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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Testemunho de Jonadabe Rios (Johnny). Ex- protestante, hoje Católico!


Observei que o que eu achava ser os fundamentos do cristão, as cinco solas da reforma, não se sustentam e são como esses castelos de areia ou os barracos ao lado do Castelo Real. Como um castelo incompleto, algumas vezes totalmente o oposto disso. Mas as doutrinas Católicas se mostraram como as partes de uma casa bem planejada e construída. Os mitos devem ser desfeitos, e os fundamentos reais reafirmados. Que o Rei envie cada vez mais trabalhadores zelosos para sua obra.

Mas por que me tornei católico? Uma das várias razões que me fez deixar o protestantismo é que suas bases não fazem sentido em si mesmas sem a tradição da Igreja. Além disso, observando as doutrinas católicas, vi que são mais bíblicas que algumas doutrinas protestantes. Se é que podemos dizer “algumas” desses vários ramos do protestantismo que surgem a cada dia com uma novidade primitiva. Se é, ainda, que algo pode ser chamado de novidade (como uma nova revelação) e ao mesmo tempo ser primitiva!

Isso se deu principalmente quando comecei a estudar a igreja primitiva e a doutrina católica bem como a sua história, e percebi, assim como vários ex-protestantes, que os primeiros cristãos eram mais católicos que protestantes, também que as pessoas criaram vários mitos em relação ao catolicismo. Os mesmos mitos direcionados ao Castelo Real. Assim como o Castelo, a Igreja não foi modificada posteriormente por homens que queriam que os outros acreditassem em suas doutrinas humanas. Houve sim um desenvolvimento na forma de compreender as mensagens de Jesus, dos apóstolos e dos cristãos primitivos. Não um desenvolvimento no sentido de que algo diferente e até mesmo contraditório era acrescentado, mas um desenvolvimento na medida em que os cristãos começavam a meditar no depósito da fé, na Tradição e Escrituras, guiados pelo Espírito Santo conforme Jesus prometera.

Ao contrário do mito inventado por alguns supostos reformadores, nem o Castelo nem a Igreja escondiam os livros sagrados, ou proibiam a leitura de sua biblioteca. Na verdade foram ambos que preservaram seus livros, além de que, por meio de pessoas autorizadas, pois sucederam as colunas do Castelo e da Igreja e foram guiados pelo Espírito, que sabemos quais são os livros que de fato revelam a vontade do Rei. Da mesma forma que os moradores do castelo, os católicos adoram somente a seu Deus, mas, como foram ensinados desde o principio, prestam honras aos que seguiram de forma exemplar os mandamentos de seu Mestre, de forma a seguir o mesmo exemplo.

Sobre a reforma protestante, penso que houve pouca comunicação de ambas as partes. Se hoje, com todos os meios de comunicação disponíveis, ainda há mitos alimentados e falta de comunicação, e até mesmo desonestidade por parte de alguns, imagine quando a imprensa nascia? Hoje, graças a Deus, vários desses mitos estão sendo desfeitos. Interessante é que as catacumbas de Roma, que nos dão inumeras e fortes evidencias da crença primitiva (principalmente das contrárias ao ensino protestante) foram redescobertas em uma época muito próxima, em que as controvérsias protestantes estavam em alta. Supeito uma providência Divina nessa redescoberta. Será o Rei Eterno dando sinais de sua presença invisível?

Nunca imaginaria que iria encontrar a ortodoxia na Igreja Católica. Como certa vez disse G. K. Chesterton, “Tentei criar uma nova heresia; mas, quando já lhe aplicava os últimos remates, descobri que era apenas a ortodoxia.”. O mesmo bem afirmou que para se conhecer de fato o cristianismo ou tem que estar totalmente dentro dele, de forma que o conheça, ou totalmente fora a ponto de não odiar. Como numa casa que, se ficarem somente na entrada não se conhecerá a beleza vista de fora nem as maravilhas internas. Deve-se ou entrar na casa, ou sair totalmente fora dela para vê-la por completo. A mesma coisa se pode dizer sobre a Igreja Católica.

No mesmo livro (O Homem Eterno), esse grande católico afirmou uma verdade que se vê em toda a história da Igreja: quando se pensa que a Igreja morreu, aí é que ela nasce de novo, isso porque tem um Deus que sabe morrer e voltar à vida. Quando Jesus morreu, todos pensaram que o seu movimento havia cessado, mas o que aconteceu foi exatamente o contrário. Seus discípulos pregavam que o Cristo havia ressuscitado dos mortos. E quando os imperadores pensavam que iriam destruir a Igreja do Senhor cortando seu corpo em pedaços, aí é que ela revivia e se revigorava a cada mártir que tinha seu corpo queimado, esquartejado ou jogado às feras. Ou, a exemplo de Chesterton, no tempo em que o imperador, filho de Constantino, desejava que a Igreja acreditasse na nova moda que era o arianismo, a crença de que Jesus é o Filho Eterno de Deus tornou-se novamente viva entre o povo por causa dos que mantinham essa chama acesa. Depois da reforma pensou-se que a Igreja, o barco que navega (mesmo que às vezes vacilante) no meio das águas mundiais com todas essas crenças divergentes, iria afundar e acabar sendo um barco entre as canoas que haviam afundado, ela continua firme e forte com o Vigário de Cristo nos guiando pela ajuda do Cristo que ainda não está presente de forma física. Hoje com muitos dos ditos católicos agindo como se não o fossem, ainda há um povo guiado por Jesus Cristo sendo levantado. Muitos estão gritando que a Igreja está morta, assim como seu Cristo que morreu. Mal sabem que o Cristo que soube fazer essa Igreja reviver nos tempos em que parecia desfalecer, está a levantar novamente seu corpo visível.

Sou um dos que nasceram dentro dos limites do Castelo, e, por isso, sempre fui católico. Da mesma forma que vários dos que são católicos mesmo sem saber. Mas criticava o catolicismo, pois não conhecia de perto. Eu o via por partes, e só concordava com essas partes que conseguia ver por completo, as outras, que via de relance, ou que alguns que afirmavam estar lá dentro (mas que nunca estiveram de fato) me diziam, eu descartava como algo que não é da vontade do Rei e assim preferia ficar ao redor do castelo. Mas, por vontade de conhecê-lo de fato, depois de ver o exemplo de vida de alguns irmãos Católicos, comecei a entrar pela porta, e, por curiosidade, vasculhar as salas, os quartos, quadros e relíquias. Assim pude perceber a beleza e veracidade do depósito da fé pura revelada por Jesus e repassada pelos apóstolos e seus sucessores. Acabei ficando por lá mesmo, em um quarto que já estava preparado para mim antes mesmo de pensar em entrar. Vários quartos já estão preparados. Dessa forma não estou em um novo caminho, e sim, na verdade, em outra parte de um mesmo caminho maior do qual sempre fiz parte.

Como qualquer cristão, ainda há várias lutas para enfrentar, principalmente agora quando meus amigos e familiares me perguntam por que agora sou católico. Mas como bem disse Robert Ian Williams:

“Não estou sozinho, pois nos últimos anos muitos evangélicos tradicionais converteram-se à fé católica. E o fizeram ainda que o caminho para a Igreja estivesse bloqueado por falsas representações semeadas pela oposição. Isto é seguramente uma graça de Deus, pois sempre haverá oposição para aqueles que quiserem cumprir perfeitamente as palavras de Nosso Senhor. A oposição provém das forças do secularismo, do materialismo, do modernismo e de outras filosofias.

Tudo isto rejeita os ensinamentos que são peculiares à Igreja Católica. A Igreja é a pedra pequena predita pelo profeta Daniel, que destruirá a falsa imagem. É a semente que cresce até se tornar uma forte árvore. É o caminho que Isaías profetizou e que os homens não poderão deixar de encontrar. É a casa erguida sobre a rocha.”

Desejo apresentar os principais motivos que me fizeram deixar de ser protestante para ser católico, e cada vez mais católico. Isso por que já não consigo me imaginar como antes. Pretendo mostrar, talvez nem sempre de forma tão convincente, a doutrina católica como ela é, simplesmente.

Fonte: Livro Católico, Simplesmente – O Livro ainda a ser Lançado!

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