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sexta-feira, 3 de junho de 2011

AIDS: 60 milhões de pessoas infectados no mundo. A Igreja pensa em CADA uma delas!

Por Felipe Viana


Mais solidariedade dos países ricos com os mais pobres e sem acesso aos medicamentos; responsabilidade de cada um nas relações sexuais e mais aproximação dos doentes que vivem a vergonha do estigma.

Este foi o pedido de pesquisadores, médicos e representantes eclesiais que se reuniram em Roma, em 27 e 28 de maio, para debater sobre o HIV, sua difusão no mundo e as vias de combate adotadas nos cinco continentes.

São 60 milhões de contagiados pelo vírus nos últimos trinta anos, mais de 30 milhões de mortos pela doença no mesmo período, e 2,6 milhões de infectados em 2009, com 1,8 milhões de falecidos.

Estes números são sinais de uma emergência que a Igreja continua ajudando a resolver, através de 117.000 estruturas de saúde que compreendem desde o pequeno posto médico na selva até o hospital policlínico de vanguarda na cidade grande.

“Mas seria ridículo ficarmos só no aspecto numérico, mesmo ele sendo importante”, explica na conferência o cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado vaticano. “Uma parte essencial da contribuição da Igreja está na construção daquele capital invisível. Sem ele, não haveria eficácia duradoura nem nas melhores redes de assistência sanitária”.
Bertone se refere à importância da educação, dada pela Igreja católica, para superar os preconceitos contra os contagiados pelo vírus, que são “pessoas dotadas de uma dignidade inalienável”.
“A infecção do HIV”, disse Dom Zygmunt Zimowski, do Conselho Pontifício para os Agentes Sanitários, não pode ser reduzida só a uma patologia somática imunitária, que tem que ser tratada com antirretrovirais. “É uma doença social e moral, que exige um tratamento em todos os níveis”.

“A aids revela uma desordem profunda, antropológica e moral, que tem a ver não só com o comportamento sexual da pessoa que transmite o vírus”, afirmou Zimowski, “mas com o tipo de relações interpessoais envolvidas na difusão da epidemia”. Um comportamento, como o das pessoas que transmitem a infecção, caracterizado pela “irresponsabilidade”.

“Enquanto essa desordem não receber atenção dos responsáveis contra a epidemia da aids”, recorda o presidente do dicastério vaticano, “a epidemia permanecerá na população”.
A prevenção da transmissão sexual do vírus “deve ser feita na perspectiva e no contexto de uma luta total e global, não limitada, portanto, ao também importante aspecto médico-sanitário”.

Da mesma opinião é Stefano Vella, diretor do departamento de Farmácia no Instituto Superior de Saúde: “O futuro está na integração dos tratamentos”, explica. “É necessário pensar na saúde em termos globais; a base tem que ser a vontade de combater a desigualdade dos tratamentos”. O responsável europeu para a Saúde e a Política dos Consumidores, John Dalli, observa que mais de 6 milhões de pessoas recebem hoje o tratamento com antirretrovirais para a infecção do HIV, mas a luta não está terminada.
“Há 10 milhões de pessoas esperando o tratamento”, reforça Michael Sidibè, secretário geral adjunto da ONU e diretor executivo da UnAids, “e a vida deles está por um fio”.
 
É verdade que os contágios vêm caindo, mas “não é hora de relaxar, e, se estamos destruindo a trajetória da epidemia, é por causa de uma mudança na propagação da doença”, já que estão sendo focados “a melhora nas práticas sociais e o reforço dos valores e da família”.

Responsáveis por esta mudança são principalmente os jovens, capazes de “negociar a sua sexualidade responsavelmente”, e também a pesquisa científica e o investimento maior.
A mesa da conferência solicitou dos países industrializados um empenho renovado de solidariedade com os países cujas populações não conseguem ter acesso nem mesmo aos tratamentos básicos, necessários para salvar a vida, por falta de dinheiro e por causa da malária e da tuberculose como agravantes.

O cardeal Bertone lembrou um fragmento do telegrama que o beato João Paulo II enviou aos participantes da conferência “A Igreja católica e o desafio do HIV”, em 1999. Wojtyla, falando das vítimas da infecção, fez um chamamento “à generosidade fraterna de tantos homens e mulheres de boa vontade, movidos pelo exemplo do Bom Samaritano, a socorrer esses doentes com meios adequados, cuidando deles do modo mais humano possível”.

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terça-feira, 31 de maio de 2011

Casais separados: “Não pesa sobre eles a exclusão nem uma condenação irrevogável”, afirma Bispo Italiano.

Por Felipe Viana 


O fenômeno das separações assumiu dimensões tais que exigem uma orientação de maior atenção a quem está nesse tipo de situação. É preciso fazer com que os separados ouçam que não pesa sobre eles uma forma de exclusão, uma condenação irrevogável.

Dom Angelo Spinillo (foto), comissário da “Conferência dos Bispos da Itália para a família”.(Jornal La Stampa)

Dom Spinillo, por que a Igreja italiana, pela primeira vez, dedica um encontro nacional para os casais separados?

Isso está na linha da exigência e da atitude de escuta que nós, pastores, somos chamados a testemunhar. Além disso, o fenômeno das separações assumiu dimensões tais que exigem uma orientação de maior atenção a quem está nesse tipo de situação. É preciso fazer com que os separados ouçam que não pesa sobre eles uma forma de exclusão, uma condenação irrevogável. Em algumas paróquias, estão sendo realizadas experiências positivas com grupos de divorciados recasados. Há encontros que expressam a sensibilidade amadurecida na Igreja. Existe uma grande atenção a pessoas que não devem ser excluídas da realidade eclesial: são membros da Igreja, cujas exigências de religiosidade não devem ser negligenciadas e que são chamados a participar em formas caritativas e comunitárias da vida pastoral. Está sendo superada a visão sociológica do matrimônio e a coincidência entre dimensão civil e sacramental.

Excluir os separados aumentaria o risco de esvaziamento das igrejas?
Esse risco também existe, mas o diálogo é o caminho certo não só de um ponto de vista prático. Acho significativo que muitos divorciados de segunda união, apesar de não poder ter acesso aos sacramentos, peçam para batizar seus filhos, porque sentem em seus corações uma fé a ser transmitida. A Igreja não fecha as portas. É oportuno colocar-se em jogo sobre essas coisas, visando ao bem e ao crescimento de todos. Agora, o divórcio é uma realidade também em Malta e é uma condição difundida com a qual é preciso lidar em todos os lugares, em espírito de caridade e de verdade. Não escandaliza a atenção da Igreja, cujo modelo é o amor misericordioso de Deus pela humanidade, mesmo quando ela não está em conformidade com os preceitos. Não podemos não estar perto de quem se põe em busca.

Como se evita os efeito-exclusão?

É bom envolver os separados nas atividades comunitárias. A separação é uma condição comparável à suspensão “a divinis” para os sacerdotes: o sacerdócio não é anulado, mas a função, o exercício são suspensos. No recente catecismo para os jovens, YouCat, reconhece-se que não é fácil permanecer fiel ao próprio parceiro por toda a vida. Portanto, não podem ser condenadas as pessoas que veem o seu casamento fracassar. Um cônjuge fiel pode abandonar o teto conjugal se uma situação matrimonial se torna verdadeiramente insuportável, e, para evitar episódios de violência, também pode ser necessária a separação civil.

Como um pároco deve se comportar com os separados?

O pároco e os outros fiéis devem compartilhar o seu sofrimento e ajudá-los no seu caminho humano e cristão. Os divorciados de segunda união jamais podem perder a esperança de alcançar a salvação. O fato de terem se afastado do mandamento do Senhor não significa que a conversão e a salvação estão banidas para eles. Eles devem sentir a proximidade da Igreja e têm o direito a um adequado acompanhamento pastoral. Permanecem membros do Povo de Deus e é justo que a Igreja esteja ao seu lado e os envolva para que experimentem o amor de Cristo e a presença materna da Igreja

Eles não estão excomungados, conservaram a fé e a comunhão com a comunidade eclesial. Como batizados, podem viver a palavra de Deus, o sacrifício eucarístico, a vida de oração, comunhão fraterna. Neles, está contido um potencial de vida a ser valorizado nas atividades comunitárias.
 
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Bispos italianos promovem Encontro Nacional para casais separados: “Luzes de esperança para a família ferida”.

Por Felipe Viana 


A Conferência dos Bispos da Itália – CEI Pela primeira vez dedicará um encontro nacional para o problema dos casais separados.
O Escritório Nacional para a Pastoral da Família da CEI escolheu esse tema para a semana de formação de verão, a ser realizada em Salsomaggiore (Parma), do dia 22 a 26 de junho, intitulada Luzes de esperança para a família ferida. Pessoas separadas e divorciados recasados na comunidade cristã.

A abertura dos trabalhos será confiada ao Pe. Paolo Gentile, diretor do escritório do CEI para a família. “Na Itália – explica o Pe. Gentile –, infelizmente, estão aumentando os casos de separação, e esse fenômeno chama a comunidade cristã a um acompanhamento solidário que conjugue verdade e caridade. 

A decisão de dedicar às famílias separadas essa edição da semana de formação de verão é o sinal de como a Igreja é mãe e mestra para quem vive a separação, que não deve se considerado excluído da comunidade dos fiéis, mesmo na clareza do Magistério e da doutrina ao que se refere, por exemplo, à possibilidade de se aproximar dos sacramentos”.

Durante os trabalhos, estão previstas quatro oficinas temáticas sobre: acolher, discernir, acompanhar e educar. Segundo os organizadores, os quatro filões “também poderiam ser etapas de um caminho a ser percorrido nas paróquias, um itinerário possível para transformar uma vida destruída em uma vida boa”.
Estão previstas, além disso, palestras de especialistas e intervenções sobre as experiências em curso na Igreja para o acompanhamento dos separados e dos filhos de famílias separadas. 

Aos problemas dos casais, o jornal dos bispos, Avvenire, dedicou neste domingo uma seção especial, analisando particularmente as temáticas da traição, com um excursus sobre os lugares que incitam à traição e sobre como as mesmas são a representação preferida nas ficções e nos reality shows para aumentar a audiência quando os índices estão em queda. 

Entre as reflexões propostas, também está a do teólogo moral Bernard Giordano, que observa como se pode ser “infiel de muitos modos, não só através de relações extraconjugais. Às vezes o trabalho, um hobby, os amigos podem se tornar mais importante e prevalecer sobre a relação com o cônjuge”.

O Avvenire dá a notícia também das atividades da Retrouvaille, a associação que, há quase 10 anos também na Itália, propõe um caminho de recuperação aos casais em crise para “curar” o casamento. Na Itália, cerca de 75% dos casamentos são celebrados com rito religioso, embora os fiéis praticantes sejam mais de 30% da população. 

Hoje, quando cinco em cada uniões estão em crise, em Bolzano, Vicenza, Trento, Como, alguns párocos experimentam percursos de inserção na vida de comunidade dos divorciados. O objetivo é o de inserir todas as pessoas no caminho comunitário das paróquias.
 
Fonte : La Stampa- Itália
 
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segunda-feira, 30 de maio de 2011

“New Age”. O velho paganismo com aparência de modernidade, magia e ciência.

Por Felipe Viana


Álvaro Farías Díaz, psicólogo pela Universidade do Uruguai “Dámaso A. Larrañaga”, membro da Rede Ibero-americana de Estudo das Seitas (RIES) e diretor do Serviço de Estudo e Assessoria em Seitas do Uruguai (SEAS)

* * *

Poderíamos nos perguntar por que têm tanto êxito filmes como “Harry Potter”, “O Senhor dos Anéis”, ou livros como “O alquimista”… Por que florescem, cada dia mais, as expressões do pensamento imaginário ou mágico? Por que, ainda que a modernidade o considerava moribundo, Deus continua resistindo tão bem?
 Como evoluíram as religiões históricas, em contato com as novas crenças e as novas formas de espiritualidade marcadas com o selo do individualismo e do pragmatismo? E, no final das contas, como compreender esta exuberância de crenças e práticas que está diante dos nossos olhos, essa religiosidade flutuante, “a la carte”, que se desenvolve dentro da nossa sociedade?

Vemos hoje como os homens e mulheres da nossa cultura, afetados pelos transtornos do humor, são medicados com a mesma gama de medicamentos frente a qualquer coisa. Por um lado, confiam na medicina científica e, por outro, aspiram a uma terapia que, reconhecendo sua identidade, dê lugar à palavra.

Como diz Elisabeth Roudinesco, “assistimos, nas sociedades ocidentais, a um crescimento inacreditável do mundinho dos curandeiros, dos feiticeiros, dos videntes e dos magnetizadores. Frente ao cientificismo erigido em religião e diante das ciências cognitivas, que valorizam o homem-máquina em detrimento do homem desejante, vemos florescer, em contrapartida, toda sorte de práticas, ora surgidas da pré-história do freudismo, ora de uma concepção ocultista do corpo e da mente: magnetismo, sofrologia, naturopatia, iridologia, auriculoterapia, energética transpessoal, sugestologia, mediunidade, etc. Ao contrário do que se poderia supor, essas práticas seduzem mais a classe média – funcionários, profissionais liberais e executivos – do que os meios populares”.

As pseudoterapias Nova Era

O termo “Nova Era” abrange um conglomerado de ideias que torna difícil sua concreção: alguns sustentam que é uma nova forma de enfrentar a vida e de expressá-la, enquanto outros afirmam que é um sincretismo tão grande, que o único que pretende é confundir e recolher o fruto de tal confusão.

Nosso momento atual dista muito de desconhecer o fascínio pelo sagrado, que irrompe por caminhos que pareciam já pouco transitados ou reservados aos marginalizados da religião. Quem se surpreende ainda diante de certos programas de televisão, certos programas de rádio, certos avisos em jornais e revistas nos quais aparecem “ofertas religiosas” misturadas com “ciência”: radiestesia, controle mental, reiki, budismo, meditação transcendental, viagens astrais, Jesus cósmico, igrejas neopentecostais, grupos gnósticos etc.? Mas o que está acontecendo realmente? As tentativas de explicação são variadas.

A Nova Era tem suas raízes na tentativa de encontrar pontos de contato entre ciência e religião, entre a razão e a magia, entre o Oriente e o Ocidente. Pretende-se criar um novo paradigma. Trata-se de uma fuga do tradicional rumo ao alternativo.

É preciso esclarecer o que, na Nova Era, se entende por “Deus”. Deus seria a “energia” que, em um determinado momento, desceu sobre Jesus Cristo, Buda, Maomé, e mais perto na história, sobre o conde Saint Germain. Os adeptos da Nova Era interpretam a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo dentro de um contexto esotérico, como um símbolo da libertação da energia crística e sua difusão em forma de gás vivificador do céu novo e da terra nova, manifestação esta que chegará a todo o seu esplendor quando ocorrer o advento da “Nova Era” ou da “Era de Aquário”. O Cristo interior é a “faísca” interior, desprendida da energia ou ou Cristo cósmico. Qualquer um pode chegar a ser “Cristo” e para isso é preciso recorrer às técnicas da Nova Era e, sobretudo, provocar estados alterados de consciência (transes místicos, fenômenos de channeling, etc.), ao mesmo tempo em que é preciso conectar-se com a ecologia, conduto da energia cósmica.

O maior problema com tudo isso é a utilização perversa destas crenças e técnicas. Cada um é livre para pensar e acreditar no que lhe parecer mais oportuno. O ruim é quando, sem aviso prévio, vão lhe introduzindo crenças que não compartilhava em primeira instância, aproveitando circunstâncias pouco éticas através de um processo de manipulação psicológica.

Na maioria destes casos, não há, à frente deste tipo de ofertas terapêuticas, um profissional idôneo, isto é, um psicólogo ou psicoterapeuta formado para o exercício de tal função. Quando há, dão-se fenômenos de intromissão profissional e abuso terapêutico.

A clínica com pacientes que viveram este tipo de experiências e com seus familiares nos mostra que esses “terapeutas” acabam sendo verdadeiros manipuladores, já que, com sua forma de agir, denotam um desconhecimento da ética profissional, transgredindo seus limites; fazem mau uso das técnicas psicoterapêuticas e levam a cabo uma manipulação da relação terapêutica para seu benefício pessoal.

Há muito por fazer. Por tudo o que foi exposto anteriormente, parece-nos suficientemente clara a necessidade e a oportunidade de pesquisar sobre o tema das seitas e grupos manipulativos, assim como sobre os processos sociais e psicológicos da própria manipulação psicológica em todo o mundo.
 
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