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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

“A dignidade humana e cristã da procriação não consiste em um produto”, diz Bento XVI

Por Felipe Viana



Cidade do Vaticano (Terça-feira, 28-02-2012) O Papa Bento XVI exortou a comunidade científica a ter em conta a realidade dos casais que acodem a tratamento contra a infertilidade, sem reduzi-la a um "aspecto técnico". O chamado foi feito no último sábado, 25, em seu discurso aos 200 membros da Academia Pontifícia para a Vida, reunidos em assembleia em torno do tema "Diagnosis e terapia da infertilidade".
Frente às dificuldades que numerosos casais enfrentam para ter filhos, o Papa destacou a importância de oferecer tratamentos que considerem a dimensão moral e que busquem de forma verdadeira corrigir as causas da infertilidade. O Santo Padre chamou então a não se limitar a dar um filho ao casal, "mas restaurar a fertilidade aos recém-casados e toda a dignidade, para que eles sejam colaboradores de Deus na geração de um novo ser humano".

Conforme o pontífice, somente neste contexto é que a ciência verdadeiramente pode ajudar às famílias. "De fato", comentou o Santo Padre, "a união do homem e a mulher nesta comunidade de amor e vida que é o matrimônio é o único lugar digno da vocação à existência um novo ser humano, que é sempre um dom".

Referindo-se ao casais que sentem que sua vocação ao matrimônio foi frustrada pela incapacidade de gerar, o Papa recordou a transcendência do vínculo sacramental e seu verdadeiro significado. "A vocação ao amor é uma vocação ao dom de si mesmo e isto é uma possibilidade que nenhuma condição orgânica pode impedir. Portanto, onde a ciência não encontra uma resposta, a resposta é dada pela luz que vem de Cristo".
A procriação não pode se separar da moral e da espiritualidade
Bento XVI insistiu no ponto de que a procriação é uma realidade muito profunda que se reduz e desconhece se se separa de seus componentes morais e espirituais. "A dignidade humana e cristã da procriação não consiste em um 'produto', mas em sua relação com o ato conjugal, uma expressão de amor dos esposos, uma união não somente biológica, mas espiritual".

Por esta razão, o Santo Padre instou a alentar e apoiar os esforços científicos para curar a infertilidade, que foram desviados em direção à tecnologia da inseminação artificial, seriamente contrária à dignidade humana. "O cientificismo e a lógica da ganância agora parece dominar o campo de infertilidade e a procriação humana, chegando a limitar muitas outras áreas de investigação", denunciou o pontífice.
Bento XVI recordou também à comunidade científica que as pessoas têm depositado confiança em seu labor como um serviço à vida, como um trabalho que pode lhes dar consolo e esperança. "Não cedam nunca à tentação de tratar o bem das pessoas, reduzindo-o a um mero problema técnico; A indiferença da consciência frente ao verdadeiro e o bem representa uma perigosa ameaça para um autêntico progresso científico".
O pontífice concluiu sua intervenção recordando a esperança que o Concílio Vaticano II depositou em a comunidade científica. "Felizes são aqueles que, possuindo a verdade, seguem tratando de renová-la, aprofundando nela, para dá-la aos demais", afirmou por fim o Santo Padre.


Fonte: Arauto do Evangelho

Quaresma é ótima ocasião para confessar-se, salienta arcebispo

Por Felipe Viana



O Arcebispo de Nova York, Cardeal Timothy Dolan, criou um blog (http://blog.archny.org/) em que publica mensagens de conteúdo espiritual.

Em um de seus últimos posts, ainda estando em Roma para ser criado cardeal e participar do último consistório, ele escreveu: “É geralmente uma das primeiras coisas que eu faço no meu primeiro dia completo quando volto a Roma... No início da manhã eu desço o monte Gianicolo - onde fico no Colégio Americano - rumo à Basílica de São Pedro para me confessar e celebrar Missa”.

Para o arcebispo, a Eucaristia e a Reconciliação são dois Sacramentos poderosos, que devem ser constantes na vida espiritual.

“Eu não quero que você pense que eu só confesso quando estou em Roma! Em casa, em Nova York, eu procuro me confessar a cada duas semanas, porque eu preciso. Mas aqui em Roma há uma urgência e um sentido especiais”, destacou.

Mas para DomTimothy Dolan, estar perto do túmulo de São Pedro, faz ele lembrar de maneira mais viva a pergunta que Jesus fez a Pedro: "Simão, tu me amas?", o que faz ele examinar sua consciência para pensar nos momentos em que deixou de amar a Deus e de cuidar de suas ovelhas.

“Perto de sua tumba, eu me imagino, como São Pedro, duvidando de Jesus e afundando nas águas tempestuosas. Ao lado de seu túmulo, eu até admito que tenho, como Pedro, negado Jesus em meus pensamentos, palavras e obras. Dessa forma a minha contrição é forte, o meu propósito de emenda firme e eu me dirijo a um dos franciscanos para confessar no canto da enorme basílica”, escreve o Arcebispo.

Depois de rezar sua penitência, diante do túmulo de Pedro, sob o altar-mor , Dom Dolan conta que então vai se paramentar para a maior de todas as orações, o Santo Sacrifício da Missa.


Fonte: Da Redação, com Arautos do Evangelho

Escritos originais da Bíblia são expostos no Vaticano

Por Felipe Viana



Verbum Domini é o título da mostra que será inaugurada nesta quinta-feira, 01, no Vaticano. Pela primeira vez, estão reunidos mais de 150 objetos de relevância histórica, provenientes da coleção Green, a maior coletânia privada do mundo de textos e documentos bíblicos raros, e das coleções privadas de vários países. A iniciativa, promovida pelo Pontifício Conselho para a Cultura, foi apresentada nesta manhã à imprensa, na sede da Radio Vaticana.

A mostra interreligiosa e ecumênica, é aberta ao grande público gratuitamente, e deve aproximar os visitantes da história da Bíblia, aprofundar as raízes comuns da fé cristã e hebraica e recordar a obra de quantos fiéis no curso do tempo se aproximaram deste livro sagrado, para conhece-lo, traduzi-lo e transmiti-lo. Entre as peças da mostra, está o Codex Climaci Rescriptus, uma das Bíblias mais antigas do mundo, na língua materna de Jesus, o aramaico da Palestina. E ainda, a pedra inscrita de Jeselsohn, com cerca de 1 metro, descoberta na Jordânia junto ao mar morto, com 87 linhas do texto hebraico do I século a.c.
"A Bíblia, como a exortação Verbum Domini a definiu, é o grande código da cultura ocidental, o grande livro que modelou a cultura: não somente as expressões artísticas, mas também as grandes categorias do pensamento, o conceito da pessoa, dos relacionamentos entre as pessoas, a vida em comunidade, a gastronomia popular, o folclore", ressaltou Mons. Melchor Sanchez, subsecretário do Pontifício Conselho para a Cultura.


Fonte: Radio Vaticana em italiano tradução: Mirticeli Medeiros - equipe CN notícias)

CNBB saúda novo bispo auxiliar do Rio de Janeiro

Por Felipe Viana



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta quarta-feira, 29, uma nota de saudação ao novo bispo auxiliar do Rio de Janeiro, monsenhor Luiz Henrique da Silva Brito.

"A chegada de um jovem irmão para o episcopado traz esperanças para a ação evangelizadora da Igreja e nos revigora na comunhão", destaca a nota que expressa os votos de um "frutuoso ministério" ao recém-nomeado bispo auxiliar.

A CNBB agradeceu também a diocese de Campos por oferecer um de seus sacerdotes para o crescimento do Reino de Deus em outra diocese.

Leia a nota na íntegra:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebe, com alegria, a nomeação do novo bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), o monsenhor Luiz Henrique da Silva Brito, atualmente pároco da Paróquia São Benedito em Campos dos Goyatacazes (RJ), e agradece ao Papa Bento XVI pelo gesto de carinho para com o Brasil.

A chegada de um jovem irmão para o episcopado traz esperanças para a ação evangelizadora da Igreja e nos revigora na comunhão. Monsenhor Luiz Henrique percorreu um belo trajeto de formação na área do Direito Canônico e da Teologia Moral e, sobretudo, tem recebido a graça de servir na pastoral seja na promoção vocacional, seja no trabalho direto em várias paróquias. Esse caminho feito e a reconhecida dedicação com a qual ele assumiu esses desafios nos dão a certeza de que realizará um excelente serviço como colaborador de Dom Orani João Tempesta, na Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Fazemos os melhores votos de um frutuoso ministério, nos unimos em oração para agradecer a diocese de Campos (RJ) que oferece esse seu filho para o crescimento do Reino de Deus em outra Igreja Particular e, por fim, cumprimentamos Monsenhor Luiz Henrique com o desejo de que ele se sinta feliz e entusiasmado com a nova missão que a Igreja lhe confia.
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário geral da CNBB

Bento XVI reflete sobre ruptura com Deus dentro da Igreja

Por Felipe Viana




As meditações deste retiro do Papa e da Cúria Romana estão sendo
 conduzidos pelo Arcebispo africano Dom Laurent Monsengwo.
    Na manhã desta quarta-feira, 29, a meditação do Papa Bento XVI e da Cúria Romana foi dedicada ao tema da ruptura da comunhão com Deus, especialmente no interior da Igreja.

O
autor da meditação, o Arcebispo de Kinshasa, Cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, propôs a Bento XVI e aos membros da Cúria Romana, reunidos na Capela Redemptoris Mater do Palácio Apostólico, duas reflexões intituladas “O amor do mundo” e “Os anticristos ou a falta de fé em Jesus, o Cristo”.

Na tarde desta quarta-feira, a meditação do programa é intitulada “O pecado do sacerdote”. As meditações são inspiradas na primeira Carta de São João.

Os exercícios espirituais seguem até este sábado, 3, sobre o tema central "A comunhão do cristão com Deus". Devido ao retiro, a Catequese do Papa desta quarta-feira foi suspensa.



Fonte: Redação CN, com Rádio Vaticano (Tradução: equipe CN Notícias)

Fotos da santa missa São Luis

Por Felipe Viana











 
 
 
 
Fonte: Subidios Liturgicos

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A santa Missa! O que é a Santa Missa

Por Felipe Viana






      Tendo amado os seus, Jesus amou-os até o fim. Sabendo que chagara a hora de partir deste mundo para voltar ao pai, durante a ultima ceia ele lavvou os pés dos apostolos e deu-lhes o mandamento do amor. Como gantia deste amor, para nunca afastar-se dos seus e fazê-los partícipes de sua páscoa, ele instituiu a eucaristia com memória de sua volta, constituindo-os sacerdotes do novo testamento (catecismo da igreja católica, nº1337).

      A santa missa ou celebração eucaristica é a enovação incruenta do sacrificio de jesus no calvário. Sob a aparência do pão e do vinho, Cristo se faz ali realmente presente, em corpo, sangue, alma e divindade, e se oferece a deus pai como vitima sacrossanta, num ato supremo de louvor, de ação de graças, de petição e de expiração pelos nossos pecados.

      Todas as vezes que se celebra no altar o sacrificio da cruz, pelo qual Cristo nosssa páscoa foi imolado, atualiza-se ali obra de nossa redenção.

      A Eucaristia é o coração e o ápice da vida da igreja. É Cristo mesmlo, sumo e eterno sacerdote da nova aliança que, agindo pelo ministério dos sacerdotes, oferece o sacrifício eucarístico.

      Veja o que nos ensinam os santos sobre este sagrado mistério:

"vale tanto a celebração da Missa como a morte de Jesus Cristo, peça qual nos redimiu de todos os pecados!"  (São João Crisóstomo)

Santa Tereza de Jesus, inundada de consolação, fez um dia esta pergunta a Jesus: " Meu senhor, como poderei vos agradecer ?" E o Divino Redento lhe respondeu: " Assista a uma missa" !

São leonardo de Porto Mauricio escreveu: "Na hora de minha morte, as Santas Missas que tiverdes ouvido devotamente serão a vossa maior consolação".

São Padre Pio de Pietralcina, meditando sobre sobre o valor infinito da celebração Eucaristica, dizia: " Séria mais fácil o mundo viver sem o sol, do que sem a Santa Missa" !

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Redescobrir a oração

Por Felipe Viana




A oração é um exercício fundamental na busca pela qualidade de vida. Nas indicações que não podem faltar, especialmente para a vida cristã, estão a prática e o cultivo disciplinado da oração. É um exercício que tem força incomparável em relação às diversas abordagens de autoajuda, como livros e DVDs, muito comuns na atualidade.

A crise existencial contemporânea, em particular na cultura ocidental, precisa redescobrir o caminho da oração para uma vida de qualidade. Equivocado é o entendimento que pensa a oração como prática exclusiva de devotos. A oração guarda uma dimensão essencial da vida cristã. Cultivar essa prática é um segredo fundamental para reconquistar a inteireza da própria vida e fecundar o sentido que a sustenta.

É muito oportuno incluir entre as diversificadas opiniões, junto aos variados assuntos discutidos cotidianamente, o que significa e o que se pode alcançar pelo caminho da oração. Perdê-la como força e não adotá-la como prática diária é abrir mão de uma alavanca com força para mover mundos. A fé cristã, por meio da teologia, tem por tradição abordar a importância da oração ao analisar a sua estrutura fundamental, seus elementos constitutivos, suas formas e os modos de sua experiência. Trata-se de uma importante ciência e de uma prática rica para fecundar a fé.

A oração tem propriedades para qualificar a vida pessoal, familiar, social e comunitária. Muitos podem desconhecer, mas a oração pode ser um laço irrenunciável com o compromisso ético. É prática dos devotos, mas também um estímulo à cidadania. Ao contrário de ser fuga das dificuldades, é clarividência e sabedoria, tão necessários no enfrentamento dos problemas. Na verdade, a oração faz brotar uma fonte interior de decisões, baseadas em valores com força qualitativa.

A oração como prática e como inquestionável demanda, no entanto, passa, por razões socioculturais, por uma crise. Aliás, uma crise numa cultura ocidental que nunca foi radicalmente orante. O secularismo e a mentalidade racionalista se confrontam com aspectos importantes da vida oracional, como a intercessão e a contemplação. Diante desse cenário, é importante sublinhar: paga-se um preço muito alto quando se configura o caminho existencial distante da dimensão transcendente. O distanciamento, o desconhecimento e a tendência de banir o divino como referencial produzem vazios que atingem frontalmente a existência.

É longo o caminho para acertar a compreensão e fazer com que todos percebam o horizonte rico e indispensável da oração. Faz falta a clareza de que existem situações e problemas que a política, a ciência e a técnica não podem oferecer soluções, como o sentido da vida e a experiência de uma felicidade duradoura. A oração é caminho singular. É, pois, indispensável aprender a orar e cultivar a disciplina diária da oração. Tratar-se de um caminhar em direção às raízes e ao essencial. Nesse caminho está um remédio indispensável para o mundo atual, que proporciona mais fraternidade e experiências de solidariedade.

A lógica dominante da sociedade contemporânea está na contramão dessa busca. Os mecanismos que regem o consumismo e a autossuficiência humana provocam mortes. Sozinho, o progresso tecnológico, tão necessário e admirável, produz ambiguidades fatais e inúmeras contradições. Orar desperta uma consciência própria de autenticidade. Impulsiona à experiência humilde do próprio limite e inspira a conversão. É recomendação cristã determinante dos rumos da vida e de sua qualidade. A Igreja Católica tem verdadeiros tesouros, na forma de tratados, de estudos, de reflexões, e de indicações para o cultivo da oração, que remetem à origem do cristianismo, quando os próprios discípulos pediram a Jesus: "Ensina-nos a orar". É uma tarefa missionária essencial na fé, uma aprendizagem necessária, um cultivo para novas respostas na qualificação pessoal e do tecido cultural sustentador da vida em sociedade.



Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte - MG

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Summorum Pontificum em São Luis do Maranhão

Por Felipe Viana



Papa Bento XVI nomeia Dom Jacinto de Brito Arcebispo de Teresina

Por Felipe Viana




Bento XVI nomeou ontem dia, 22 de fevereiro, como novo Arcebispo de Teresina - PI Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, que é bispo de Crateús-CE desde 1998. Seu lema é “Senhor por tua palavra lançarei as redes” Lc 5,5.
A posse do novo arcebispo será no próximo dia 06 de maio, às 19h, na Catedral Nossa Senhora das Dores (Praça Saraiva).
O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira de Cinzas, às 7h, no Palácio Episcopal, pelo administrador Arquidiocesano.

D. Jacinto Furtado de Brito Sobrinho nasceu em Bacabal – MA aos 16 de junho de 1947. Filho de Pedro Furtado de Brito e Maria Inês Ribeiro de Brito. O primeiro dentre os 5 filhos do casal.

Foi batizado na igreja de Santa Teresinha, em Bacabal, os 26 de outubro de 1947. Na mesma igreja crismado, tendo o Pe. José de Freitas Costa como padrinho. Aos 08 de dezembro de 1954, na Santa Missa celebrada por frei Celso Schollmeyer ofm, na paróquia e igreja do mesmo nome, recebeu a sua primeira comunhão.

Sua iniciação nos estudos foi em 1953 na Escola Nossa Senhora da Conceição. No grupo escolar Osvaldo Aranha cursou o primário entre os anos de 1954 a 1958. Feito o Exame de Admissão, em São Luís, regressou a Bacabal onde fez o curso ginasial no Colégio de Nossa Senhora dos Anjos, dirigido pelos Frades Franciscanos, tendo pertencido a primeira turma do referido estabelecimento de ensino.

Em 1963, orientado por Frei Solano Kühn ofm, Diretor do Ginásio, ingressou no Seminário Franciscano de Santo Antônio, em Campina Grande-PB, onde fez o Curso Clássico, embora não pretendesse entrar na Vida Religiosa, mas tão só por razões de estudo. Integrado como seminarista na Arquidiocese de São Luís, em 1966, cursou o 1º ano de Filosofia no Seminário Provincial de Fortaleza-CE. De 1967 a 1970 estudou no Seminário Regional do Nordeste, em Recife-PE, onde concluiu os cursos de Filosofia e Teologia, sendo que em 1968, com a criação da Diocese de Bacabal, ligou-se a esta Circunscrição Eclesiástica.

No ano de 1970 revalidou o seu curso de Filosofia na Universidade Católica de Pernambuco.
Das mãos de D. Pascásio Rettler, Bispo de Bacabal, recebeu, aos 15 de janeiro de 1972 a Ordenação Sacerdotal. Foi nomeado Pároco e tomou posse na Paróquia de São Benedito, de Pedreiras, aos 19 de março de 1972.

De 1972 a 1980 integrou o Conselho Pastoral da Diocese.

De 1975 a 1982 foi Representante dos Presbíteros da Diocese de Bacabal e em julho de 1980 eleito membro da Comissão Nacional do Clero, representando o Nordeste IV (Maranhão e Piauí), o que lhe facultou a participação em duas Assembléias da CNBB, Itaici -SP, nos anos de 1981 e 1982.

A 1º de julho de 1984 foi nomeado pelo Bispo Diocesano membro do Colégio dos Consultores da Diocese, neste permanecendo até julho de 1994.

Com a renúncia de D. Pascásio, assumiu o pastoreio da Diocese, em janeiro de 1990, D. Henrique Johannpoetter ofm, o qual o nomeou Vigário Geral, cargo que exerceu de julho de 1990 a fevereiro de 1995.

Aos 24 de julho de 1994 deixou a paróquia de São Benedito de Pedreiras para assumir a função de vice-reitor do Seminário Interdiocesano Santo Antônio em São Luís. A reitoria do dito Seminário lhe foi confiada aos 19 de fevereiro de 1995.

Aos 18 de fevereiro de 1998 foi nomeado Bispo de Crateús-CE, pelo Papa João Paulo II.


Fonte: Subsídios Liturgicos

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Santa Missa,de benção e imposição de Cinças

Por Felipe Viana


 
Homilia do Santo Padre Bento XVI

Basilica di Santa Sabina
Mercoledì delle Ceneri, 22 febbraio 2012


Veneráveis ​​Irmãos,
Queridos irmãos e irmãs!
Este dia de penitência e jejum - Quarta Feira de Cinzas - inicia uma nova jornada rumo à Páscoa: a viagem da Quaresma. Gostaria de abordar brevemente a refletir sobre o sinal litúrgico das cinzas, um sinal material, um elemento da natureza, que se torna um símbolo sagrado na Liturgia, neste itinerário dia muito importante que começa a Quaresma. Anteriormente, na cultura judaica, o uso de regar as cinzas sobre suas cabeças em sinal de penitência era comum, muitas vezes combinados com lotes de se vestir ou pano.

Para nós, cristãos, no entanto, há neste momento um, que também tem um ritual importante e significado espiritual.

Primeiro, a cinza é um desses sinais materiais que levam os cosmos dentro da Liturgia. As principais são, obviamente, os sacramentos: água, óleo, pão e vinho, que se tornam reais sobre os meios sacramentais através dos quais comunica a graça de Cristo vem a nós. Se a cinza é mais um sinal não sacramental, mas ainda ligado à oração e à santificação do povo cristão: há, de fato, antes que o indivíduo em sua cabeça, uma bênção especial das cinzas - que vamos fazer em breve - com duas fórmulas possíveis. No início, eles são chamados de "símbolo austera" na segunda directamente invoca a bênção sobre eles e são referenciados ao texto do Livro do Gênesis, que também podem acompanhar o gesto: "Tu és pó e ao pó voltarás

"(cf. Gen 3,19).

Detenhamo-nos um momento sobre esta passagem em Gênesis. Conclui a sentença pronunciada por Deus após o pecado original: Deus amaldiçoa a serpente, que fez cair em pecado o homem ea mulher, então pune a mulher anunciando as dores do parto e relação desequilibrada com o marido, depois pune o 'Cara, anuncia o trabalho duro e maldições no solo. "Maldita é a terra por tua causa" (Gn 3:17), por causa do seu pecado. Então, o homem ea mulher não estão diretamente amaldiçoou a serpente como é o caso, mas, por causa do pecado de Adão, a terra é amaldiçoada, a partir do qual ele tinha sido levado. Releia a história magnífica da criação do homem da terra: "Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego da vida eo homem se tornou um ser vivente.

Então o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, no leste, e pôs ali o homem que havia formado "(Gn 2:7-8), assim, no Livro do Gênesis.

Aqui, então, que o sinal das cinzas nos leva de volta ao grande afresco da criação, que diz que o ser humano é uma unidade singular da matéria e do sopro divino, a imagem do pó da terra moldada por Deus e animada por seu soprou em suas narinas o fôlego da nova criatura. Podemos observar que no relato do Gênesis sobre o símbolo do pó passando por uma negativa por causa do pecado. Enquanto antes da queda do solo é um bom potencial plenamente, regada por uma fonte de água (Gn 2,6) e capaz para o trabalho de Deus, para germinar, "toda árvore que é agradável à vista e boas para comida" (Gn 2,9), após a queda e conseqüente maldição divina que irá produzir "espinhos e abrolhos" e apenas em troca de "dor" e "suor do rosto" homem dá os seus frutos (cf. Gen 3,17 - 18).

O pó da terra não só atrai o ato mais criativo de Deus, tudo está aberto à vida, mas torna-se um sinal de um destino inexorável da morte: "Tu és pó e ao pó voltarás" (Gn 3,19).

É evidente no texto bíblico que a parte da terra do destino do homem. Neste sentido, São João Crisóstomo, em uma homilia: "Veja como depois de sua desobediência tudo é imposto a ele [o homem] de forma contrária ao seu estilo de vida anterior" (Homilias sobre o Gênesis 17, 9: PG 53 , 146). Esta maldição do solo tem uma função para o homem da medicina, a "resistência" da terra devem ser ajudados a permanecer dentro de seus limites e reconhecer a sua natureza (cf. ibid.). Assim, com uma belíssima síntese, expressa outro comentário antigo, que diz: "Adão foi criado puro por Deus para o seu serviço. Todas as criaturas foram autorizados a servir. Ele estava destinado a ser o senhor e rei de todas as criaturas. Mas quando o mal veio até ele e conversar com ele, ele recebeu através de um público externo. Em seguida, ele penetrou seu coração e tomou posse de todo o seu ser.

Quando foi capturado, o estabelecimento, que tinha ajudado e servido, foi capturado com ele "(Pseudo-Macário, Homilias 11, 5: PG 34, 547).
Dizíamos há pouco, citando São João Crisóstomo, que a maldição do solo tem 'medicamento' uma função. Isto significa que a intenção de Deus, que é sempre benéfico, é mais profundo do que a maldição. Este fato não é devido a Deus, mas para o pecado, mas Deus não pode deixar de infligir-lo, porque ele respeita a liberdade humana e suas conseqüências, até mesmo os negativos. Assim, na punição, e até mesmo na Maldição do solo, ainda há uma boa intenção que vem de Deus quando Ele diz ao homem: "Tu és pó e ao pó voltarás!", Juntamente com o justo castigo também planeja anunciar um caminho de salvação, que vai passar por dentro da terra, através do "pó", a "carne" que será assumida pelo Verbo. E 'nesta perspectiva que a mensagem salvífica do Gênesis é tirada da liturgia da Quarta Feira de Cinzas: como um apelo à humildade, arrependimento, a ter sua atual condição mortal, mas não para terminar em desespero, mas para receber, apenas no Essa mortalidade nosso, a proximidade impensável de Deus, que, após a morte, abre a passagem para a ressurreição, o céu finalmente encontrado. Nesse sentido, orienta-nos um texto de Orígenes, que diz: "O que era inicialmente carne da terra, um homem de pó (cf. 1 Cor 15,47), e foi dissolvida pela morte, e novamente fez a poeira e cinzas - porque está escrito: porque és pó e ao pó voltarás - é ressuscitado novamente a partir da terra.

Mais tarde, de acordo com os méritos da alma que habita o corpo, a pessoa avançar a glória de um corpo espiritual "(Sobre os Princípios 3, 6, 5: Sch, 268, 248).



Os méritos "da alma", mencionado por Orígenes, são necessários, mas os fundamentos são os méritos de Cristo, a eficácia do seu mistério pascal. São Paulo ofereceu uma formulação sintética da Segunda Carta aos Coríntios, a segunda leitura de hoje: "Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, porque nele nos tornássemos justiça de Deus" (2 Cor 5 21). A possibilidade para nós do perdão de Deus depende, essencialmente, o fato de que o próprio Deus, na pessoa de seu Filho, queria partilhar a nossa condição, mas a corrupção do pecado. E o Pai o ressuscitou com o poder do seu Espírito Santo e Jesus, novo Adão, tornou-se, como diz São Paulo, "espírito vivificante" (1 Cor. 15:45), os primeiros frutos da nova criação. O mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos pode transformar os nossos corações de corações de pedra em corações de carne (cf. Ez 36:26). Chamamos há pouco com o Miserere Salmo: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, / renovar um espírito inabalável dentro de mim. / Não me banir da tua presença / e não retires o teu espírito santo "(Sl 50,12-13). Aquele Deus que levou os antepassados ​​do Éden, enviou o seu Filho em nossa terra devastada pelo pecado, não salvo, para que nós, filhos pródigos, podemos voltar, arrependido e nos redimiu pela Sua misericórdia, no nosso verdadeiro lar. Que assim seja, para cada um de nós, para todos os crentes, para cada homem que humildemente reconhece a necessidade de salvação.


© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana




Audiência Geral Por sua Santidade Bento XVI

Por Felipe Viana


Sala Paulo VI
Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012





Quarta-feira de Cinzas

Queridos irmãos e irmãs,
Nos próximos quarenta dias, que nos levarão até ao Tríduo Pascal – celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo –, somos convidados a viver um caminho de conversão e renovação espiritual, que nos faça sair de nós mesmos para ir ao encontro do Senhor. Este período será um tempo propício para uma experiência mais profunda de Deus, que torne forte o espírito, confirme a fé, alimente a esperança e anime a caridade. Poderemos assim ver e recordar tudo aquilo que Ele fez por nós. Daí concluiremos que só o Senhor nos merece; e, sem mais adiamentos nem hesitações, entregar-nos-emos nas suas mãos.

E Cristo tornar-nos-á participantes da vitória sobre o pecado e a morte, que Ele nos alcançou com o seu amor levado até ao extremo da imolação por nós na cruz. Seguindo o caminho da cruz com Jesus, ser-nos-á aberto o mundo luminoso de Deus, o mundo da luz, da verdade e da alegria. Inundados por esta luz, ganharemos nova coragem para aceitar, com fé e paciência, todas as dificuldades, aflições e provações da vida, sabendo que, das trevas, o Senhor fará surgir a alvorada nova da ressurreição.
* * *
A minha saudação amiga para o grupo escolar da Lourinhã e todos os peregrinos presentes de língua portuguesa. A Virgem Maria tome cada um pela mão e vos acompanhe durante os próximos quarenta dias que servem para vos conformar ao Senhor ressuscitado. A todos desejo uma boa e frutuosa Quaresma!




domingo, 19 de fevereiro de 2012

Concelebração Eucarística com os novos Cardeais

Por Felipe Viana



HOMILIA DO PAPA BENTO XVI

Basílica Vaticana
Domingo, 19 de fevereiro de 2012




Senhores Cardeais,
Venerados Irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Amados Irmãos e Irmãs!


Na solenidade da Cátedra de São Pedro Apóstolo, temos a alegria de nos reunir à volta do altar do Senhor, juntamente com os novos Cardeais que ontem agreguei ao Colégio Cardinalício. Para eles, em primeiro lugar, vai a minha cordial saudação, agradecendo ao Cardeal Fernando Filoni as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todos. Estendo a minha saudação aos outros Purpurados e a todos os Bispos presentes, como também às ilustres Autoridades, aos senhores Embaixadores, aos sacerdotes, aos religiosos e a todos os fiéis, vindos de várias partes do mundo para esta feliz ocasião, que se reveste de um carácter especial de universalidade.

Na segunda leitura, há pouco proclamada, o apóstolo Pedro exorta os «presbíteros» da Igreja a serem pastores zelosos e solícitos do rebanho de Cristo (cf. 1 Ped 5, 1-2). Estas palavras são dirigidas antes de mais nada a vós, amados e venerados Irmãos, que sois reconhecidos no meio do Povo de Deus pelos vossos méritos na obra generosa e sábia do ministério pastoral em dioceses relevantes, ou na direcção dos dicastérios da Cúria Romana, ou ainda no serviço eclesial do estudo e do ensino. A nova dignidade que vos foi conferida pretende manifestar o apreço pelo vosso trabalho fiel na vinha do Senhor, homenagear as comunidades e nações donde provindes e de que sois dignos representantes na Igreja, investir-vos de novas e mais importantes responsabilidades eclesiais e, enfim, pedir-vos um suplemento de disponibilidade para Cristo e para a comunidade cristã inteira. Esta disponibilidade para o serviço do Evangelho está fundada firmemente na certeza da fé. De facto, sabemos que Deus é fiel às suas promessas e aguardamos, na esperança, a realização destas palavras do apóstolo Pedro: «E, quando o supremo Pastor Se manifestar, então recebereis a coroa imperecível da glória» (1 Ped 5, 4).

O texto evangélico de hoje apresenta Pedro que, movido por uma inspiração divina, exprime firmemente a sua fé em Jesus, o Filho de Deus e o Messias prometido. Respondendo a esta profissão clara de fé, que Pedro faz também em nome dos outros Apóstolos, Cristo revela-lhe a missão que pensa confiar-lhe: ser a «pedra», a «rocha», o alicerce visível sobre o qual será construído todo o edifício espiritual da Igreja (cf. Mt 16, 16-19). Esta denominação de «rocha-pedra» não alude ao carácter da pessoa, mas só é compreensível a partir dum aspecto mais profundo, a partir do mistério: através do encargo que Jesus lhe confere, Simão Pedro tornar-se-á aquilo que ele não é mediante «a carne e o sangue». O exegeta Joachim Jeremias mostrou que aqui está presente, como cenário de fundo, a linguagem simbólica da «rocha santa». A propósito, pode ajudar-nos um texto rabínico onde se afirma: «O Senhor disse: “Como posso criar o mundo, sabendo que hão-de surgir estes sem-Deus que se revoltarão contra Mim?” Mas, quando Deus viu que devia nascer Abraão, disse: “Vê! Encontrei uma rocha, sobre a qual posso construir e assentar o mundo”. Por isso, Ele chamou Abraão uma rocha». O profeta Isaías alude a isto mesmo, quando recorda ao povo: «Considerai a rocha de que fostes talhados (…). Olhai para Abraão, vosso pai» (51, 1-2). Pela sua fé, Abraão, o pai dos crentes, é visto como a rocha que sustenta a criação. Simão, o primeiro que confessou Jesus como o Cristo e também a primeira testemunha da ressurreição, torna-se agora, com a sua fé renovada, a rocha que se opõe às forças destruidoras do mal.


Amados irmãos e irmãs! Este episódio evangélico, que escutámos, encontra subsequente e mais eloquente explicação num elemento artístico muito conhecido, que enriquece esta Basílica Vaticana: o altar da Cátedra. Quando, depois de percorrer a grandiosa nave central e ultrapassar o transepto, se chega à abside, encontramo-nos perante um trono de bronze enorme, que parece suspenso em voo mas na realidade está sustentado por quatro estátuas de grandes Padres da Igreja do Oriente e do Ocidente. E na janela oval, por cima do trono, resplandece a glória do Espírito Santo, envolvida por um triunfo de anjos suspensos no ar. Que nos diz este conjunto escultório, nascido do génio de Bernini? Representa uma visão da essência da Igreja e, no seio dela, do magistério petrino.

A janela da abside abre a Igreja para o exterior, para a criação inteira, enquanto a imagem da pomba do Espírito Santo mostra Deus como a fonte da luz. Mas há ainda outro aspecto a evidenciar: de facto, a própria Igreja é como que uma janela, o lugar onde Deus Se faz próximo, vem ao encontro do nosso mundo. A Igreja não existe para si mesma, não é o ponto de chegada, mas deve apontar para além de si, para o alto, acima de nós. A Igreja é verdadeiramente o que deve ser, na medida em que deixa transparecer o Outro – com o “O” grande – do qual provém e para o qual conduz. A Igreja é o lugar onde Deus «chega» a nós e donde nós «partimos» para Ele; a este mundo que tende a fechar-se em si próprio, a Igreja tem a missão de o abrir para além de si mesmo e levar-lhe a luz que vem do Alto e sem a qual se tornaria inabitável.

A grande cátedra de bronze contém dentro dela uma cadeira em madeira, do século IX, que foi considerada durante muito tempo a cátedra do apóstolo Pedro e, precisamente pelo seu alto valor simbólico, colocada neste altar monumental. Na realidade, exprime a presença permanente do Apóstolo no magistério dos seus sucessores. Podemos dizer que a cadeira de São Pedro é o trono da verdade, cuja origem está no mandato de Cristo depois da confissão em Cesareia de Filipe. A cadeira magistral renova em nós também a lembrança das seguintes palavras dirigidas pelo Senhor a Pedro no Cenáculo: «Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos» (Lc 22, 32).

A cátedra de Pedro evoca outra recordação: a conhecida expressão de Santo Inácio de Antioquia, que, na sua Carta aos Romanos, designa a Igreja de Roma como «aquela que preside à caridade» (Inscr.: PG 5, 801). Com efeito, o facto de presidir na fé está inseparavelmente ligado à presidência no amor. Uma fé sem amor deixaria de ser uma fé cristã autêntica. Mas as palavras de Santo Inácio contêm ainda outro aspecto, muito mais concreto: de facto, o termo «caridade» era usado pela Igreja primitiva para indicar também a Eucaristia. Efectivamente a Eucaristia é Sacramentum caritatis Christi, por meio do qual Ele continua a atrair a Si todos nós, como fez do alto da cruz (cf. Jo 12, 32). Portanto, «presidir à caridade» significa atrair os homens num abraço eucarístico – o abraço de Cristo – que supera toda a barreira e estranheza, criando a comunhão entre as múltiplas diferenças. Por conseguinte, o ministério petrino é primado no amor em sentido eucarístico, ou seja, solicitude pela comunhão universal da Igreja em Cristo. E a Eucaristia é forma e medida desta comunhão, e garantia de que a Igreja se mantém fiel ao critério da tradição da fé.

A grande Cátedra é sustentada pelos Padres da Igreja. Os dois mestres do Oriente, São João Crisóstomo e Santo Atanásio, juntamente com os latinos, Santo Ambrósio e Santo Agostinho, representam a totalidade da tradição e, consequentemente, a riqueza da expressão da verdadeira fé na santa e única Igreja. Este elemento do altar diz-nos que o amor apoia-se sobre a fé. O amor desfaz-se, se o homem deixa de confiar em Deus e obedecer-Lhe. Na Igreja, tudo se apoia na fé: os sacramentos, a liturgia, a evangelização, a caridade. Mesmo o direito e a própria autoridade na Igreja assentam na fé. A Igreja não se auto-regula, não confere a si mesma o seu próprio ordenamento, mas recebe-o da Palavra de Deus, que escuta na fé e procura compreender e viver. Na comunidade eclesial, os Padres da Igreja têm a função de garantes da fidelidade à Sagrada Escritura. Asseguram uma exegese fidedigna, segura, capaz de formar um conjunto estável e unitário com a cátedra de Pedro. As Sagradas Escrituras, interpretadas com autoridade pelo Magistério à luz dos Padres, iluminam o caminho da Igreja no tempo, assegurando-lhe um fundamento estável no meio das transformações da história.

Depois de termos considerado os diversos elementos do altar da Cátedra, lancemos um olhar ao seu conjunto. Vemos que é atravessado por um duplo movimento: de subida e de descida. Trata-se da reciprocidade entre a fé e o amor. A Cátedra aparece em grande destaque neste lugar, não só porque está aqui o túmulo do apóstolo Pedro, mas também porque ela encaminha para o amor de Deus. Com efeito, a fé orienta-se para o amor. Uma fé egoísta seria uma fé não-verdadeira. Quem crê em Jesus Cristo e entra no dinamismo de amor que encontra a sua fonte na Eucaristia, descobre a verdadeira alegria e torna-se, por sua vez, capaz de viver segundo a lógica deste dom. A verdadeira fé é iluminada pelo amor e conduz ao amor, conduz para o alto, como o altar da Cátedra nos eleva para a janela luminosa, para a glória do Espírito Santo, que constitui o verdadeiro ponto focal que atrai o olhar do peregrino quando cruza o limiar da Basílica Vaticana. O triunfo dos anjos e os grandes raios dourados conferem àquela janela o máximo destaque, com um sentido de transbordante plenitude que exprime a riqueza da comunhão com Deus. Deus não é solidão, mas amor glorioso e feliz, irradiante e luminoso.

Amados irmãos e irmãs, a nós, a cada cristão, está confiado o dom deste amor: um dom que deve ser oferecido com o testemunho da nossa vida. Esta é de modo particular a vossa missão, venerados Irmãos Cardeais: testemunhar a alegria do amor de Cristo. À Virgem Maria, presente na comunidade apostólica reunida em oração à espera do Espírito Santo (cf. Act 1, 14), confiamos agora o vosso novo serviço eclesial. Que Ela, Mãe do Verbo Encarnado, proteja o caminho da Igreja, sustente com a sua intercessão a obra dos Pastores e acolha sob o seu manto todo o Colégio Cardinalício. Amen!

© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana


sábado, 18 de fevereiro de 2012

Departamento das Celebrações Litúrgicas do Santo Padre

Por felipe Viana


NOTIFICAZIONE

UFFICIO DELLE CELEBRAZIONI LITURGICHE
DEL SOMMO PONTEFICE



CONCISTORO ORDINARIO PUBBLICO
PER LA CREAZIONE DI NUOVI CARDINALI
E PER IL VOTO SU ALCUNE CAUSE DI CANONIZZAZIONE




Sabato 18 febbraio 2012, alle ore 10.30, nella Basilica di San Pietro, il Santo Padre Benedetto XVI terrà Concistoro Ordinario Pubblico per la creazione di ventidue nuovi Cardinali, l’imposizione della berretta, la consegna dell’anello e l’assegnazione del Titolo o Diaconia.
Al termine del rito il Santo Padre Benedetto XVI terrà, altresì, Concistoro Ordinario Pubblico per la Canonizzazione dei Beati:
Giacomo Berthieu, Sacerdote professo della Compagnia di Gesù, martire;
Pedro Calungsod, catechista laico, martire;
Giovanni Battista Piamarta, Sacerdote, Fondatore delle Congregazioni Sacra Famiglia di Nazareth e Umili Serve del Signore;
Maria del Monte Carmelo, Fondatrice della Congregazione delle Suore Concezioniste Missionarie dell’Insegnamento;
Maria Anna Cope, Religiosa professa della Congregazione delle Suore del Terz’Ordine di San Francesco di Syracuse (New York);
Caterina Tekakwitha, laica;
Anna Schäffer, laica.

Gli Em.mi Membri del Collegio Cardinalizio sono pregati di trovarsi per le ore 10.00 presso l’altare della Confessione nella Basilica Vaticana, indossando la veste talare rossa, il rocchetto, la mozzetta e la berretta.
I Cardinali di nuova creazione, in abito corale, senza anello, vorranno trovarsi per le ore 10.00 presso la Cappella di San Sebastiano nella Basilica Vaticana.
I Patriarchi, gli Arcivescovi, i Vescovi, gli Abati e i Prelati Superiori dei Dicasteri della Curia Romana e gli altri Membri della Cappella Pontificia, che intendono partecipare al Concistoro, vorranno trovarsi nella Basilica alla medesima ora, indossando l'abito corale loro proprio.
* * *
Le visite di cortesia ai nuovi Cardinali si svolgeranno sabato 18 febbraio, dalle ore 16.30 alle ore 18.30, nei luoghi che saranno a suo tempo indicati.
Domenica 19 febbraio, Solennità della Cattedra di San Pietro, Apostolo, alle ore 9.30 nella Basilica di San Pietro, il Santo Padre presiederà la Concelebrazione Eucaristica con i nuovi Cardinali.
I nuovi Cardinali, in abito corale, sono pregati di trovarsi per le ore 9.00 presso la Cappella di San Sebastiano nella Basilica Vaticana, dove indosseranno le vesti sacre.
Alla stessa ora, i Signori Cardinali e gli altri Membri della Cappella Pontificia, ciascuno con l'abito corale suo proprio, vorranno trovarsi presso l’Altare della Confessione nella Basilica Vaticana per occupare il posto che verrà loro indicato dai cerimonieri pontifici.
Città del Vaticano, 11 febbraio 2012.
Per mandato del Santo Padre


Mons. Guido Marini
Maestro delle Celebrazioni Liturgiche Pontificie



Fonte: Diário da Santa Sé


Fotos do Consistório Ordinário Público

Por Felipe Viana












































































Fonte: Fotografias Felici

"Sem sobra de dúvidas: Sua Eminência Karl Josef Becker"

Por Felipe Viana


Ao contrário do que foi anunciado no boletim diário da Santa Sé no dia 3 de fevereiro, onde se anunciou que o então padre Karl Becker, S.I, não seria criado cardeal no dia 18 do citado mês, mas de forma privada e em outro dia, o mesmo Karl compareceu ao dia de reflexões antes do consistório e hoje recebeu o barrete cardinalício.

O boletim da Santa Sé dizia que o motivo da ausência do cardeal seria por motivos de saúde, visto que o cardeal Becker tem oitenta e três anos, porém, dias depois a mídia The Tablet afirmava que o padre Karl gozava de plena saúde, e que a notícia da postergação de sua criação como cardeal havia causado perplexidade ante seus confrades. Tinha-se notícia que o renomado professor já havia enviado convites e preparado suas alfaias púrpuras.

Aconteceu que ontem, 17 de fevereiro, o papa reuniu na sala do sínodo, os vinte e dois cardeais a serem criados no dia seguinte, e alguns outros purpurados. A intenção desta reunião seria um dia de formação e reflexão sobre a Nova Evangelização, e a "Missio ad Gentes". Neste encontro o padre Karl esteve presente, e neste ato levantou-se a pergunta: "Será que ele será criado cardeal amanhã, mesmo sendo sua criação adiada?" Resposta: "Sim".
O renomado professor, o cardeal Becker trabalhou como perito nas discussões teológicas e doutrinárias entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X. Por dezenas de anos foi consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, ou seja, trabalhou com o cardeal Ratzinger (Bento XVI), e seria hoje, o cardeal com o mais próximo pensamento ao do Papa.


Fonte: Santa Igreja

Discurso do Santo Padre Bento XVI

Por Felipe Viana

Santa Igreja

Basílica Vaticana
Sabato, 18 de fevereiro de 2012


«Tu es Petrus, et super hanc petram ædificabo Ecclesiam meam».



Venerados Irmãos,
Amados irmãos e irmãs!


Com estas palavras do cântico de entrada, teve início o rito solene e sugestivo do Consistório Ordinário Público para a criação dos novos Cardeais, que inclui a imposição do barrete cardinalício, a entrega do anel e a atribuição do título. Trata-se das palavras com que Jesus constituiu, eficazmente, Pedro como firme alicerce da Igreja. E o factor qualificativo deste alicerce é a fé: realmente Simão torna-se Pedro – rocha – por ter professado a sua fé em Jesus, Messias e Filho de Deus. Quando anuncia Cristo, a Igreja está ligada a Pedro, e Pedro permanece colocado na Igreja como rocha; mas, quem edifica a Igreja, é o próprio Cristo, sendo Pedro um elemento particular da construção. E deve sê-lo por meio da fidelidade à sua confissão feita junto de Cesareia de Filipe, ou seja, em virtude da afirmação: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo».

As palavras, que Jesus dirige a Pedro, põem claramente em destaque o carácter eclesial da celebração de hoje. De facto, através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal. Estes dilectos Irmãos, que dentro de momentos começarão a fazer parte do Colégio Cardinalício, unir-se-ão, por vínculos novos e mais fortes, não só com o Pontífice Romano mas também com toda a comunidade dos fiéis espalhada pelo mundo inteiro. Com efeito, no desempenho do seu peculiar serviço de apoio ao ministério petrino, os neo-purpurados serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.

É com este significado que se deve entender também a imposição do barrete vermelho. Aos novos Cardeais, é confiado o serviço do amor: amor a Deus, amor à sua Igreja, amor aos irmãos com dedicação absoluta e incondicional – se for necessário – até ao derramamento do sangue, como diz a fórmula para a imposição do barrete cardinalício e como indica a cor vermelha das vestes que trazem. Além disso, é-lhes pedido que sirvam a Igreja com amor e vigor, com a clareza e a sabedoria dos mestres, com a energia e a fortaleza dos pastores, com a fidelidade e a coragem dos mártires. Trata-se de ser servidores eminentes da Igreja, que encontra em Pedro o fundamento visível da unidade.

No texto evangélico há pouco proclamado, Jesus apresenta-Se como servo, oferecendo-Se como modelo a imitar e a seguir. No cenário de fundo do terceiro anúncio da paixão, morte e ressurreição do Filho do Homem, sobressai, pelo seu clamoroso contraste, a cena dos dois filhos de Zebedeu, Tiago e João, que, ao lado de Jesus, ainda correm atrás de sonhos de glória. Pediram-Lhe: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda» (Mc 10, 37). Contundente é a resposta de Jesus, e inesperada a sua pergunta: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo?» (Mc 10, 38). A alusão é claríssima: o cálice é o da paixão, que Jesus aceita para cumprir a vontade do Pai. O serviço a Deus e aos irmãos, a doação de si mesmo: esta é a lógica que a fé autêntica imprime e gera na nossa existência quotidiana, mas que está em contradição com o estilo mundano do poder e da glória.

Com o seu pedido, Tiago e João mostram que não compreendem a lógica de vida que Jesus testemunha, aquela lógica que deve – segundo o Mestre –caracterizar o discípulo no seu espírito e nas suas acções. E a lógica errada não reside só nos dois filhos de Zebedeu, mas, segundo o evangelista, contagia também «os outros dez» apóstolos, que «começaram a indignar-se contra Tiago e João» (Mc 10, 41). Indignam-se, porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória. São João Crisóstomo afirma que ainda eram imperfeitos os apóstolos todos: tanto os dois que procuravam obter precedência sobre os outros dez, como os dez que tinham inveja dos dois (cf. Comentário a Mateus, 65, 4: PG 58, 622). E São Cirilo de Alexandria, ao comentar passagens paralelas no Evangelho de Lucas, acrescenta: «Os discípulos caíram na fraqueza humana e puseram-se a discutir uns com os outros qual deles seria o chefe, ficando superior aos outros. (…) Isto aconteceu e foi-nos narrado para nosso proveito. (…) O que sucedeu aos santos Apóstolos pode revelar-se, para nós, um estímulo à humildade» (Comentário a Lucas, 12, 5, 24: PG 72, 912). Este episódio deu ocasião a Jesus para Se dirigir a todos os discípulos e «chamá-los a Si», de certo modo para os estreitar a Si, a fim de formarem como que um corpo único e indivisível com Ele, e indicar qual é a estrada para se chegar à verdadeira glória, a de Deus: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos» (Mc 10, 42-44).

Domínio e serviço, egoísmo e altruísmo, posse e dom, lucro e gratuidade: estas lógicas, profundamente contrastantes, defrontam-se em todo o tempo e lugar. Não há dúvida alguma sobre a estrada escolhida por Jesus: e não Se limita a indicá-la por palavras aos discípulos de ontem e de hoje, mas vive-a na sua própria carne. Efectivamente explica: «Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua via em resgate por muitos» (Mc 10, 45). Estas palavras iluminam, com singular intensidade, o Consistório público de hoje. Ecoam no fundo da alma e constituem um convite e um apelo, um legado e um encorajamento especialmente para vós, amados e venerados Irmãos que estais para ser incluídos no Colégio Cardinalício.

Segundo a tradição bíblica, o Filho do Homem é aquele que recebe de Deus o poder e o domínio (cf. Dn 7, 13-14). Jesus interpreta a sua missão na terra, sobrepondo à figura do Filho do Homem a imagem do Servo sofredor descrita por Isaías (cf. Is 53, 1-12). Ele recebe o poder e a glória apenas enquanto «servo»; mas é servo na medida em que assume sobre Si o destino de sofrimento e de pecado da humanidade inteira. O seu serviço realiza-se na fidelidade total e na plena responsabilidade pelos homens. Por isso, a livre aceitação da sua morte violenta torna-se o preço de libertação para muitos, torna-se o princípio e o fundamento da redenção de cada homem e de todo o género humano.

Amados Irmãos que estais para ser inscritos no Colégio Cardinalício! Que a doação total de Si mesmo, feita por Cristo na cruz, vos sirva de norma, estímulo e força para uma fé que actua na caridade. Que a vossa missão na Igreja e no mundo se situe sempre e só «em Cristo» e corresponda à sua lógica e não à do mundo, sendo iluminada pela fé e animada pela caridade que nos vem da Cruz gloriosa do Senhor. No anel que daqui a pouco vos entregarei, aparecem representados São Pedro e São Paulo e, no centro, uma estrela que evoca Nossa Senhora. Trazendo este anel, sois convidados diariamente a recordar o testemunho de Cristo que os dois Apóstolos deram até ao seu martírio aqui em Roma, tornando assim fecunda a Igreja com o seu sangue. Por sua vez a evocação da Virgem Maria constituirá para vós um convite incessante a seguir Aquela que permaneceu firme na fé e serva humilde do Senhor.

Ao concluir esta breve reflexão, quero dirigir a minha grata e cordial saudação a todos vós aqui presentes, particularmente às Delegações oficiais de diversos Países e aos Representantes de numerosas dioceses. No seu serviço, os novos Cardeais são chamados a permanecer fiéis a Cristo, deixando-se guiar unicamente pelo seu Evangelho. Amados irmãos e irmãs, rezai para que possa reflectir-se ao vivo neles o Senhor Jesus, o nosso único Pastor e Mestre e a fonte de toda a sabedoria que indica a estrada a todos. E rezai também por mim, para que sempre possa oferecer ao Povo de Deus o testemunho da doutrina segura e reger, com suave firmeza, o timão da santa Igreja.
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