Por Felipe Viana
Prosseguindo as catequeses que tem vindo a desenvolver sobre a oração, na
audiência geral das quartas-feiras, Bento XVI comentou hoje a relação filial
expressa na palavra “Abba – Pai”, usada e proposta por Jesus para invocar a
Deus. Com uns 20 mil peregrinos congregados na praça de São Pedro, o Papa
recordou, a propósito, a ação do Espírito Santo, referindo a proximidade do
Pentecostes, domingo. Recordando que no Génesis, o primeiro livro da Bíblia, as
origens da humanidade são atribuídas à iniciativa divina, o Papa realçou a
relação de parentesco e proximidade entre criatura e criador: “Deus é nosso pai,
para ele não somos seres anónimos, impessoais, mas temos um nome”.
A oração
cristã – insistiu Bento XVI - é “expressão de uma relação recíproca onde Deus
age sempre em primeiro lugar”. É através do Espírito Santo que a prece de cada
cristão se torna oração de toda a Igreja e é também ele que une os diversos
serviços e talentos existentes no cristianismo, sublinhou.
Mas ouçamos o
resumo que o Papa propôs em português, seguido das saudações dirigidas aos
peregrinos de língua portugues:

“Queridos irmãos e irmãs,
O
Espírito Santo nos ensina a tratar Deus, na oração, com os termos afetuosos de
«Abbá, Pai!», como fez Jesus. São Paulo, tanto na carta aos Gálatas como na
carta aos Romanos, afirma que é o Espírito que clama em nós «Abbá, Pai!»,
fazendo-nos sentir numa relação de profunda confiança com Deus, como a de uma
criança com seu pai. Hoje muitos não se dão conta da grandeza e da consolação
profunda contidas na palavra «Pai», dita por nós a Deus na oração.
O Espírito
Santo ilumina o nosso espírito, unindo-nos à relação filial de Jesus com o Pai.
Realmente, sempre que clamamos «Abbá, Pai!», fazemos isso movidos pelo Espírito,
com Cristo e em Cristo, e sempre em união com toda a Igreja. De fato, desde o
princípio, Ela assumiu esta invocação, de modo particular na oração do
«Pai-Nosso». Quando rezamos ao Pai, nunca estamos sozinhos. É a Igreja que
sustém a nossa invocação, porque a nossa invocação é invocação da Igreja.
Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem-vindos! Saúdo de modo
particular os brasileiros do Rio de Janeiro, do Rio Grande de Sul, bem como as
Irmãs Franciscanas de São José. Com a proximidade da solenidade de Pentecostes,
procurai, a exemplo de Nossa Senhora, estar abertos à ação do Espírito Santo na
vossa oração, de tal modo que o vosso pensar e agir se conformem sempre mais com
os do seu Filho Jesus Cristo. De coração vos abençôo a vós e às vossas
famílias!"