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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Xiitas oferecem ajuda a cristãos no Iraque: ”Daremos casa e trabalho”


Uma boa notícia é sempre uma raridade.
Nestes tempos, particularmente, uma boa notícia para os cristãos do Iraque é ainda mais. Objeto de uma sanguinária campanha terrorista de matriz ultraislâmica, culminada há um mês no ataque contra uma igreja no coração de Bagdá, a antiquíssima comunidade cristã iraquiana vai se reduzindo em número, com sempre mais membros intencionados a fugir para o exterior.
A boa notícia está em uma oferta concreta de ajuda aos cristãos por parte do governo de uma região iraquiana, e não de uma região qualquer: trata-se da região de Najaf, a cidade santa dos xiitas que se encontra a 160 quilômetros ao sul da capital.
jornal Il Giornale.
“Pedimos aos cristãos que não abandonem o país emigrando para o exterior”, explica o xeique Faid al-Shamri, presidente do conselho regional de Najaf. “O nosso governo enviou uma circular a todas as províncias para que permitam que todos os cidadãos cristãos encontrem casa e trabalho na região. Trata-se de iniciativas que não contrastam a Constituição nem os ensinamentos islâmicos, que nos obrigam a trabalhar pela segurança dos cristãos, protegendo-os de todo ataque”.
Substancialmente, pela primeira vez, uma região iraquiana toma posição oficialmente em favor dos compatriotas cristãos perseguidos pelos terroristas islâmicos pela Al Qaeda, oferecendo-lhes refúgio em nome da unidade nacional, valor que é assim posto acima das diferenças religiosas. Al-Shamri disse isso claramente ao jornal árabe Al Hayat: “A nossa iniciativa busca garantir a segurança dos cristãos, que estiveram recentemente na mira da Al Qaeda e foram obrigados a emigrar ao exterior”.
Na região de Najaf, o clero xiita e o mundo da cultura também anunciaram o seu compromisso em favor da minoria cristã. “Os cidadãos de Najaf são muito abertos e tolerantes”, assegura o xeique Munaim al-Ansari. “Para nós, não há diferenças entre cristãos e muçulmanos. A nossa religião nos ensina a viver em paz com as outras fés, e as nossas portas estão abertas aos irmãos cristãos. Podemos, portanto, oferecer-lhes casas para viver e os ajudaremos a encontrar um trabalho”.
O reitor da Universidade de Kufa (outra cidade santa xiita que se encontra na região de Najaf) também ofereceu ajuda aos cristãos iraquianos perseguidos. “Dispomo-nos – dizAbdel Razzaq al-Isa – a encontrar um posto de trabalho para os professores cristãos e a hospedar seus estudantes no nosso colégio”. Al-Isa explica que a Universidade de Kufa irá manter concretamente a iniciativa do conselho regional “porque a nossa intenção é a de proteger a unidade do Iraque”. Eis, portanto, o porquê da disponibilidade a “oferecer gratuitamente os nossos serviços e o transporte público para todos os estudantes cristãos que virão ao nosso encontro para fugir das ameaças dos terroristas”.
Há apenas dois dias, o presidente da república iraquiana, o curdo Jalal Talabani, havia proposto que se transferisse todos os cristãos ao Curdistão, mas a ideia dessa “forma de imigração forçada” foi rejeitada pelo parlamentar cristão Yonadam Kanna, para o qual a campanha internacional para salvar Tarek Aziz enquanto cristão também é contraproducente.

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