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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Papa cita Brasil e “novos movimentos” como sinal de vitalidade da Igreja em livro-entrevista.


“Vivemos em uma época na qual é necessária uma nova evangelização. Uma época na qual o único Evangelho deve ser anunciado em sua racionalidade grande e imutável, e, ao mesmo tempo, naquela potência que supera a racionalidade. De tal modo que chegue de maneira nova a nosso pensamento e a nossa compreensão…”. São algumas das palavras do Papa Bento XVI expostas no recentemente publicado e comentado livro “Luz do Mundo: o Papa, a Igreja e os sinais dos tempos”. O material é resultado de seis horas de entrevista do pontífice com o jornalista alemão Peter Seewald, no verão passado, em Castel Gandolfo.

O mundo atual necessita mais do que nunca da mensagem de Cristo. Este interesse manifestado pela Papa, da necessidade de uma renovada ação apostólica que tenha como “leit motiv” o Evangelho, tem fundamento em sua clara visão da situação atual. Em “Luz do Mundo”, o Papa revela sua compreensão profunda da crise da modernidade, matizada com seu empenho de pastor universal da Igreja e sua condição de analista equânime da realidade dos dias de hoje.

“Algo importante que devem saber e conhecer os meios de [comunicação] é este grande ponto a favor que [o Papa] tem como educador, como um grande pensador e naturalmente como alguém que não escutá somente o mundo católico, mas também a cristandade.

Creio que isso é algo que se vê muito pouco, mas é importante assinalá-lo nesta época de crise da sociedade moderna. Posso dizer que ter isso é um presente: Em um mundo que com frequência está cego é importante ter alguém com esta atitude inquebrantável de abertura. Creio que no futuro isto será melhor apreciado”, expressou o próprio Peter Seewald, em entrevista à Agência Aciprensa sobre os antecedentes do livro e suas repercussões.

“Um Papa otimista sobre a vida da Igreja”

O conhecimento dessa crise, e de suas repercussões no interior do mundo católico – assunto amplamente discutido por Bento XVI em “Luz do Mundo” - não impede que o Papa veja o futuro com esperança fundamentada: “A impressão que se recebe [ quando se lê o livro de Seewald] é a de um Papa otimista sobre a vida da Igreja, apesar das dificuldades que a acompanham desde sempre”, ressaltou o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, durante a coletiva de imprensa que apresentou o livro.

Qual deve ser a linha de ação da Igreja para o futuro em um mundo secularizado? A de sempre, segundo o Papa: apresentar Jesus Cristo e sua mensagem perene, de um modo adequado aos dias de hoje.o pontífice em “Luz do Mundo. Neste sentido, Bento XVI se declara “muito otimista a respeito do fato de que o Cristianismo se encontra frente a uma nova dinâmica” que possivelmente o leve a assumir “um aspecto cultural diverso”. “Devemos acometer com força renovada a questão a respeito de qual é a maneira em que se pode anunciar de novo a este mundo o Evangelho, de forma que chegue a ele, e que tenhamos que emprega para isso todas as energias”, explica

“Uma criatividade de todo nova”

“O cristianismo neste momento está desenvolvendo também uma criatividade toda nova”, afirma o Papa na primeira parte do livro de Seewald. “No Brasil, por exemplo, se de um lado se registra um forte crescimento de seitas, cometendo muito equívocos porque prometem substancialmente riqueza e sucesso exterior; por outro lado, assiste-se também a grandes renascimentos católicos, a uma dinâmica de florescimento de novos movimentos como, por exemplo, os Arautos do Evangelho, jovens cheios de entusiasmo por haver reconhecido em Cristo o Filho de Deus e desejosos por anunciá-lo ao mundo”, expressou o Papa.

“O bispo de São Paulo – continuou o Santo Padre – me disse que naquela cidade se assiste a um nascimento de cada vez mais novos movimentos católicos. Existe, dessa forma, uma força de mudança e uma nova vida”.

No livro de Seewald há várias referências à realidade eclesial brasileira e da América Latina. Bento XVI faz um rápido balanço ao jornalista alemão sobre os cinco anos de seu pontificado e assinala que as viagens apostólicas não foram um “espetáculo qualquer”.

Como um de seus êxitos, o Papa inclui a visita ao Brasil em 2007, que coincidiu com a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano e do Caribe, em Aparecida, onde foi “iniciada a Missão Continental”, que agora é realizada nos programas pastorais das dioceses de todos os países da região.

Dessa viagem, o Santo Padre recorda também o encontro na “Fazenda Esperança”, um centro de recuperação para dependentes químicos; casa que se tornou modelos para muitos outros lugares. Folha Universal

Sobre a viagem ao Brasil, o Papa observou ainda a “consciência” de que a “Igreja Católica vive e é vigorosa”.

Fonte: Folha Universal

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