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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Jesus pede-nos desprendimento das riquezas, partilha com os pobres para podermos segui-lo, ensina bispo de Frederico Westphalen

Por Felipe Viana

      Frederico Westphalen (Quinta-Feira, 11/10/2012, Gaudium Press ) Dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo da diocese de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, em seu mais recente artigo, intitulado "Seguir Jesus implica desapego das riquezas", nos faz refletir sobre a cena de um homem que se ajoelha diante de Jesus e manifesta o seu desejo de alcançar a vida eterna. É um homem rico, tendo tudo o que parece suficiente para ser feliz: possui muitos bens, leva uma vida moralmente correta.

Dom Antônio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

      De acordo com o prelado, o tal homem não procura Jesus com segundas intenções, como os fariseus que o faziam sempre para o experimentar, ao contrário, a sua atitude de respeito, revela sinceridade e preocupação com uma questão vital: a vida eterna. Dom Antônio ressalta que a resposta de Jesus remete o homem para os Mandamentos da Lei: "não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não cometerás fraudes; honrará pai e mãe". Viver de acordo com o Decálogo é uma condição necessária para chegar à vida eterna.
      O arcebispo explica que o homem tem cumprido os mandamentos da Lei desde a sua juventude, pois trata-se de alguém que tem uma fé esclarecida, empenhada. Ele ainda afirma que Jesus reconhecendo esta retidão, olha para o homem e convida-o a ir mais longe: "vai vender o que tens e dá o dinheiro aos pobres. Depois vem e segue-Me. Terás um tesouro no Céu". Em outras palavras, avalia o prelado, Jesus pede-nos desprendimento das riquezas, partilha com os pobres para podermos segui-Lo.
       No entanto, dom Antônio destaca que, apesar de toda a sua boa vontade, o homem não está preparado para renunciar aos seus bens e afasta-se triste. O arcebispo então questiona: Quem se atreve a acusá-lo? A história do homem rico retrata todos os seguidores de Jesus. Não desejamos a perfeição e a vida eterna? Contudo, estamos determinados a pôr em prática os conselhos de Jesus? "Quantas vocações falhadas porque recusam o convite divino! Quanto apego ao dinheiro! Os cristãos dos países ricos, apesar de tanta abundância, em muitos casos, vivem tristes, não são felizes."
      Para o prelado, quem não é capaz de renunciar aos bens passageiros deste mundo não pode entrar no Reino celeste, pois as riquezas quando nos prendem e escravizam não são apenas uma dificuldade para entrarmos na vida eterna, mas são um verdadeiro impedimento: "é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus".
      Jesus repetiu de vários modos este ensinamento: "Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro" (Lucas 16,13), porque "as preocupações das riquezas abafam a Palavra de Deus" (Mateus 13,22). "Que o dinheiro nos sirva todos estamos de acordo. Que o dinheiro nos domine como um tirano a quem nós servimos como escravos, Jesus não pode aceitar", alertou o arcebispo.
      Por fim, dom Antônio lembra que o Evangelho não esconde a reação dos discípulos em face desta radicalidade: quem pode, então, salvar-se? "Em resposta, Jesus pronuncia palavras de conforto, apresentando o poder de Deus como incomparavelmente maior do que a fraqueza humana aos homens é impossível, mas não a Deus. Depois de pronunciar palavras duras condenando o nosso apego às riquezas, Jesus abre-nos as portas da esperança, porque a Deus tudo é possível", conclui. (FB/JS)

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