Presbíteros são orientadas, como a que estamos celebrando. Por exemplo, entre as perguntas que estão relacionadas aos “empenhos dos eleitos”, a última, que tem um caráter culminante e no qual de modo sintético diz assim: “Vocês querem ser sempre mais estreitamente unidos a Cristo, Sumo Sacerdote, que como vítima pura se ofereceu ao Pai por nós, consagrando vocês mesmo a Deus, junto a Ele para a salvação de todos os homens?”

O sacerdote é, de fato, aquele que vem inserido de um modo singular no mistério de Sacrifício de Cristo, com uma união pessoal a Ele, para prolongar Sua missão santificadora. Esta união, que vem graças ao Sacramento da Ordenação, pede que se torne “sempre mais estreita” pela generosa correspondência do próprio sacerdote.

Por isso, queridos Ordenados, logo vocês responderão esse pergunta dizendo: “Sim, com a ajuda de Deus, eu quero”. Sucessivamente, nos Ritos explicativos, no momento de unção crismal, o celebrante diz: “O Senhor Jesus Cristo, que o Pai consagrou em Espírito Santo e poder, mantenha-o para a santificação de Seu povo e para a oferta do sacrifício”. E depois, na consagração do pão e do vinho: “Receba as ofertas do povo santo para o sacrifício eucarístico. Saibam que aquilo que fazem, imita aquilo que celebram, conforme sua vida no mistério da cruz de Cristo Senhor”.

Destaca-se fortemente que, para o sacerdote, celebrar cada dia a Santa Missa não significa desenvolver uma função ritual, mas compete uma missão que envolve inteiramente e profundamente a existência, em comunhão com Cristo ressuscitado que, em Sua Igreja, continua a atuar o Sacrifício redentor.

Esta dimensão eucarística-sacrificadora é inseparável daquela pastoral e também constitui o núcleo de verdade e de força salvadora, na qual depende a eficácia de cada atividade. Naturalmente, não falamos da eficácia somente sobre o plano psicológico ou social, mas da fecundidade vital da presença de Deus a nível humano profundo.

A própria pregação, as obras, os gestos de vários gêneros que a Igreja realiza com suas múltiplas iniciativas, perderiam sua fecundidade salvadora se não fosse celebrado o Sacrifício de Cristo. E isto é confiado aos sacerdotes ordenados. De fato, o presbítero é chamado a viver em si mesmo o que experimentou Jesus em primeira pessoa, isto é, dando-se plenamente à pregação e a cura do homem sobre todo mal do corpo e do espírito. E, depois, em fim, reassumir tudo no gesto supremo de “dar a vida” pelos homens, gesto que encontra sua expressão sacramental na Eucaristia, memorial perpétuo da Páscoa de Jesus.

É somente através desta “porta” de Sacrifício pascal que os homens e as mulheres de todos os tempos e lugares podem entrar na vida eterna; é através desta “via santa” que podemos cumprir com êxodo o caminho para a “terra prometida” da verdadeira liberdade, aos “pastos verdejantes” da paz e da alegria sem fim
(cfr Jo 10,7.9; Sal 77,14.20-21; Sal 23,2).

Queridos Ordenados, que esta Palavra de Deus ilumine a vida de vocês. E quanto o peso da cruz se tornar pesado, saibam que esta é a hora mais preciosa, para vocês e para as pessoas a vocês confiadas: renovando com fé e com amor o vosso “sim, com a ajuda de Deus eu quero”, vocês cooperaram com Cristo, Sumo Sacerdote e Bom Pastor, no apascentamento de suas ovelhas – talvez a única coisa que lhes foi pedido, mas para o qual se faz grande festa no Céu! Que a Virgem Maria, Salus Populi Romani, vele sempre por cada um de vocês e por seus caminhos. Amém.


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

sábado, 21 de abril de 2012

Programa do III ENCONTRO SUMMORUM PONTIFICUM- Brasil

Por Felipe Viana






III ENCONTRO
SUMMORUM PONTIFICUM

BRASIL

10 a 14 de setembro de 2012
Para Sacerdotes, Diáconos,
Religiosos e Leigos

Promoção
ADMINISTRAÇÃO APOSTÓLICA PESSOAL
SÃO JOÃO MARIA VIANNEY
ARQUIDIOCESE DE SALVADOR
PRIMAZ DO BRASIL


Centro de Treinamento de Líderes
Rua Alves Ribeiro, 325.
Lot. Pedra do Sal- Itapuã,
Salvador - Bahia
Telefone: 71 3374-9037 e 3374-7635
(Ponto de referência Hotel Catussaba)
Contato
Edelair (Sula) e José Luiz:
Tel: 21 2667 8309 (9h às 17h30 – Segunda a Sexta)
21 3103.0492 (18h30 às 22h)
Cel.: 21 9208 9323 (Claro) /21 88699698 (OI)

PROGRAMA
ENCONTRO DE FORMAÇÃO PERMANENTE PARA
SACERDOTES E DIÁCONOS
COETUS SACERDOTALIS SUMMORUM PONTIFICUM
 
SEGUNDA 10 DE SETEMBRO
15h - Chegada e credenciamento
18h - Santa Missa de abertura (Rezada)
18h30 - Jantar
19h30 - Palavras de Acolhida e Abertura do Encontro - Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ (Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil)

TERÇA 11 DE SETEMBRO
7h - Santa Missa (Cantada)
8h - Café
8h30 - A Espiritualidade Sacerdotal a partir do Rito de Ordenação do Pontifical Romano de 1961-1962
Dom Fernando Arêas Rifan (Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney)
 
10h30 - A Vida Litúrgica do Sacerdote como antídoto à secularização
Dom Fernando José Monteiro Guimarães, CSSR (Bispo de Garanhuns e Membro do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica )
12h - Almoço
14h30 - Ensaio Litúrgico – O Ritual do Batismo e o Matrimônio na Forma Extraordinária do Rito Romano
Pe. Claudiomar Silva Souza (Pároco da Igreja Principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney e Professor de Liturgia no Seminário da Imaculada Conceição )
16h15 - O Ano da Fé, uma ocasião para descobrir os Conteúdos da Fé celebrados e comunicados nos Atos Litúrgicos (Porta Fidei, 9). Uma Reflexão Teológico-Pastoral sobre a relação entre Lex Orandi e Lex Credendi
Dom Gilson Andrade da Silva (Bispo Auxiliar de Salvador)
18hJantar

QUARTA 12 DE SETEMBRO

7h30 - Café
8h30 - Colóquio - Um balanço dos cinco anos de aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum - Frutos e Perspectivas para a Reforma de Bento XVI,
Mons. Nicola Bux (Teólogo e Liturgista, Professor de Liturgia Oriental e Teologia dos Sacramentos em Bari - Itália, Consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos e do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, escreveu entre outros o livro A Reforma de Bento XVI: A Liturgia entre a Inovação e a Tradição)
12h - Almoço
14h - Passeio pelas igrejas de Salvador

ENCONTRO DE FORMAÇÃO SUMMORUM PONTÍFICUM
PARA SACERDOTES, DIÁCONOS,
RELIGIOSOS E LEIGOS
 
17h - Santa Missa Solene – Mons. Nicola Bux
18h30 - Jantar

QUINTA 13 DE SETEMBRO
7h30 - Café
8h - 50 anos de aplicação da Constituição Sacrosanctum Concilium, o Motu Proprio Summorum Pontificum e a necessidade de uma instauratio contínua da Liturgia da Igreja Mons. Nicola Bux
10h15 - Dez anos da Administração Apostólica São João Maria Vianney - Um exemplo de boa convivência entre as duas formas do Rito Romano para toda a Igreja.
Dom Fernando Arêas Rifan (Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney)
12h Almoço
14h30 - Mesa Redonda
Dom Fernando Arêas Rifan (Administrador Apostólico da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney).
Dom Fernando José Monteiro Guimarães, CSSR (Bispo de Garanhuns e Membro do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica).
Dom Henrique Soares da Costa (Bispo Auxiliar de Aracaju)
18h - Santa Missa Pontifical em Ação de Graças pelos cinco anos do Motu Próprio Summorum Pontificum
Véspera da Exaltação da Santa Cruz
Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia

SEXTA 14 DE SETEMBRO
7h30 - Café
8H - A Santa Missa como Sacrifício - A dimensão mais contestada do Mistério Eucarístico
Dom Henrique Soares da Costa (Bispo Auxiliar de Aracaju)
10h15 - O Canto Gregoriano na Liturgia da Igreja - Do Motu Proprio Inter Sollicitudines ao Magistério Recente
Dom Gregório Paixão, OSB (Bispo Auxiliar de Salvador)
Palavra de Conclusão de Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ (Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil)
12hAlmoço.

Obs: Para a participação de sacerdotes e diáconos no Encontro, requer-se a apresentação do Superior Eclesiástico no momento do credenciamento.
 
Fonte:

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Diante de suas limitações, Bento XVI diz confiar plenamente em Deus

Por Felipe Viana

Ao comemorar seu 78º aniversário, o Cardeal Joseph Ratzinger esperava uma aposentadoria tranquila, mas três dias depois, no dia 19 de abril de 2005, ele foi eleito o 264º sucessor de Pedro.
“A única coisa que pensei para explicar a mim mesmo foi: ‘Evidentemente, a vontade de Deus é outra, e para mim começa algo completamente diferente, uma coisa nova. Mas Ele está comigo”, conta o agora Papa Bento XVI, no livro-entrevista “Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos Tempos".
Na Praça de São Pedro, fiéis, peregrinos e a imprensa de todo mundo esperavam pelo anúncio e o primeiro pronunciamento no novo Papa. Bento XVI então pensou “O que poderia dizer?”. Desde o momento da eleição, ele só conseguia dizer “Senhor, o que está fazendo comigo? Agora a responsabilidade é Tua. Deves conduzir-me! Não sou capaz disso. Se me quiseste, agora deves também ajudar-me”.

De fato, ser o líder da maior Igreja cristã que reúne fiéis de diferentes etnias, povos e culturas dos quatro cantos da Terra é um grande dever. Os católicos no mundo são cerca de 1 bilhão e 196 milhões. De acordo com o Anuário de 2010, um aumento de fiéis em 1,3% (entre 2009 e 2010), e uma presença global que se mantém estável em torno de 17,5%.

O poder do Papa
Ao completar sete anos de Pontificado, Bento XVI afirma que esses números mostram quão ampla é a comunidade católica, mas o poder do Papa, no entanto, não está nesses dados. Por que não? Ele explica que a comunhão com o Papa é de outro gênero, como também é a pertença à Igreja. Como dizia Santo Agostinho, muitos que parecem estar dento, estão fora; e muitos que parecem estar fora, estão dentro. “Em uma questão como a fé e a pertença à Igreja, o dentro e o fora estão entretecidos misteriosamente”, reforça o Pontífice.

O ex-líder da União Soviética, Josef Stalin, disse que o Papa não tem divisões militares e não pode intimidar ou impor nada, não possui sequer uma grande empresa, por assim dizer, na qual todos seus fiéis seriam seus dependentes ou subalternos. Nesse sentido o Papa seria uma pessoa absolutamente impotente. Por outro lado, Bento XVI esclarece que ele tem uma grande responsabilidade, pois é, em certo sentido, o chefe, o representante, e tem o dever de fazer com que a fé que mantém unidas as pessoas tenha credibilidade, permaneça viva e continue íntegra em sua identidade.

Os Papas nunca erram?
O Papa, como qualquer outro sacerdote fala e age sobre o comando de Jesus Cristo e por Ele. O Filho de Deus confiou Sua Palavra à Igreja, mas todo sacerdote pode ter suas insuficiências e fragilidades. “O que conta é que eu não exponho as minhas ideias, mas procuro pensar e viver a fé da Igreja, agir sob Seu comando de modo obediente”, destaca o Santo Padre.


Bento XVI, no sétimo aniversário da sua eleição

Por Felipe Viana

 "Rezai por mim para que possa perseverar no meu serviço a Cristo e à Igreja"


 Na audiência geral na Praça de S. Pedro, Bento XVI agradeceu os votos de felicitações que os fiéis do mundo inteiro lhe formularam, pelo sétimo aniversario da sua eleição e pelo seu aniversario natalício .“Peço que me sustenteis sempre com as vossas orações, para que com a ajuda do Espírito Santo, possa perseverar no meu serviço a Cristo e á Igreja.
Nesta audiência geral, o Papa retomou as suas catequeses sobre a oração, falando da comunidade primitiva como comunidade orante, animada pelo Espírito de Jesus ressuscitado. Uma atmosfera orante - observou - acompanha os primeiros passos da Igreja. Pentecostes não è um episodio isolado, pois a presença e a acção do Espírito Santo guiam e animam constantemente o caminho da comunidade cristã


Hoje Bento XVI deteve-se sobre aquele que foi definido o pequeno Pentecostes que se verificou no momento culminante de uma fase difícil da vida da Igreja nascente.
Estas as suas palavras em português RealAudioMP3

Queridos irmãos e irmãs,

O capítulo quarto dos Actos dos Apóstolos mostra a Igreja nascente em oração unânime e concorde, depois de ouvir da boca de Pedro e de João as ameaças feitas pelo Sinédrio. Nas perseguições sofridas por causa de Jesus, a comunidade não se assusta nem se divide, mas permanece profundamente unida na oração. Não é só a oração de Pedro e de João, cujas vidas estiveram em perigo, mas de toda a comunidade, porque aquilo que os dois passaram não diz respeito só a eles, mas a toda a Igreja. E que pede a Deus a comunidade? Não pede o fim das provações nem o castigo dos perseguidores, mas a graça de poder anunciar a Palavra de Deus com toda a confiança. No fim da oração, o Espírito Santo, que entretanto lhes falara através da Sagrada Escritura, irrompe na casa e enche o coração de todos aqueles que invocaram o Senhor. Este é o fruto da oração unânime que a comunidade eleva a Deus: a efusão do Espírito Santo, dom do Ressuscitado que sustenta e guia o anúncio livre e corajoso da Boa Nova até aos confins do mundo.
* * *
Aos peregrinos de língua portuguesa, especialmente aos grupos vindos de Minas Gerais, as minhas boas-vindas a todos vós, com votos de que esta peregrinação a Roma seja ocasião para uma maior consciência e escuta do Espírito Santo, que vos fará fortes na fé e corajosos

Anteriormente , durante a apresentação dos grupos de língua portuguesa, Mons. Ferreira da Costa apresentara as felicitações a Bento XVI pela sua eleição          RealAudioMP3

Fonte: Rádio Vaticano

segunda-feira, 16 de abril de 2012

85° Aniversário natalício de Bento XVI!

Por Felipe Viana




 Ad multos annos, Sancte Pater!

A determinação de um homem simples que se tornou Papa

Por Felipe Viana



O Papa Bento XVI completa 85 anos, nesta segunda-feira, 16, dos quais sete são dedicados à cátedra de Pedro até o presente momento.

O alemão tímido que da sacada principal da Basílica de São Pedro se dirigiu ao mundo em seu primeiro pronunciamento como Papa, com a surpreendente expressão: “Sou um humilde servo na vinha do Senhor”, já conquistou o mundo através de seus discursos dotados de precisão, profundidade e espiritualidade. De fato, uma marca deste pontificado é a ‘simplificação da teologia’, ao passo que cada cristão é capaz de compreender verdades profundas através de palavras simples.

“Da coerência e da constância de seus ensinamentos, aprendemos sobretudo que a prioridade de seu serviço à Igreja e à humanidade é orientar nossas vidas a Deus”, disse o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi.

O Papa, as pessoas e algumas curiosidades

Todas as manhãs, logo cedo, Bento XVI inicia suas atividades com a celebração da Santa Missa. Entre os muros do Palácio Apostólico, um Papa que faz suas orações cotidianas sem se esquecer, todavia, das intenções dos fiéis que lhe enviam pedidos de oração. De acordo com um de seus secretários particulares, a sensibilidade do Pontífice diante do sofrimento humano é tamanha, que todas as intenções de oração a ele confiadas pelos fiéis são depositadas no genuflexório onde ele reza todas as manhãs. Ainda como forma de atenção às pessoas, ele repassa, a cada terça-feira, com um gravador na mão, um dia antes da catequese, todas as saudações em várias línguas, as quais ele profere na Praça de São Pedro no dia seguinte. Um Papa que gosta de gatos, de música e que se considera um ‘mendigo diante de Deus’, quando reza: esta é a personalidade de Bento XVI caracterizada pela simplicidade, coerência, gentileza e determinação.

“Desde o início meu irmão sempre foi para mim não somente um companheiro, mas também uma direção confiável. Foi para mim um ponto de orientação e referência com a clareza e a determinação nas suas decisões. Ele me mostrou o caminho a seguir, mesmo em situações difíceis”, disse monsenhor Georg Ratzinger, irmão do Papa, em entrevista ao jornal italiano Il Giornale.

O Papa e os desafios do Pontificado

Bento XVI, cujo nome de batismo é Joseph Ratzinger, jamais imaginou que chegaria à Sé de Pedro. No livro-entrevista “Luz do Mundo”, no qual ele responde a várias perguntas do jornalista alemão Peter Seewald, ele confessa que teve medo após o término do Conclave e não se sentia capaz de assumir a função de Sucessor de Pedro. Mesmo diante da insegurança inicial, Bento XVI trouxe a força de sua personalidade para o Pontificado: com determinação, assumiu como meta combater o relativismo e levar os católicos às bases da fé.

“Com Bento XVI aprendemos que a fé e a razão se ajudam mutuamente na busca da verdade e respondem às expectativas e dúvidas de cada um de nós e de toda a humanidade; que a indiferença a Deus e o relativismo são riscos gravíssimos de nossos tempos”, afirmou Padre Lombardi
.

O Papa na ótica do Brasil

Os cardeais brasileiros criados nos últimos três Consistórios convocados por ele (ao todo foram quatro) também se surpreendem com a personalidade do Santo Padre. Dom Odilo Pedro Sherer, cardeal arcebispo de São Paulo, expressa quem é a pessoa Bento XVI a partir de sua experiência pessoal.
"É um homem simples, muito educado, cordial, respeitoso, atento às pessoas, alguém preocupado com quem esta com ele à sua frente. Vejo o Papa como um homem simples, humilde, sábio, um homem de Deus", enfatizou.

Fonte: CN notícias


Papa fala sobre sua experiência pessoal com Deus

Por Felipe Viana



Numa Missa privada na Capela Paulina do Palácio Apostólico, com a presença de bispos alemães e personalidades da Baviera, o Papa Bento XVI agradeceu a Deus pelos seus 85 anos de vida. Nesta segunda-feira, 16, Bento XVI não comemora só seu aniversário de nascimento, mas também de batismo.

Joseph Ratzinger nasceu no Sábado Santo, numa pequena vila na Baviera, chamada Marktl am Inn, às margens do rio Inn, na Alemanha. O Santo Padre ressalta que a "vida biológica em si é um dom”, mas “a vida se torna realmente um dom se junto a ela se doa também a promessa que é mais forte que qualquer desgraça que possa nos ameaçar”, assim o nascimento associado ao renascimento é a certeza de que existir realmente é algo bom.

“Eu me encontro diante do último trecho da viagem da minha vida e eu não sei o que me espera. Eu sei, no entanto, que a luz de Deus existe, que Ele ressuscitou, que Sua luz é mais forte do que qualquer escuridão, que a bondade de Deus é mais forte que qualquer mal deste mundo. E isso me ajuda a prosseguir com confiança. Isso nos ajuda a avançar, e nesta hora agradeço a todos aqueles que sempre me fizeram perceber o ‘sim’ de Deus através da sua fé”, rexaltou.

Santa Bernadete, a vidente de Lourdes, e São Bento José Labre, um santo do século XVIII conhecido como o “mendigo peregrino”, foram de inspiração em sua juventude. O que Bento XVI mais admira em Santa Bernadete é a capacidade de ver na Mãe de Deus o reflexo da bondade e da beleza de Deus.

“Hoje é o dia desta pequena Santa que sempre foi um modelo para mim, um modelo de como devemos ser. De fato, mesmo com todas as coisas que devemos saber e fazer, que são necessárias, não devemos perder o coração simples, o olhar simples de coração, capaz de ver o essencial”, afirmou.

Santa Bernadete, disse ainda o Santo Padre, entendia aquilo que Nossa Senhora indicava: a fonte de água viva e pura. Esta água, explica, que é imagem “da verdade que vem ao encontro da fé, verdade sem disfarces ou contaminação. Porque para poder viver, para se tornar puros, afirma ele, é preciso nascer no coração a saudade pela vida pura, pela verdade, de ser humanos sem pecado.

“Neste nosso tempo, no qual vemos o mundo com tantos problemas e com grande necessidade de água, de água pura, este sinal é ainda maior. De Maria, da Mãe do Senhor, do coração puro, vem também a água pura, sem contaminação, que dá a vida, água que neste século, e nos séculos que possam vir, nos purifica e nos cura”, salientou.

Já sobre São Bento José Labre, peregrino que atravessou toda a Europa e visitou todos os santuários do continente, o Pontífice destacou que ele não fez nada mais que rezar e dar testemunho daquilo que é o mais importante na vida: Deus. Só Deus importa, Ele por si basta e quem se abre a Deus não é estranho ao mundo e aos homens.

“Somente Deus pode eliminar as barreiras, porque sob o olhar de Deus, somos todos apenas irmãos, fazemos parte um dos outros, a unidade de Deus significa fraternidade e reconciliação com os homens, a destruição das fronteiras que nos une e nos sana”, ressaltou o Papa.


Fonte: CN noticias

domingo, 15 de abril de 2012

Fonte de Misericórdia que Jorra do Peito


Recitação do Regina Coeli do Papa Bento XVI

Por Felipe Viana
Texto original em Italiano,Trauão (Felipe Viana)




Queridos irmãos e irmãs!

A cada ano, celebrar a Páscoa, revivemos a experiência dos primeiros discípulos de Jesus, a experiência do encontro com Ele ressuscitado: o Evangelho de João diz que viu aparecer no meio deles, no Cenáculo, na noite do dia Ressurreição de Cristo ", o primeiro da semana," e depois "oito dias" (cf. Jo 20,19.26). Naquele dia, então chamado de "Domingo", "dia do Senhor", é a agenda da reunião, a comunidade cristã que se reúne para adorar a sua própria, que é a Eucaristia, a adoração nova e distinta desde o início, o judeu sábado.
Na verdade, a celebração do Dia do Senhor é uma evidência muito forte da Ressurreição de Cristo, porque só um evento extraordinário e perturbador poderia induzir os primeiros cristãos a iniciar um culto diferente do que o sábado judaico.

Então como agora, o culto cristão não é apenas uma comemoração de eventos passados, ou até mesmo uma experiência mística especial, no interior, mas, essencialmente, um encontro com o Senhor ressuscitado, que vive na dimensão de Deus, além do tempo e do espaço, e ainda é muito presente entre a comunidade, nos fala na Escritura, e pausas para nós o pão da vida eterna.
Através destes sinais que vivem o que os discípulos experimentaram, que é a visão de Jesus e, ao mesmo tempo não reconhecê-lo de tocar seu corpo, um corpo real, ainda livre dos laços terrestres.

É muito importante o que você vê no Evangelho, isto é, que Jesus, os Apóstolos, reunidos em duas aparições no cenáculo, ele repetiu várias vezes a saudação "A paz esteja convosco" (Jo 20,19.21.26). A saudação tradicional, com o qual espera-se o shalom, paz, aqui se torna uma coisa nova torna-se o dom da paz que só Jesus pode dar, porque é o fruto da sua vitória sobre o mal radical. A "paz" que Jesus oferece aos seus amigos é o fruto do amor de Deus que o levou a morrer na cruz, para pagar todo o seu sangue, como Cordeiro, manso e humilde ", cheio de graça e verdade" (Jo 1,14). É por isso que o Beato João Paulo II quis chamar este domingo depois da Páscoa Divina Misericórdia, com um ícone em mente: a do lado trespassado de Cristo, de onde brotam sangue e água, de acordo com testemunho ocular do apóstolo João (cf. Jo 19,34-37).
Mas agora Cristo ressuscitou, e dele saltar viva a Páscoa Sacramentos do Baptismo e da Eucaristia: aqueles que abordá-los com fé receber o dom da vida eterna.

Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o dom da paz que Jesus ressuscitado nos oferece, vamos encher os corações de sua misericórdia! Desta forma, o poder do Espírito Santo, o Espírito que ressuscitou Cristo dentre os mortos, também nós podemos trazer a estes outros presentes de Páscoa.
Obtê-la por Maria, Mãe de Misericórdia.
Gostaria de saudar os peregrinos que participaram da Santa Missa celebrada pelo cardeal vigário Agostino Vallini, na igreja de Santo Spirito in Sassia, o lugar privilegiado do culto da Misericórdia Divina, que é especialmente bem venerar a Santa Faustina Kowalska e do Beato João Paulo II. Desejo a todos para sermos testemunhas do amor misericordioso de Cristo. Obrigado por sua presença!

Fonte: Boletim diário da Santa Sé

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Causa Finita Est

Por Felipe Viana


Mais uma vez o Brasil dá provas que de Terra de Santa Cruz foi só um de seus nomes oficiais.





A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) apoia o aborto de bebês anencéfalos. O Brasil mancha de sangue as páginas de sua história. Assim, com esta liberação, estamos perto do fim do valor da vida, pois se o STF já manifesta sua posição contrária ao direito universal do homem, ou seja, o seu nascimento, em poucos anos se verá a iminente aprovação do infanticídio intrauterino.

 
Que Deus tenha misericórdia de nós!

domingo, 8 de abril de 2012

Precones latine


Por Felipe Viana


Victimae Paschali Laudes


Victimae Paschali Laudes


Victimae pascháli laudes ímmolent Christiáni,
Agnus redémit óves: Christus ínnocens Patri reconciliávit peccatóres.
Mors et vita duéllo conflixére mirando: dux vitae mórtuus, regnat vivus.
Dic nóbis Maria, quid vidísti in via?
Sepulcrum Christi vivéntis, et glóriam vidi resurgéntis:
Angélicos testes, sudárium, et vestes.
Surréxit Christus spes mea: praecédet suos in Galilaéam.
Scimus Christum surrexísse a mórtuis vere: tu nóbis, victor Rex, miserére. Amen. (Allelúia).
Tradução para o português
À vítima pascal, que os cristãos oferecem o sacrificio de seus louvores.
O Cordeiro redimiu as ovelhas: Cristo inocente, com o Pai, reconciliou os pecadores.
A morte e a vida se bateram num duelo admirável, o Rei da vida, morto, reina vivo.
Dize-nos, Maria, no caminho; o que vistes?
O sepulcro de Cristo, que vive, e a sua glória que ante os olhos tive.
Vi as testemunhas angélicas, o sudário e as vestes.
Cristo minha esperança, ressuscitou e preceder-vos-á na Galiléia.
Sabemos, sim, que Cristo ressuscitou dos mortos.
Vós, ó Rei vitorioso, tende misericórdia de nós. Amén. Aleluia.
Audio e Partitura Victimae Paschali Laudes (Gregoriano)
Para ouvir, clique aqui
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Partitura_Victimae_Paschali_Laudes_Jesus_Sequencia_Ressurreicao_Resurection_Oster
Feliz Páscoa!

Imagens da celebralção da Páscoa Papa Bento XVI

Por Felipe Viana































Benção Urbi et Orbi

Por Felipe Viana


BENÇÃO URBI ET ORBI 
 Praça São Pedro
Domingo de Páscoa , 8 de Abril de 2012




Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!

«Surrexit Christus, spes mea – Ressuscitou Cristo, minha esperança» (Sequência Pascal).

A todos vós chegue a voz jubilosa da Igreja, com as palavras que um antigo hino coloca nos lábios de Maria Madalena, a primeira que encontrou Jesus ressuscitado na manhã de Páscoa. Ela correu ao encontro dos outros discípulos e, emocionada, anunciou-lhes: «Vi o Senhor!» (Jo 20, 18). Hoje também nós, depois de termos atravessado o deserto da Quaresma e os dias dolorosos da Paixão, damos largas ao brado de vitória: «Ressuscitou! Ressuscitou verdadeiramente!»

Todo o cristão revive a experiência de Maria de Magdala. É um encontro que muda a vida: o encontro como um Homem único, que nos faz sentir toda a bondade e a verdade de Deus, que nos liberta do mal, não de modo superficial e passageiro mas liberta-nos radicalmente, cura-nos completamente e restitui-nos a nossa dignidade. Eis o motivo por que Madalena chama Jesus «minha esperança»: porque foi Ele que a fez renascer, que lhe deu um futuro novo, uma vida boa, liberta do mal. «Cristo minha esperança» significa que todo o meu desejo de bem encontra n’Ele uma possibilidade de realização: com Ele, posso esperar que a minha vida se torne boa e seja plena, eterna, porque é o próprio Deus que Se aproximou até ao ponto de entrar na nossa humanidade.

Entretanto Maria de Magdala, tal como os outros discípulos, teve de ver Jesus rejeitado pelos chefes do povo, preso, flagelado, condenado à morte e crucificado. Deve ter sido insuportável ver a Bondade em pessoa sujeita à maldade humana, a Verdade escarnecida pela mentira, a Misericórdia injuriada pela vingança. Com a morte de Jesus, parecia falir a esperança de quantos confiavam n’Ele. Mas esta fé nunca desfalece de todo: sobretudo no coração da Virgem Maria, a mãe de Jesus, a pequena chama continuou acesa e viva mesmo na escuridão da noite. A esperança, neste mundo, não pode deixar de contar com a dureza do mal. Não é apenas o muro da morte a criar-lhe dificuldade, mas também e mais ainda as aguilhoadas da inveja e do orgulho, da mentira e da violência. Jesus passou através desta trama mortal, para nos abrir a passagem para o Reino da vida. Houve um momento em que Jesus aparecia derrotado: as trevas invadiram a terra, o silêncio de Deus era total, a esperança parecia reduzida a uma palavra vã.

Mas eis que, ao alvorecer do dia depois do sábado, encontram vazio o sepulcro. Depois Jesus manifesta-Se a Madalena, às outras mulheres, aos discípulos. A fé renasce mais viva e mais forte do que nunca, e já invencível porque fundada sobre uma experiência decisiva: «Morte e vida combateram, / mas o Príncipe da vida / reina vivo após a morte». Os sinais da ressurreição atestam a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, da misericórdia sobre a vingança: «Vi o túmulo de Cristo, / redivivo e glorioso; / vi os Anjos que o atestam, / e a mortalha com as vestes».

Amados irmãos e irmãs! Se Jesus ressuscitou, então – e só então – aconteceu algo de verdadeiramente novo, que muda a condição do homem e do mundo. Então Ele, Jesus, é alguém de quem nos podemos absolutamente fiar, confiando não apenas na sua mensagem mas n’Ele mesmo, porque o Ressuscitado não pertence ao passado, mas está presente e vivo hoje. Cristo é esperança e conforto de modo particular para as comunidades cristãs que mais são provadas com discriminações e perseguições por causa da fé. E, através da sua Igreja, está presente como força de esperança em cada situação humana de sofrimento e de injustiça.

Cristo Ressuscitado dê esperança ao Oriente Médio, para que todas as componentes étnicas, culturais e religiosas daquele Região colaborem para o bem comum e o respeito dos direitos humanos. De forma particular cesse, na Síria, o derramamento de sangue e adopte-se, sem demora, o caminho do respeito, do diálogo e da reconciliação, como é vivo desejo também da comunidade internacional. Os numerosos prófugos, originários de lá e necessitados de assistência humanitária, possam encontrar o acolhimento e a solidariedade que mitiguem as suas penosas tribulações. Que a vitória pascal encoraje o povo iraquiano a não poupar esforços para avançar no caminho da estabilidade e do progresso. Na Terra Santa, israelitas e palestinos retomem, com coragem, o processo de paz.

Vitorioso sobre o mal e sobre a morte, o Senhor sustente as comunidades cristãs do Continente Africano, conceda-lhes esperança para enfrentarem as dificuldades e torne-as obreiras de paz e artífices do progresso das sociedades a que pertencem.

Jesus Ressuscitado conforte as populações atribuladas do Corno de África e favoreça a sua reconciliação; ajude a Região dos Grandes Lagos, o Sudão e o Sudão do Sul, concedendo aos respectivos habitantes a força do perdão. Ao Mali, que atravessa um delicado momento político, Cristo Glorioso conceda paz e estabilidade. À Nigéria, que, nestes últimos tempos, foi palco de sangrentos ataques terroristas, a alegria pascal infunda as energias necessárias para retomar a construção duma sociedade pacífica e respeitadora da liberdade religiosa dos seus cidadãos.


Boa Páscoa para todos!

Fonte: Boletim diário da Santa Sé

sábado, 7 de abril de 2012

Homilia do Papa Bento XVI (Vigília Pascal na noite santa)

Por Felipe Viana


HOMILIA DO PAPA BENTO XVI

Basílica Vaticana
Sábado Santo, 7 de Abril de 2012



Queridos irmãos e irmãs!


A Páscoa é a festa da nova criação. Jesus ressuscitou e nunca mais morre. Arrombou a porta que dá para uma nova vida, que já não conhece doença nem morte. Assumiu o homem no próprio Deus. «A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus»: dissera São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios (15, 50). E todavia Tertuliano, escritor eclesiástico do século III, a propósito da ressurreição de Cristo e da nossa ressurreição, não temera escrever: «Tende confiança, carne e sangue! Graças a Cristo, adquiristes um lugar no Céu e no Reino de Deus» (CCL II, 994). Abriu-se uma nova dimensão para o homem. A criação tornou-se maior e mais vasta. A Páscoa é o dia duma nova criação, mas por isso mesmo, neste dia, a Igreja começa a liturgia apresentando-nos a criação antiga, para aprendermos a compreender bem a nova.


E assim, na Vigília Pascal, a Liturgia da Palavra começa pela narração da criação do mundo. A propósito desta e no contexto da liturgia deste dia, são particularmente importantes duas coisas. Em primeiro lugar, a criação é apresentada como uma totalidade da qual faz parte o fenômeno do tempo. Os sete dias são imagem duma totalidade que se desenvolve no tempo, aparecendo os dias ordenados até ao sétimo, o dia da liberdade de todas as criaturas para Deus e de umas para as outras. Por conseguinte, a criação está orientada para a comunhão entre Deus e a criatura; a criação existe para que haja um espaço de resposta à glória imensa de Deus, um encontro de amor e liberdade. Em segundo lugar, na Vigília Pascal, a Igreja fixa a atenção sobretudo na primeira frase da narração da criação: «Deus disse: “Faça-se a luz”!» (Gn 1, 3).


Emblematicamente, a narração da criação começa pela criação da luz. O sol e a lua são criados somente no quarto dia. A narração da criação designa-os como fontes de luz, que Deus colocou no firmamento do céu. Deste modo, priva-os propositalmente do caráter divino que as grandes religiões lhes tinham atribuído. Não! Não são deuses de modo algum; são corpos luminosos, criados pelo único Deus. Entretanto já os precedera a luz, pela qual a glória de Deus se reflete na natureza do ser que é criado.

Que pretende a narração da criação dizer com isto? A luz torna possível a vida; torna possível o encontro; torna possível a comunicação; torna possível o conhecimento, o acesso à realidade, à verdade. E, tornando possível o conhecimento, possibilita a liberdade e o progresso. O mal esconde-se. Por conseguinte, a luz aparece também como expressão do bem, que é luminosidade e cria luminosidade. É de dia que podemos trabalhar. O fato de Deus ter criado a luz significa que Ele criou o mundo como espaço de conhecimento e de verdade, espaço de encontro e de liberdade, espaço do bem e do amor. A matéria-prima do mundo é boa; o próprio ser é bom. E o mal não vem do ser que é criado por Deus, mas existe em virtude da sua negação. É o «não».

Na Páscoa, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Deus disse novamente: «Faça-se a luz!». Antes tinham vindo a noite do Monte das Oliveiras, o eclipse solar da paixão e morte de Jesus, a noite do sepulcro. Mas, agora, é de novo o primeiro dia; a criação recomeça inteiramente nova. «Faça-se a luz!»: disse Deus. «E a luz foi feita». Jesus ressuscita do sepulcro. A vida é mais forte que a morte. O bem é mais forte que o mal. O amor é mais forte que o ódio. A verdade é mais forte que a mentira. A escuridão dos dias anteriores dissipou-se no momento em que Jesus ressuscita do sepulcro e Se torna, Ele mesmo, pura luz de Deus. Isto, porém, não se refere somente a Ele, nem se refere apenas à escuridão daqueles dias. Com a ressurreição de Jesus, a própria luz é novamente criada. Ele atrai-nos a todos, levando-nos atrás de Si para a nova vida da ressurreição e vence toda a forma de escuridão. Ele é o novo dia de Deus, que vale para todos nós.

Mas isto, como pode acontecer? Como é possível chegar tudo isto até nós, de tal modo que não se reduza a meras palavras, mas se torne uma realidade que nos envolve? Por meio do sacramento do Batismo e da profissão da fé, o Senhor construiu uma ponte até nós, pela qual o novo dia nos alcança. No Batismo, o Senhor diz a quem o recebe: Fiat lux – faça-se a luz. O novo dia, o dia da vida indestrutível chega também a nós. Cristo toma-te pela mão. Daqui para a frente, serás sustentado por Ele e assim entrarás na luz, na vida verdadeira. Por isso, a Igreja antiga designou o Batismo como «photismos – iluminação».

Porquê? A escuridão que verdadeiramente ameaça o homem é o fato de que ele é, na verdade, capaz de ver e investigar as coisas palpáveis, materiais, mas não vê para onde vai o mundo e donde o mesmo venha; para onde vai a sua própria vida; o que é o bem e o que é o mal. Esta escuridão acerca de Deus e a escuridão acerca dos valores são a verdadeira ameaça para a nossa existência e para o mundo em geral. Se Deus e os valores, a diferença entre o bem e o mal permanecem na escuridão, então todas as outras iluminações, que nos dão um poder verdadeiramente incrível, deixam de constituir somente progressos, mas passam a ser simultaneamente ameaças que nos põem em perigo a nós e ao mundo. Hoje podemos iluminar as nossas cidades de modo tão deslumbrante que as estrelas do céu deixam de ser visíveis. Porventura não temos aqui uma imagem da problemática que toca o nosso ser iluminado? Nas coisas materiais, sabemos e podemos incrivelmente tanto, mas naquilo que está para além disto, como Deus e o bem, já não o conseguimos individuar. Para isto serve a fé, que nos mostra a luz de Deus, a verdadeira iluminação: aquela é uma irrupção da luz de Deus no nosso mundo, uma abertura dos nossos olhos à verdadeira luz.

Por fim, queridos amigos, queria ainda acrescentar um pensamento sobre a luz e a iluminação. Na Vigília Pascal, a noite da nova criação, a Igreja apresenta o mistério da luz com um símbolo muito particular e humilde: o círio pascal. Trata-se de uma luz que vive em virtude do sacrifício: a vela ilumina, consumindo-se a si mesma; dá luz, dando-se a si mesma. Este é um modo maravilhoso de representar o mistério pascal de Cristo, que Se dá a Si mesmo e assim dá a grande luz. Uma segunda idéia, que a reflexão sobre luz da vela nos sugere, deriva do fato de a mesma ser fogo. Ora, o fogo é força que plasma o mundo, poder que transforma; e o fogo dá calor. E aqui se torna novamente visível o mistério de Cristo: Ele, a luz, é fogo; é chama que queima o mal, transformando assim o mundo e a nós mesmos. «Quem está perto de Mim, está perto do fogo»: assim reza um dito de Jesus, que nos foi transmitido por Orígenes. E este fogo é ao mesmo tempo calor: não uma luz fria, mas uma luz na qual vêm ao nosso encontro o calor e a bondade de Deus.

O Precónio, o grande hino que o diácono canta ao início da Liturgia Pascal, de modo muito discreto chama a nossa atenção ainda para outro aspecto. Lembra-nos que o material do círio se fica a dever, em primeiro lugar, ao trabalho das abelhas; e, assim, entra em cena a criação inteira. No círio, a criação torna-se portadora de luz. Mas, segundo o pensamento dos Padres, temos aí também uma alusão implícita à Igreja. Nesta, a cooperação da comunidade viva dos fiéis é parecida com o trabalho das abelhas; constrói a comunidade da luz. Assim podemos ver, no círio, também um apelo dirigido a nós mesmos e à nossa comunhão com a comunidade da Igreja, que existe para que a luz de Cristo possa iluminar o mundo.

Neste momento, peçamos ao Senhor que nos faça sentir a alegria da sua luz, de modo que nós mesmos nos tornemos portadores da sua luz, para que, através da Igreja, o esplendor do rosto de Cristo entre no mundo (cf. LG 1).


Fonte: Boletim diário da Santa Sé

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