“É o sinal de uma profunda mudança de mentalidade”, acredita Padre Grob, em publicação de Céline Hoyeau, do diário La Croix. “Durante os últimos quarenta anos, muitos sacerdotes não queriam ouvir falar de Satanás, do mal personificado (…). Tivemos várias gerações de bispos para quem tudo isto era somente uma questão de psiquiatria. Hoje em dia, o clero se dá conta que tem de estar capacitado nestes temas”, continua o sacerdote.
“Os bispos estão começando a compreender a magnitude do problema pastoral”, afirma o sacerdote Gary Thomas, de 55 anos, exorcista da diocese de San José, na Califórnia. “Com a perda do sentido de Deus, com o paganismo, a Nova Era e a Idolatria de todo tipo, as pessoas estão cada vez mais perdidas e buscam preencher o vazio como podem. Quando diminui a fé, aumenta a superstição”.
Diabo ou psicologia?
“A maioria dos casos tem a ver com psicologia”, explica Padre Grob, para quem o sacerdote que exerce este ministério deve ter as ferramentas para poder distinguir as diversas situações e saber orientar, ou designar um profissional”.
Entretanto, o anterior não permite a existência e influência do demônio: “O mal não é abstrato, ele faz parte da existência de todo cristão. O próprio Cristo libertou pessoas que encontrou com laços demoníacos e de maus espíritos”.
A estreita colaboração que deve existir entre psicologia e o ministério exorcístico, saudada pelo Padre Grob, tampouco permite, no entanto, confundir os campos nem desconhecer sua esfera própria: “Não é um ou o outro: é preciso considerar os dois, pois todos homem é psíquico e espiritual”. Além disso, segundo sua própria experiência, as duas realidades contribuem para a gênese dos problemas das pessoas que a ele acudem: “A pessoa sofre de feridas psicológicas ligadas a sua história pessoal, e o mal se serve dessa falha para se introduzir e fragilizá-la”.
São três os tipos clássicos de ação diabólica: a tentação, a obsessão e a possessão, esta última mais dramática e divulgada – nem sempre de forma objetiva pela mídia – na qual o demônio assume o controle do corpo da pessoa. Entretanto, muito mais comum que a possessão, é a tentação e a obsessão: “Sem infestar o interior da pessoa, o demônio pode afetá-la a partir do exterior, em sua vida cotidiana, por exemplo, buscando desviá-la da oração, atuando sobre seus sentidos”, expressa o padre exorcista da diocese de Chicago.
Tentação, obsessão ou possessão, o certo é que, como confirmam os sacerdotes que exercem esse ministério nos Estados Unidos, as dioceses americanas recebem cada vez mais pessoas que se queixam de problemas físicos ou espirituais aparentemente inexplicáveis.
Com informação de La Croix.
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