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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Relatório revela que cresce em todo o mundo perseguição aos Cristãos.


Um relatório da Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS) revela que o número de violações à liberdade religiosa tende a aumentar, e que a intolerância em relação aos cristãos está crescendo, até mesmo nos países ocidentais.

No relatório de 2010 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, que analisa a situação em 194 países, a AIS considera particularmente preocupantes “as discriminações com base na religião, em especial na área de predomínio islâmico, e a hostilidade face à religião com motivações políticas”.

O documento elenca cerca de 20 países onde ocorrem “graves restrições ou muitos episódios de intolerância social ou legal ligados à religião”: Arábia Saudita, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Índia, Irã, Iraque, Maldivas, Mianmar, Paquistão, Somália e Sudão, entre outros.

O relatório indica que Igreja foi praticamente extinta na Coreia do Norte, enquanto nas ilhas Maldivas, a prática do Cristianismo é proibida. A intolerância religiosa continua a aumentar e os cristãos têm sido as principais vítimas, segundo dados oficiais.

Dados da agência missionária de notícias FIDES, da Congregação para a Evangelização dos Povos, revelam que 75% das perseguições registradas têm como alvo os cristãos.

As perseguições acontecem por várias razões: ódio religioso, como no Iraque ou no Paquistão; ou motivos políticos, como na China e na Coreia do Norte, por exemplo, onde a comunidade cristã já foi praticamente extinta.

“Na Coreia do Norte, podemos falar de um dos casos mais extremos de extermínio da comunidade cristã. Neste momento, a Igreja não tem clero, a prática do culto é impossível e a comunidade católica não excede 200 fiéis, segundo a agência AsiaNews, especializada nessa área do mundo.”

Mais surpreendente é o caso das Maldivas: essa meta turística, muito procurada em virtude de suas praias paradisíacas, proíbe os cristãos de expressarem sua fé. (AF)

***

O escritor Guitton: “50 milhões de cristãos perseguidos no mundo”

“É difícil fazer estimativas precisas, mas de acordo com os relatórios internacionais, pode-se dizer que mais de 50 milhões de cristãos sofrem perseguição, desprezo e discriminação”. Isto é o que diz, numa entrevista à Agência Fides o intelectual francês René Guitton, autor do texto “Cristofobia” em Roma para apresentar o Relatório 2010 sobre a Liberdade Religiosa no mundo da fundação “Ajuda à Igreja que Sofre”.

Fides o entrevistou.

O que significa cristofobia?

É um neologismo, mas é fácil de entender: indica a exclusão, a fobia contra os cristãos. Quer significar um ódio contra os cristãos como tais. Na minha vida eu lutei contra todas as formas de comunitarismo, que gera a exclusão de outros. Mas a cristofobia é um fenômeno que cresceu especialmente nos últimos 10 anos: é por isso, eu criei essa palavra.

Então, é um fenômeno novo?

Podemos dizer que é novo, mas existe de forma oculta há séculos. Começou a se expressar de forma clara após a independência alcançada pelos países que foram colonizados, mas aumentou muito desde 11 de setembro por causa das minorias extremistas que são de matriz islâmica, hinduísta ou cometem abertamente a hostilidade e a violência contra a comunidade cristã. Por isso, pode ser considerado “novo”. A cristofobia explodiu mais uma vez, por exemplo, quando o Pastor Terry Jones na nos Estados Unidos ameaçou queimar o Alcorão. Até o Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio foi considerado uma agressão aos grupos extremistas islâmicos. Qualquer coisa os cristãos façam ou dizem é um pretexto para a agressões. Podemos dizer que existe um ódio anti-cristão.

Você pode citar algumas cifras?

É muito difícil fazer isso, por causa das estimativas que são também bastante contraditórias sobre o mesmo número de minorias cristãs em vários países do mundo. No entanto, podemos dizer que os cristãos são vítimas de perseguições, desprezo e discriminações são mais ou menos 50 milhões no mundo inteiro.

O que são as raízes da “cristofobia”?

A cristofobia surgiu principalmente naqueles países que obtiveram a independência depois dos anos 50 do século passado. Os ocidentais, colonizadores, foram identificados como cristãos, num amálgama cultural-religioso. Ainda hoje, essas razões são citadas pelos grupos extremistas islâmicos contra o Ocidente e se justificam atos de violência como resposta aos sofrimentos sofridos no passado. É certamente um raciocínio esquemático e simplista, mas é isso que é usado para culpar os cristãos e justificar a violência.

Acredita que seja possível uma “aliança de civilização” entre o cristianismo e islamismo?

Tudo começa a partir de um dado: O Ocidente é definido cristão e o Oriente muçulmano. Para estabelecer uma aliança, é preciso superar esse esquema e enfrentar os problemas a nível global, por exemplo, a nível de Nações Unidas. Se os cristãos defendem somente os cristãos, judeus protegem os judeus, e os muçulmanos protegem os muçulmanos, os obstáculos permanecem. É preciso tratar o problema da violência como um ato desumano, é preciso tutelar as minorias e todas as comunidades religiosas, e assim contribuir a reduzir as distância entre as diferentes comunidades. A aliança é possível se todos aprendem a defender os direitos humanos e a lutar contra as perseguições cometidas contra qualquer comunidade religiosa, e defender todas as minorias, que são atacadas, no Oriente e no Ocidente.

Entrevê alguma esperança?

A esperança vem do novo mundo, feito de migração e globalização. Nos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, são construídas igrejas por causa da presença de imigrantes cristãos (principalmente das Filipinas e África). Esperamos e desejamos uma globalização da liberdade de consciência e de religião, uma globalização dos direitos. (PA)

fonte: Fides

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