Por Felipe Viana
O presidente equatoriano, Rafael Correa, assegurou hoje que vetará aos bispos da Igreja Católica que tratem de impor políticas fundamentalistas e destruir o trabalho social de clérigos anteriores como ocorre na província Sucumbíos.Durante sua habitual prestação de contas sabatina, o presidente explicou sobre os concilios do Vaticano e as reformas da Igreja, e referiu-se ao trabalho social que cumprem sacerdotes na comunidade latino-americana.
Nos anos 60, assinalou Correa, os religiosos aplicaram uma doutrina social que denunciava excessos do “capitalismo selvagem” e fundaram novas formas de pensar “denunciando muito fortemente as injustiças na América Latina”.
Referiu-se a uma nova tendência da atual administração católica, na qual “infelizmente, a Igreja tem retornado a essa questão moral, mas de forma puramente individual: que o aborto, que as preferências sexuais, que o casal gay”.
“Isso é importante, apontou, mas em uma região como a América Latina a questão moral mais importantes é a questão social, denunciar a injustiça que dia a dia se vive no Equador e na América Latina”.
Destacou o trabalho do monsenhor Gonzalo López Marañón, a quem condecorou no último dia 9 com a Ordem Nacional ao Mérito no grau de Caballero, por seu destacado trabalho social e defesa dos Direitos Humanos durante 40 anos como bispo de Sucumbíos.
“Lá temos uma igreja muito comprometida com os pobres”, disse e rejeitou a presença de novos bispos conservadores, “pessoas que se vestem no estilo medieval, com batinas no meio da selva amazônica.
“Querem apagar do mapa toda a ação pastoral, social da igreja de Sucumbíos e as pessoas tem uma total rejeição contra esta imposição e contra esta comunidade ultraconservadora da Igreja Católica”, afirmou.
Segundo os tratados entre Equador e o Vaticano, o governo pode recusar a presença de bispos.
“Não queremos utilizar o tratado, mas o utilizaremos caso pretendam destruir um trabalho social em Sucumbíos e substitui-lo por uma seita fundamentalista que está atrasada há quatro ou cinco séculos “, enfatizou.
Prensa latina
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