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quarta-feira, 6 de março de 2013

Cardeal Sean O'Malley: um digno filho de São Francisco!

Felipe Viana 


     O Cardeal O’Malley de Boston ou, como ele prefere, Cardeal Seán, bem que poderia ser nosso próximo papa. Não, ele não é meu candidato. Como escrevi anteriormente, não revelarei o nome do meu predileto.
 
      Tenho, entretanto, pelo Cardeal Seán uma admiração que vem de longe. Pela sua trajetória episcopal marcada pelo zelo missionário e restaurador. Devolveu à Igreja em Boston – entre as mais gloriosas na história do catolicismo americano – a credibilidade que perdera. Não sem razão. É uma homem piedoso, santo, simples – um genuíno filho de São Francisco.
 
     Escrevi-lhe recentemente que rezo por ele. Rezo porque sei que ele tem mais chances de que meu candidato. Rezo para que, uma vez eleito, olhe pelo Brasil como João Paulo II e Bento XVI olharam pelos EUA. A Igreja nos EUA já é outra em relação a dos anos 80 e 90, outros são os bispos. Mais fiéis (creiam-me, os números que apontam para um declínio são enganadores), mais conversos, mais seminaristas, mais sacerdotes. Não voltaram aos números estratosféricos dos anos anteriores ao Vaticano II, mas chegarão lá.
 
     O Cardeal Seán tem 68 anos. Nasceu em 29 de junho de 1944, dia de São Pedro (hehehe, Petrus Romanus). Oriundo de Lakewood, estado de Ohio, foi batizado como Patrick, em homenagem a São Patrício. Ingressando na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos tomou o nome de Seán, em honra de São João Batista.
 
   Na ordem franciscana fez os estudos seminarísticos e foi ordenado em 29 de agosto de 1970, dia do martírio do Precursor. Na Universidade Católica da America tornou-se mestre em Educação Religiosa e doutor em literaturas espanhola e portuguesa. O cardeal fala português fluentemente.
 
  Seu ministério sacerdotal é marcado pela dedicação às comunidades espanholas e portuguesas nos EUA, tendo sido diretor do Centro Católico Hispano da arquidiocese de Washington.
 
    Foi nomeado bispo coadjutor de Saint Thomas, nas Ilhas Virgens, pelo Papa João Paulo II em 1984. Em 1992 foi transferido para a Sé de Fall River, onde teve de enfrentar sério problemas de abuso sexual por parte de clérigos. Foi transferido em setembro de 2002 para Palm Beach, em razão de sua notória capacidade de enfrentar casos de abuso sexual. Pelo mesmo motivo foi promovido a Arcebispo de Boston em julho de 2003, de todas a mais afetada pelos escândalos.
 
    Desde então se notabilizou pela seriedade, sensibilidade, coragem e proximidade com os fiéis, sobretudo os mais vulneráveis.
 
   Foi criado cardeal pelo Papa Bento XVI em 24 de março de 2006. O papa atribuiu-lhe a Igreja titular de Nossa Senhora da Vitória. Título providencial mais do que merecido pelo filho de São Francisco, devoto da Imaculada, e que obteve extraordinária vitória sobre os que – de dentro e de fora – feriam a Igreja nos Estados Unidos.
 
  A desfavor dos Cardeal Seán pesa a nacionalidade. O antiamericanismo é um dos poucos preconceitos tolerados hodiernamente – ao lado do anticatolicismo. Espero que os cardeais não se deixem conduzir por uma categoria de pensamento tão antievangélica e elejam, ou meu predileto, ou o Cardeal Seán, a despeito de seu lugar de nascimento.
 
Fonte: Oblatvs

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