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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Activistas britânicos preparam protestos contra Papa

Grupos com diferentes objectivos estão unidos para se manifestarem durante a visita do papa Bento XVI ao Reino Unido, apesar dos esforços da hierarquia da Igreja no país em temperar os ânimos.
Um protesto marcado para sábado em Londres por uma coligação denominada "Protest the Pope" inclui activistas dos direitos humanos, militantes a favor do aborto, feministas, defensores dos homossexuais, laicos e humanistas.

A manifestação decorre no dia em que o papa tem agendados encontros com representantes do governo, incluindo o primeiro ministro, David Cameron, e da oposição e horas antes da missa campal que terá lugar no Hyde Park.

Estão ainda previstos outros protestos públicos durante os quatro dias da visita, que decorre entre quinta-feira e domingo.

A Ordem das Mulheres Católicas optou por um modelo diferente e prometeu uma campanha de cartazes nos autocarros londrinos a exigir a ordenação de sacerdotes femininas.

Contudo, parece afastada a hipótese de ser tentada a emissão de um mandado de captura por "crimes contra a humanidade" devido ao alegado encobrimento de abusos sexuais por padres católicos.

Um dos líderes da coligação, Peter Thatchell, admitiu, na semana passada, que a iniciativa, sugerida por ateus activos, "não iria funcionar".

"Perante a lei britânica, o Papa tem imunidade soberana a acusações", afirmou o activista, que no passado tentou detenções civis ao presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, e ao antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger.

O bispo de Southwark, Peter Smith, disse ter recebido a garantia de que os eventos públicos em que o Papa vai participar não serão perturbados de forma "violenta ou ilegal".

O prelado tentou acalmar os ânimos ao reunir-se na semana passada com os opositores do Papa, aceitando discutir de forma "franca e aberta" assuntos como a pedofilia e a homossexualidade.

Um dia depois, o Vaticano admitiu que Bento XVI se encontre com vítimas de abusos sexuais durante a visita, tal como fez em viagens anteriores à Austrália e EUA, mas sem confirmar data ou local.

A visita do Papa também está a ser criticada devido ao custo que vai implicar para os cofres públicos por ser convidado da rainha Isabel II.

As despesas totais estão estimadas em 20 milhões de libras (24 milhões de euros), das quais 11 milhões serão pagas pela própria Igreja e os restantes pelo Estado britânico.

Um dos ataques mais severos partiu do antigo chefe do Governo da Irlanda do norte, Ian Paisley, fundador da Igreja Presbiteriana Livre.

Defendendo o cancelamento da visita, afirmou que o Papa vai ser recebido "como um rei".

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