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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Academia Islâmica do Egito congela diálogo com o Vaticano.

Por Felipe Viana


A Academia de Investigação Islâmica de Al-Azhar congelou o diálogo com o Vaticano indeterminadamente e responsabilizou o papa Bento XVI pela medida.

Em nota, o secretário geral da academia, Ali Abdel Dayem, disse que a decisão “se insere no marco das declarações contra o Islã repetidas em várias ocasiões pelo papa Bento XVI”, em referência às palavras do Pontífice segundo as quais os muçulmanos oprimem os fiéis de outras religiões no Oriente Médio.

O comitê para o diálogo com o Vaticano da academia de Al-Azhar — instituição que se define como “o maior centro de saber teológico do mundo sunita” baseada no Cairo — se reúne duas vezes ao ano para examinar a cooperação entre as duas partes.
O Vaticano, por sua vez, atestou que “a linha de abertura e desejo de diálogo do Pontifício Conselho continua inalterada”.
“Quanto à notícia sobre um comunicado da Academia Al-Azhar (…), o Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso está recolhendo informações necessárias para uma compreensão adequada da situação”, declarou o porta-voz da Santa Sé, o padre Federico Lombardi.

Recentemente, Joseph Ratzinger expressou preocupação com a população cristã no Oriente Médio por causa dos ataques em Bagdá, no Iraque, e em Alexandria, no Egito, contra templos cristãos.

O atentado em Bagdá ocorreu em 31 de outubro de 2010, quando homens armados integrantes do braço iraquiano da Al-Qaeda assaltaram uma igreja siríaca e mataram 46 pessoas. No Egito, uma explosão em uma igreja copta — dos cristãos ortodoxos do país — fez 23 vítimas fatais na passagem de ano.

No início de 2011, o Santo Padre afirmou que esta sucessão de ataques era um sinal para os governos do Oriente Médio adotarem “medidas eficazes” para proteger minorias religiosas, argumentando que “palavras não são suficientes”.

Os comentários de Bento XVI sobre o ocorrido em Alexandria foram criticados pelo grande imane de Al-Azhar, Ahmed al Tayyeb, que os considerou como uma “ingerência inaceitável” nos assuntos do Egito, e questionou “por que o Papa não pede proteção para os muçulmanos quando são mortos no Iraque”. (ANSA)
 
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