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domingo, 28 de outubro de 2012

O Evangelho no mundo

Por Felipe Viana

O Sínodo lança um projeto concreto para a nova evangelização. Com um ponto firme: «a fé é definida na relação que estabelecemos com a pessoa de Jesus» e para o testemunhar é preciso que nos aproximemos da vida dos homens de hoje, sem «inventar qualquer tipo de estratégias» porque o Evangelho não é «um produto a ser colocado no mercado das religiões».

      Exatamente para «poiar e orientar» todas as comunidades cristãs na urgência da missão, os padres sinodais aprovaram na manhã de 26 de Outubro a mensagem pastoral, 

     O nuntius,na conclusão dos trabalhos. Trata-se de um documento novo, como disse o cardeal Betori – presidente da comissão sinodal para a redacção – apresentando-o na Sala de Imprensa da Santa Sé logo após a aprovação. Novo porque «não se limita a exortações globais, mas articula-se em pontos relativos a cada um dos continentes, expressa e especificamente nomeados em ordem alfabética».Porque se é verdade, explicou, que sobretudo num mundo globalizado a reflexão  diz respeito ao conjunto, é verdade também que globalização não quer dizer nivelamento. E, por conseguinte, cada questão deve ser enfrentada considerando as realidades individualmente. Outra característica consiste no tom que se quis manter na mensagem: exortativo e encorajador, perfeitamente em sintonia «com o tom constante das intervenções dos padres sinodais». E este é outro dos elementos que  caracteriza a mensagem sinodal, com a qual todos os padres «concordaram  e se reconheceram a ponto de a aprovar por aclamação». Um exemplo, disse o cardeal Betori, da comunhão expressa na colegialidade da Igreja.  Colocaram no texto experiências e propostas nascidas durante a assembleia, enfrentando as questões mais candentes. Sem ceder ao pessimismo e convidando a um confronto total, 

     O Sínodo propôs de modo emblemático  como fio condutor da mensagem a página evangélica que narra o encontro de Jesus com a samaritana. Também com a experiência sinodal «a Igreja sente o dever de estar ao lado dos homens e das mulheres deste tempo para tornar presente o Senhor na sua vida». 

     O debate, hoje, evidenciou como em todas partes do mundo se sinta «a necessidade de reavivar uma fé que corre o risco de se obscurecer nos contextos culturais que impedem o seu radicamento pessoal e a presença social, a clareza dos conteúdos e os frutos coerentes». Nenhum  pessimismo, recomendam os padres: globalização, secularização, velhas e novas pobrezas são desafios a enfrentar como oportunidade de evangelização. E «não se trata de começar tudo do início».

     Contudo, é  evidente   que «os diferentes cenários sociais e culturais» chamam os cristãos «para algo de novo». Os padres sinodais pensam «numa comunidade acolhedora, na qual todos os marginalizados encontram a sua casa, em experiências reais de comunhão». 

     Enfim, trata-se de «tornar concretamente acessíveis as experiências da Igreja, multiplicar os poços para os quais convidar os homens e as mulheres sedentos e ali fazê-los encontrar com Jesus, oferecer oásis nos desertos da vida». Mas a missão de evangelizar o mundo para a Igreja inicia com um apelo à conversão. Começando por si mesma.

Fonte: L’Osservatore Romano
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