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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Diante de suas limitações, Bento XVI diz confiar plenamente em Deus

Por Felipe Viana

Ao comemorar seu 78º aniversário, o Cardeal Joseph Ratzinger esperava uma aposentadoria tranquila, mas três dias depois, no dia 19 de abril de 2005, ele foi eleito o 264º sucessor de Pedro.
“A única coisa que pensei para explicar a mim mesmo foi: ‘Evidentemente, a vontade de Deus é outra, e para mim começa algo completamente diferente, uma coisa nova. Mas Ele está comigo”, conta o agora Papa Bento XVI, no livro-entrevista “Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos Tempos".
Na Praça de São Pedro, fiéis, peregrinos e a imprensa de todo mundo esperavam pelo anúncio e o primeiro pronunciamento no novo Papa. Bento XVI então pensou “O que poderia dizer?”. Desde o momento da eleição, ele só conseguia dizer “Senhor, o que está fazendo comigo? Agora a responsabilidade é Tua. Deves conduzir-me! Não sou capaz disso. Se me quiseste, agora deves também ajudar-me”.

De fato, ser o líder da maior Igreja cristã que reúne fiéis de diferentes etnias, povos e culturas dos quatro cantos da Terra é um grande dever. Os católicos no mundo são cerca de 1 bilhão e 196 milhões. De acordo com o Anuário de 2010, um aumento de fiéis em 1,3% (entre 2009 e 2010), e uma presença global que se mantém estável em torno de 17,5%.

O poder do Papa
Ao completar sete anos de Pontificado, Bento XVI afirma que esses números mostram quão ampla é a comunidade católica, mas o poder do Papa, no entanto, não está nesses dados. Por que não? Ele explica que a comunhão com o Papa é de outro gênero, como também é a pertença à Igreja. Como dizia Santo Agostinho, muitos que parecem estar dento, estão fora; e muitos que parecem estar fora, estão dentro. “Em uma questão como a fé e a pertença à Igreja, o dentro e o fora estão entretecidos misteriosamente”, reforça o Pontífice.

O ex-líder da União Soviética, Josef Stalin, disse que o Papa não tem divisões militares e não pode intimidar ou impor nada, não possui sequer uma grande empresa, por assim dizer, na qual todos seus fiéis seriam seus dependentes ou subalternos. Nesse sentido o Papa seria uma pessoa absolutamente impotente. Por outro lado, Bento XVI esclarece que ele tem uma grande responsabilidade, pois é, em certo sentido, o chefe, o representante, e tem o dever de fazer com que a fé que mantém unidas as pessoas tenha credibilidade, permaneça viva e continue íntegra em sua identidade.

Os Papas nunca erram?
O Papa, como qualquer outro sacerdote fala e age sobre o comando de Jesus Cristo e por Ele. O Filho de Deus confiou Sua Palavra à Igreja, mas todo sacerdote pode ter suas insuficiências e fragilidades. “O que conta é que eu não exponho as minhas ideias, mas procuro pensar e viver a fé da Igreja, agir sob Seu comando de modo obediente”, destaca o Santo Padre.


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